Peço permissão ao grande Carlos do Carmo para atrelar seu mais belo fado ao fado que a Portuguesa insiste em cantar. Vamos logo a isto!
Se deixaste de ser a minha, Portuguesa - aquela Lusa que impunha respeito a quem quer que fosse -, agora mal reconheço-te em ti mesma,
Não deixei de ser quem era. Sigo aqui, torcendo, pois é disso que se trata. Seja como for, são suas cores as que eu visto, é o seu nome o que eu grito.
Por morrer uma andorinha, ou cair em mais um campeonato,
Não acaba a primavera. Outras flores virão, afinal. Elas sempre vêm.
Por morrer uma andorinha,
Não acaba a primavera.
Como vês não estou mudado, sigo aqui a alentar, como sempre fiz.
E nem sequer descontente. Na verdade, me aborrece um bocado passar por isso outra vez, mas vamos lá.
Conservo o mesmo presente, que mais se parece com o passado recente,
E guardo o mesmo passado, pois é nele que eu fio um futuro que - mas que caraças! – ainda há de vir.
Conservo o mesmo presente,
E guardo o mesmo passado.
Eu já estava habituado
A que não fosses sincera, mas admito que desta vez esperava mais de ti.
Por isso eu não fico à espera
De uma ilusão que eu não tinha, mas a esperança é um negócio de loucos, não? Basta cair uma gota d’água no campo das ilusões, que elas florescem.
Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era.
Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era.
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