sexta-feira, 22 de junho de 2018

A vitória e o craque dispensável

NÃO ME TOQUEM Até onde vai a necessidade de
 ter Neymar no time titular? (Reuters)
O Brasil que venceu a Costa Rica pode ser dividido em duas análises distintas, uma para cada tempo. Na primeira parte, foi um time apático, com poucas ideias, um lado direito nulo com o pouco inspirado William e o injustificável Fagner, que teve a sorte de não haver um Overmars em campo, como foi com Zé Carlos em 98. No meio, Paulinho (não) fez o de sempre, Casemiro não tinha a quem marcar e Coutinho era uma ilha de talento cercada por cabeças-de-bagre. Não rendeu. Gabriel Jesus se esforçou, roubou bolas, teve um gol anulado, mas não justifica ainda estar em campo enquanto Firmino esquenta o banco. 

Na etapa complementar, com Douglas Costa melhor na frente, a render o badalado atacante do Chelsea, e com o inútil Paulinho um pouco mais aberto para auxiliá-lo (e plantar Fagner atrás, onde não atrapalhava tanto), o Brasil melhorou, mas ainda assim era pouco. Finalmente, com Firmino e sem a nulidade da camisa 15, o time do Tite teve cara de time. Bem pouco, mas o suficiente para alcançar a vitória, ainda mais com o virtuose Coutinho resolvendo outra vez. Ele é o craque do time.

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Notem que não falei do Neymar. Ele fez uma de suas piores apresentações pelo Brasil e, intocável que é, não faz a menor questão de mudar isso. Prendeu bola, se jogou, poderia ter sido expulso por indisciplina e conseguiu que um pênalti (que não foi) fosse desmarcado. Apareceu nos acréscimos, fazendo graça com o jogo ganho e marcando um gol que só serviu para que eu acertasse o bolão. No fim, chorou, como se estivesse sentindo a injustiça da pressão de quem não reconhece seu talento, sua magnitude, sua importância. Quanta perseguição ao gênio que nasceu para brilhar.

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