terça-feira, 16 de dezembro de 2008

As listas de fim-de-ano

E o final do ano chegou!! Mais rápido do que eu esperava, confesso. Engraçado como depois de certa fase da vida os dias parecem passar mais rápido, a despeito da nossa vontade e/ou necessidade de que eles esperem por nós, mas no mundo atual, globalizado como está, tempo é artigo de luxo. Mas não é para falar de tempo que eu estou aqui, ocupando o seu.

Quero falar de outra coisa, que vem a reboque em todo fim-de-ano com os panetones, as rabanadas, o Especial do Roberto Carlos, as promessas que não serão cumpridas, as árvores de Natal e a busca por espaço na 25 de Março. Quero falar das listas, não de presentes, mas as dos melhores do ano, que pululam por aí afora em todos os segmentos.


Duas, em especial, me chamaram a atenção: a da seleção do Campeonato Brasileiro e a dos concorrentes ao prêmio de melhor do mundo, segundo a FIFA.

Sobre a lista do Brasileirão, fiquei surpreso, não com alguns nomes escolhidos, pois acho que em todas as posições foram indicados os melhores, com uma ou outra ressalva, mas o fato é que todos os eleitos mereceram, e não seria a humilde e quase insignificante opinião contrária deste que vos escreve que tiraria o seu brilho.


O que eu teimo em contestar são os critérios na escolha. Colocar jogadores que atuaram em faixas distintas do campo pra disputa da mesma posição foi de uma estupidez abissal. Para não ficar falando de todos os casos, vai o mais absurdo: a dupla de ataque titular do Palmeiras estava concorrendo na mesma posição. Ora, deixe-me tentar entender. Kléber e Alex Mineiro jogaram juntos, é verdade, mas não “tão juntos” assim. Um é primeiro atacante. Logo o outro é o segundo, como se convencionou dizer, no “futebolês” moderno. Mas estavam os dois lá, disputando o mesmo osso.

Apesar dessas coisas ínfimas, acabou ficando tudo em boas mãos, ou bons pés, como queiram. Parabéns aos eleitos, sobretudo aos dois grandes nomes da festa: Muricy Ramalho e Hernanes. Eles merecem todos os júbilos.

Por outro lado, lamentáveis os apupos (rubro-negros, presumo) ao árbitro Carlos Eugênio Simon. Tudo graças ao acerto que virou erro, por obra e graça da imprensa, ávida por polêmicas. É muito perigosa essa relação entre jornalistas e a necessidade pela audiência. Beira a promiscuidade.

Já sobre a eleição da FIFA, que desde 1991 premeia o jogador que mais se destacou durante a temporada, creio que os melhores acabaram na lista final. Caso algum leitor mais incauto não saiba, ela é formada pelo argentino Messi, o brasileiro Kaká, que é o atual detentor da honraria, os espanhóis Fernando Torres e Xavi e o português Cristiano Ronaldo, este o grande favorito pra ficar com o troféu.

O que me intriga é o fato de que muitas pessoas dão a este prêmio um valor maior do que ele realmente tem. E olha que já é valiosíssimo. Naquelas intermináveis e inevitáveis discussões sobre quem é ou foi melhor sempre surge o argumento de que fulano ganhou o prêmio de melhor do mundo, já sicrano, não. Acontece que esse prêmio é oferecido pelo que o jogador fez durante uma temporada. E rotula-se a carreira toda por conta disso.

Pra citar um exemplo, o português Figo foi eleito em 2001. Já o também português Rui Costa sequer foi indicado, entre os finalistas, durante toda sua vida. Isso significa que um foi muito melhor que o outro? Claro que não. Para ser sincero, pessoalmente sempre me agradou mais o futebol do Rui ao do Figo, e olha que sou fã incondicional dos dois.

Mas isso não passa de uma questão de fóro íntimo. Certamente há os que prefiram o Figo, o que é perfeitamente normal. O problema é que no já citado mundo globalizado, com sua escassez de tempo, também já citada, muitos procuram por notícias prontas em vez de se aprofundarem um pouquinho só, que seja, visando entender melhor a questão. Aí as Wikipedias da vida ganham força.

Só pra constar, para que entendam o quão é perigosa a “notícia pronta”, na própria Wikipedia: se você procurar pelo ganhador da Bola de Ouro deste ano, dada pela (revista) France Football, em vez de Cristiano Ronaldo, encontrará um tal de Daniel Bento de Souza.

domingo, 30 de novembro de 2008

Triste

Hoje, no Canindé, a Portuguesa terminou de escrever a mais triste página de sua história. Mais triste que o primeiro rebaixamento, há seis anos; mais até que a queda pra Série A-2 do futebol paulista, em 2006.

Triste porque acabávamos de voltar pro lugar que julgávamos ser nosso, e sequer o esquentamos. Assim como o Ipatinga, subiu e voltou no ano seguinte. Mas é o Ipatinga, né? A Lusa é grande demais, demais mesmo.

Não cabe aqui recordar esquadrões pra justificar-me. Não é necessário revirar os porões de um passado remoto em busca de glórias e conquistas, sejam elas vitórias inesquecíveis ou títulos importantes. Não há porquê, nem condições pra isso.

O que estou sentindo é muito difícil de descrever. É forçoso segurar uma lágrima. Aliás, que besteira chorar por causa de futebol! Coisa de criança! Mas, pensando bem, quem disse que torcedor não tem um “que” de infantil? Que não tem um certo brilho jovial nos olhos quando seu time ganha? Que não faz beicinho quando perde? É claro que é! E comigo não poderia ser diferente. Creio que com você, caro leitor, também seja assim.

Em horas como essas há quem diga que é o momento de quebrar tudo, de mandar dirigentes, técnico e jogadores pros lugares mais impróprios para serem ditos, ou promover uma reformulação geral no plantel. Mas eu não. A ferida acabou de ser aberta, e vai demorar pelo menos um ano pra começar a cicatrizar. Prefiro assumir minha fossa e afogar as minhas mágoas num bom cálice de vinho do Porto até passar a ressaca - pelo menos essa.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Gênios da Bola III - Maradona

Esqueçam os casos de doping, a volta ao Boca 15 quilos acima do peso, o episódio dos tiros de chumbinho contra os jornalistas. Maradona foi, inquestionavelmente, o segundo maior jogador de todos os tempos. Sem dribles circenses ou pirotecnia. Apenas precisão e genialidade.

Não foi à Copa de 78 porque Menotti o achava jovem demais. Despediu-se de 82 com um coice no brasileiro Batista, mas em 86 foi o "Homem da Copa". Ganhou praticamente sozinho aquela Copa. Em 90 brilhou num time absolutamente comum.

No auge, fazendo do Napoli um time grande, mas foi pego pela primeira vez no exame anti-doping, por uso de cocaína. Começava o ocaso. Gordo, viciado, lutava pra voltar. Quando ninguém esperava, surpreendeu o mundo, chegando à Copa de 94 absolutamente impecável, esbelto, perfeito. E pela primeira vez não teria que carregar o time nas costas, afinal, a Argentina tinha um timaço: Batistuta, Claudio 'Piojo' Lopez, Redondo... Mas de novo foi pego por doping, num caso muito estranho. Depois do jogo contra a Grécia - quando fez um golaço - saiu de campo de mãos dadas com uma enfermeira.

Quase morreu no ano retrasado. Após anos e anos de tratamento duro, voltou à vida, e hoje tenta reviver os tempos gloriosos de jogador, no cargo de técnico da Seleção da Argentina.

Chamem como quiserem: "El pibe d'oro", "El D10s" ou simplesmente Diego Armando Maradona.

Gênios da Bola II - Eusébio

No fim da década de 50 o húngaro Bella Gutman indicou ao São Paulo um jogador que atuava no Sporting de Lourenço Marques (atual Maputo), Moçambique. A equipe paulista não foi conferir, mas o Benfica foi.

Conta-se que esse jogador teria ido a Portugal escondido na carroceria de um carro, a mando dos encarnados. Detestava o apelido Pelé Europeu. Disse num livro, após a Copa de 66: "A minha sombra é negra. Ela é Pelé. Na ânsia de arranjarem legendas bombásticas, têm-me chamado de 'Pelé da Europa'. Por favor, não me chamem disso. Pelé é Pelé. Meu nome é Eusébio".

Quem quiser vê-lo, basta ir à Lisboa. Na entrada do Estádio da Luz ele está, para sempre, na forma de um monumento em tamanho natural. Uma justíssima homenagem a esse extraordinário jogador. O maior da história do Benfica e de Portugal.

Eis o "Pantera Negra".


quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Gênios da Bola I - Rui Costa

Algumas pessoas não têm a real dimensão do que foi Rui Costa. Certamente, Rui foi um dos três maiores jogadores da história de Portugal, e o segundo maior da história do Benfica, a perder somente por Eusébio.

Era hipnotizante vê-lo jogar. Um simples canto batido por si tinha uma aura especial. No futebol de hoje, quiçá Ronaldinho Gaúcho tenha a visão de jogo mais próxima do que era Rui Costa, porém com uma magia diferente. Gaúcho é habilidade pura. Rui Costa, por sua vez, era a síntese da técnica.

Um dos gênios do seu tempo, da mesma estirpe de Zidane e Michel Platini. Um craque que, nos dias atuais, foi capaz de marcar contra seu time do coração e chorar. 

Deleitem-se, é por minha conta, ou melhor, do grande maestro Rui Costa.

sábado, 15 de novembro de 2008

Até quando?

A emboscada feita por membros da Mancha Verde no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, da qual foi vítima o técnico Vanderlei Luxemburgo, foi mais um ato da barbárie que esses bandidos travestidos de torcedores vêm cometendo há tempos, sem que haja atitudes realmente eficazes por parte das autoridades competentes.

Detê-los não é tão difícil assim, apesar de eles estarem se organizando, elegendo até vereadores nas últimas eleições. Lembram uma certa facção que age nos presídios paulistas.

Há alguns anos, a então Primeira-Ministra britânica, Margaret Thatcher, conseguiu banir os hooligans. Como? Com leis enérgicas, mais a ajuda da UEFA, que afastou os clubes ingleses por 5 longos anos de toda e qualquer competição organizada por ela, após a “tragédia de Heysel”, na Bélgica. Na ocasião, 39 pessoas morreram antes da final da Copa dos Campeões da Europa, em 1985, entre Juventus e Liverpool. Foram os torcedores ingleses que começaram o tumulto e a maioriados mortos era composta por torcedores italianos.

Ao invés disso, são tratados “a pão-de-ló”. Têm espaço não só nos clubes, mas também na mídia, em programas "esportivos" que, em troca de alguns televisores ligados, entrevistam esses bandidos, dando o que eles mais querem, que é status dentro da organização criminosa em que se transformou a torcida organizada.

Essa relação promíscua entre a marginália, os dirigentes, a imprensa e o poder público faz com que eles (os bandidos) cresçam a olhos vistos, fomentando um ódio que já custou o sangue de alguns inocentes e outros nem tão inocentes assim.

Essa “gente” age impunemente, quando deveria ser tratada no cabresto, na base da porrada, mesmo, em qualquer que seja o sentido.


Trata-se de uma escória, de um lixo de gente incapaz de encarar homem a homem, pois pra isso deveriam ser homens, coisa que, definitivamente, não são.

Não acho que devam ser presos, pois não quero que o dinheiro dos meus impostos seja usado pra dar de comer e dormir a esses vagabundos, que deveriam se alimentar de seus próprios dejetos.
Só pra constar, no caso da emboscada de Congonhas ninguém foi preso, nem pra averiguação. E não precisa ser especialista em direito criminal pra saber que os selvagens envolvidos poderiam responder por lesão corporal, formação de quadrilha e perturbação da ordem pública, no mínimo.
Pra terminar, peço desculpas a você, caro leitor, por fazê-lo ler sobre tão indigesto assunto. Se precisar tomar alguma coisa pro estômago, pode ir à farmácia e pôr o sal-de-fruta na minha conta.

Dias difíceis

Esses dias têm sido difíceis pra quem, como eu, torce pra Lusa.

Jogamos bem contra o Flamengo e contra o São Paulo. Em ambos os jogos até merecíamos melhor sorte, mas somamos apenas um ponto. Mas vínhamos jogando bem, o que, de certa forma, dá alento. Contra o tricolor carioca, hoje, as coisas pareciam que iriam bem. O Edno fez um Golaço, com “G” maiúsculo, mesmo. Até esqueci que o Bruno Rodrigo não estava jogando.

Mas depois eu me lembrei. Pior que isso: o Aderaldo estava. Sabe aquele jogador que ninguém sabe (talvez nem ele mesmo) como é profissional? Pois é. O Aderaldo é um desses. Pra ajudar, o Halisson também estava. Não que ele seja tão ruim quanto o outro citado, mas ele tem o raro talento de fazer besteiras, justamente nos momentos mais impróprios.

Ficar discutindo razões nos momentos que sucedem as derrotas não é das atitudes mais sábias. Até porque tudo o que é feito e dito tem um “temperinho” especial: a cabeça quente. Resta-nos apenas aplaudir o oponente, que ganhou com sobras e mérito. E pra falar a verdade, três foi pouco.

Temos, na seqüência, dois jogos em casa, contra Goiás e Sport. Teoricamente, não são jogos assim tão complicados, já que ambos não almejam mais nada nem têm a perder. Teoricamente, repito.

O grande Cláudio Carsughi, da rádio Jovem Pan de São Paulo, tem uma tese muito interessante sobre algumas equipes que melhoram quando estão à beira do abismo, mas voltam a cair de produção. Ele chama de “a melhora da morte”. Ainda não é hora de chamar o padre para a extrema-unção, mas que o estado de saúde do paciente é delicado, ah, isso é.

domingo, 9 de novembro de 2008

A estranha viagem nos sentimentos

No último fim-de-semana experimentei algumas sensações estranhas. Ir do êxtase à decepção em questão de segundos é muito interessante. Senti isso no GP do Brasil de Fórmula 1, por motivos óbvios. Um dia antes tinha sentido algo semelhante no Flamengo e Lusa, mas não com tanta intensidade.

Ontem, novamente, foi dia de me submeter aos meus sentidos. Mais um jogo da Lusa, mais um clássico, mais um líder, mais uma decisão, mais um jogaço de bola. E mais uma vez deu São Paulo.

Até o começo do segundo turno, ninguém dava bola pro Tricolor. Estando 11 pontos atrás do líder Grêmio, jogava muito mal. Aí, sorrateiramente, foi chegando, chegando, e chegou! Num ano em que fez tudo errado, quando se submeteu a ser reformatório de jogadores, tem sido ajudado, não pelas arbitragens, como está sendo a dupla moribunda do Rio, mas pela incompetência dos adversários.

Todos os outros que experimentaram o torpor da liderança tropeçaram, inebriados, nas próprias pernas. Como o São Paulo está acostumado ao cume, parece não padecer desse mal.

Voltando ao jogo, foi um clássico eletrizante. Logo de cara, gol do São Paulo. No finalzinho, gol da Lusa. Nos acréscimos, mais um gol do São Paulo. No segundo tempo os papéis quase se inverteram. Quase. A Lusa buscou o empate. Quase no fim, o São Paulo fez outro. Aí, nos acréscimos, o tipo de lance que dói, mas mostra quem é o escolhido pela sorte. Quando o Edno apareceu nas “fuças” do Rogério eu já estava pronto pra gritar, ensandecido, mas a bola, caprichosa que é, escolheu pelo travessão, ao invés de aconchegar-se às redes, a despeito do que fizera minutos antes, na outra baliza.

Estou maravilhado com o nível do jogo. Mas estou triste com o resultado. É um estranha viagem nos meus próprios sentimentos. Escrever é muito mais fácil do que falar, pois os dedos não soluçam, nem têm embargos, com os tem a voz. Estou com os olhos marejados, mas estou orgulhoso. É muito estranho sentir coisas tão diferentes, quase que ao mesmo tempo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Um domingo daqueles...

Tinha tudo pra ser um fim-de-semana sensacional. Lusa no Maraca, GP do Brasil de Fórmula 1 com chuva, o que deixa a corrida muito legal, e clássico na TV. Ou seja, um monte de atrações batutas para nós, amantes do esporte.

Jogo no Maracanã tem uma aura muito especial. Quando o adversário é o Flamengo, então, a coisa toma dimensões maiores. Mais de 40 mil pessoas empurrando o Flamengo. Pra começar, o Fábio Luciano marca um golaço, de voleio.

A vaca vai deitar - pensei comigo mesmo. No ápice do nervosismo, parei de ver o jogo e fui fazer outra coisa. Quando voltei, obviamente mais nervoso do que antes, a Lusa já tinha virado o placar e dominava amplamente a partida. Mesmo assim, a massa flamenguista continuava empurrando o time. Aí o sempre nefasto Héber Roberto Lopes resolveu empurrar o Mengo também. Falta escandalosa no Edno feita pelo Toró quando o luso estava na cara do Bruno, pronto pra matar o jogo. Pra expulsão! E o “árbitro” não marcou a falta, tampouco expulsou Toró. Na seqüência, o empate do Flamengo.

Depois que a raiva passou, mais ou menos passada meia hora do jogo (e após um esporro da patroa por causa da cara amarrada), ponderei e vi que o empate, no fim das contas, foi bom.

Logo depois, o Náutico venceu o Vitória com um gol de pênalti, daquele jeito. Houve de tudo. Gás de pimenta, voz de prisão ao goleiro do Vitória no intervalo, truculência. Como de praxe em jogos no Estádio dos (visitantes?) Aflitos.

Aí veio o domingo. Ah, o domingo...Confesso que dormi durante boa parte da corrida. Corridinha insossa! Massa na frente, sem ser ameaçado, Hamilton em quinto, tranqüilo, com o Kovalainnen logo atrás. Em condições normais, o Kovalainnen já não é de ultrapassar ninguém. Imaginem com o Hamilton na frente, então? De repente, o Sobrenatural de Almeida resolveu dar as caras. O inglês caiu pra sexto. Era o cenário perfeito. Mas aí a chuva apertou e o Glock, que estava com pneus pra pista seca, não conseguiu segurar o ímpeto do inglês, que foi campeão a UMA CURVA do fim.

Bom, tinha o restante da rodada ainda. O Galo recebendo o Fogão no Mineirão, Santos e Palmeiras na Vila, embaixo de chuva. No mais, de interessante pra mim, Atlético-PR e Sport, Grêmio e Figueira e o clássico dos Finados (literalmente), entre Vasco e tricolor carioca.

Os Atléticos ganharam (não foi bom), o Figueira empatou fora (idem) e o Vasco, na briga pra sair do buraco, puxou o time das Laranjeiras pra baixo. Acho que o empate seria, para nós, lusos, o melhor resultado.

Coisas curiosas costumam acontecer no Brasileirão. Justamente o jogo que menos interessava acabou chamando mais atenção. Curioso o Goiás, que perdeu em casa pro péssimo e moribundo Vasco por 4 a 2, ganhar do bom Cruzeiro, com sobras, por 3 a 0, fora o baile. Realmente é curioso, muito curioso...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Os craques dos jogos fáceis

Na semana passada, antes do espetáculo dantesco que a “seleção” nos proporcionou no Maracanã, frente à Colômbia, o meia Kaká foi homenageado, passando a ser o jogador mais novo a ter seus pés imortalizados na calçada da fama do maior do mundo. Na mesma ocasião, Robinho também foi homenageado, ao ver seu belíssimo drible contra o Chile registrado numa igualmente belíssima seqüência de fotos.

O curioso, pra não dizer lamentável, é que eles foram homenageados por absolutamente nada, ou pouco mais que isso. O que eles fizeram pela Seleção a ponto de receberem tal honraria? Nada!




Kaká brilha no Milan. Na equipe canarinho a única conquista dele foi estar no grupo que foi campeão do mundo em 2002. Recentemente, quando Dunga precisou dele pros Jogos Olímpicos, foi operado no joelho e ficou de fora dos jogos. Depois reconheceu que poderia esperar pra passar pela cirurgia.

E o Robinho? Além das firulas, pouca coisa. Aquele drible foi bonito, mas dar essa importância toda? Ainda mais pra um jogador que fugiu da Olimpíada? Alegou uma contusão e durante a competição já estava fagueiro e serelepe, já recuperado. Contra a Colômbia, se contundiu e pediu pra sair, mas após o jogo estava “atuando” num pagode com alguns amigos. E disse que estaria à disposição do seu time, o Manchester City.


Temos o péssimo hábito de cultuar ídolos instantâneos. Um drible mais sofisticado chama muito a atenção. Gols, então, meia dúzia basta pra render contratos milionários, e infelizmente a Seleção, que era o ápice da carreira profissional de um atleta, hoje nada mais é que um mero trampolim, uma simples etapa pra se ganhar dinheiro, muito dinheiro. Não que eles não mereçam. Que ganhem milhões, mas que deixem a “amarelinha” pra quem tem vontade de jogar, de verdade. E não querer aparecer somente em jogos fáceis.

O preço do bacalhau

O afastamento do árbitro Leandro Pedro Vuaden por ter prejudicado o Tricolor do Rio não soa bem, principalmente porque outros árbitros tiveram atuações igualmente desastrosas e nem por isso foram pra geladeira. O carioca Marcelo de Lima Henrique causou danos claramente o Santos no jogo contra o Grêmio. Na ocasião, Henrique não anotou um pênalti claríssimo a favor dos paulistas, além de expulsar o zagueiro Fabiano Eller após este sequer ter cometido a falta que lhe acarretou o cartão vermelho.

Outra arbitragem polêmica foi a do paranaense Evandro Rogério Roman, que apitou o jogo entre Portuguesa e Flamengo, quando validou dois gols em que houve o uso das mãos, ambos marcados pelo Flamengo.

Em comum nos três está o fato de que todos foram muito contestados, mas somente Vuaden foi punido. Foram usados, como reza o ditado, dois pesos e duas medidas. Fatos iguais existem aos cântaros, para justificar a preocupação da diretoria da Portuguesa, que, gato escaldado que é, já solicitou à Federação Paulista que envie observadores para acompanharem os próximos jogos da equipe, a começar já no próximo sábado, quando a Lusa vai a Recife encarar o Náutico. Aliás, os visitantes do Timbu não costumam encontrar um clima dos mais aprazíveis.

E a direção rubro-verde está certa, aliás, certíssima, pois enquanto continuarem vendendo o bacalhau de acordo com a cara do freguês, todo cuidado é pouco. Afinal de contas, como diz o velho Jorge Ben, ”canja de galinha não faz mal a ninguém”.

Sobre fantasmas

Essa semana, o ex-todo poderoso do Vasco da Gama, Eurico Miranda, reapareceu na mídia ao fazer ameaças diretas ao atual presidente do clube da colina, Roberto Dinamite. Entre outros impropérios, o que mais chama a atenção é o truculento Euricão querer imputar a Dinamite a péssima situação atual o clube, inclusive afirmando, em recado direto, que irá acabar não só com a vida política, mas também com a vida particular do dirigente caso o Vasco seja rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro.

O que me estranha não é a atitude do ex-presidente e dublê do igualmente indigesto Hugo Chávez, aquele que se fez Rei da outrora democrática Venezuela. Isso é bem do seu feitio. Causa-me espécie mesmo é esse troglodita (que me perdoem os trogloditas) ainda encontrar espaço pra poder destilar seu veneno por aí. Nada contra o repórter da rádio Bandeirantes que fez a entrevista, mas eu não teria estômago para tanto.

Eurico deve ter se acostumado aos tempos de deputado, quando assistido pela im(p)unidade parlamentar fazia e dizia o que bem lhe conviesse. Agora os tempos são outros, embora a justiça seja a mesma. O que ele reluta em admitir é que está morto. Sua morte política foi decretada nas urnas, há dois anos, quando não conseguiu se reeleger. Sua morte esportiva se deu quando o grupo do Dinamite assumiu o poder no Vasco.

O ápice do desespero é atirar pra tudo o que é lado, querendo se esquivar da culpa por ter deixado um clube tão grande, como é o Vasco, na penúria em que está. Os tiros, porém, só acertarão seu próprio pé, mas ele nem sentirá. Afinal, fantasmas não sentem.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Nada como um fim-de-semana gordo

Nesse fim-de-semana gordo, esportivamente dizendo, eu estava chato. Principalmente sábado. Sabe aquele dia em que se puder, você sequer sai da cama? Pois é, era um dia daqueles.

Tempo encoberto, Lewis Hamilton cravando a poli-position na Fórmula 1, campeonato português sem rodada, início de horário de verão (não estamos na primavera?), um tédio só! Enfim, um dia daqueles! Pra não falar que nada se aproveitaria do sábado, tinha um churrasquinho pra ir à noite. Mas à noite, choveu, e muito...

Mas como tudo na vida tem remédio, o sábado chegou ao fim. Após assistir com minha esposa a um filmaço na madrugada, acertei o despertador pra poder acordar às 5 horas, pois queria “secar” o Hamilton.

Pois bem, acordei às 6:45, e só vi a festa do inglês, já no pódio. Pelo visto o domingo seria “tão bom” quanto o dia anterior. E o pior é que a Lusa ainda jogaria com o Grêmio, o líder do campeonato, e sabe como é, né? Como dizem os espanhóis, “lo que empéza mal...”

Nem fiz questão de assistir à final do Mundial de futsal, mas me disseram que Brasil e Espanha fizeram um jogo contra-indicado para cardíacos, até as últimas conseqüências, ou melhor, disputa de tiros-livres, e o Brasil levou a melhor.

Na hora do almoço assisti maravilhado ao banho de bola que o Manchester United deu no West Bromwich, pelo Campeonato Inglês. Que maravilha! Sem contar que o público foi de 75 mil pessoas, na oitava rodada. Raro um clássico que atraia tanta gente no Brasil atual.

Era um sinal de que o domingo poderia ser bom. Tinha “Choquei-Rei” no Morumbi, e o clima antes do jogo já estava carregado por conta das declarações de ambos os lados, principalmente por parte do presidente são-paulino, Juvenal Juvêncio, useiro e vezeiro em criar factóides antes de jogos dessa envergadura. Ou seja, prenúncio de um jogão.

E foi mesmo! Teve tudo que um clássico de verdade deve ter: rivalidade, lances ríspidos, expulsões, gols e polêmica, muita polêmica. No fim o empate traduziu muito bem o que foi o jogo. Mas faltava o prato principal: o jogo da Lusa! E que jogo! Fazia tempo que a Portuguesa não jogava com tanta frieza e inteligência. Torcida cantando o tempo todo, futebol raçudo, vistoso... Teve maior volume de jogo, mais tranqüilidade e paciência para esperar o momento certo para “dar o bote”, sem deixar possibilidades para o líder.

Enfim, um desfecho perfeito para um fim-de-semana gordo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Triste sina

Após ver uma evolução no time da Lusa nos últimos jogos, sábado passado resolvi conferir de perto a quantas andavam as coisas pelos lados do Canindé, principalmente após ouvir dos próprios jogadores lusos que a nossa casa seria o principal trunfo na reta final do certame nacional, para que permaneçamos na elite.

Ledo engano. O que eu vi foi um time acuado dentro de sua própria casa, por um adversário que veio com o intuito de voltar pro Sul com 1 ponto na bagagem, pois se quisesse mais, certamente conseguiria.

Não faltou raça, em momento algum. O sempre questionado Dias foi um guerreiro, o Jonas correu feito maluco e saiu cuspindo marimbondos ao ser substituído. Faltou inspiração. Os únicos lampejos de lucidez couberam ao lateral Athirson, ainda assim pouquíssimas vezes acionado.

Quando o Estevam Soares quis mexer no time, fê-lo muito mal. Sacou um volante (Rai) para a entrada de um meia (Fellype Gabriel), fazendo permanecer em campo o meia Preto, mas a bola sequer passava pelos seus pés. Tirou o atacante que mais lutava em campo (Jonas), para pôr o inoperante Vaguinho, que não fez uma única jogada que prestasse. A nossa sorte é que o garoto Keirrisson fez uma das piores partidas da sua vida, o Carlinhos Paraíba só ciscou e o argentino Ariel Nahuelpan é muito ruim.

Como o campeonato é nivelado por baixo, e muito por baixo, ainda há tempo, embora faltem apenas 9 rodadas para o seu término. Apenas 2 pontos nos separam, momentaneamente, da permanência na elite.

O próximo adversário é o líder Grêmio, novamente no Canindé, e não há mais margem para erro. Ou ganha ou terá que buscar pontos fora de casa, onde, aliás, somou apenas 4 até o momento. Hoje ficou provado que apenas transpiração não será suficiente. E se cair, a impressão que eu tenho, cada vez mais forte, é que não subirá tão cedo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A inversão dos valores

No ano passado, após a derrota contra o Sport, pelo Campeonato Brasileiro da Série A, os “torcedores” do Corinthians protagonizaram novas cenas de revolta e indignação devido ao caos que se instalou no Parque São Jorge. Foram cobrar “raça” e “determinação” por parte dos atletas da equipe, responsabilizando-os pela fase tenebrosa a qual o clube vem atravessando de uns tempos para cá. O mesmo aconteceu no Rio de Janeiro com a “torcida” do Botafogo, depois que o time foi incrivelmente eliminado da “importantíssima” Copa Sul Americana pelos argentinos do River Plate, estando com um jogador a mais e podendo perder por um gol, após estar ganhando por 2 a 1!

Durante a semana passada foi preciso uma viatura de polícia para que os jogadores do Vasco pudessem treinar. Com tanta pressão, é óbvio que o resultado em campo não foi dos mais satisfatórios: derrota vexatória frente ao Figueirense, em pleno São Januário. E queda livre rumo ao rebaixamento.

É compreensível que o amor incondicional pelo time do coração somado ao fanatismo leva o indivíduo a tomar atitudes que em condições normais não tomaria. É certo afirmar que num país de tantas injustiças sociais e negociatas políticas o futebol é usado como válvula de escape para as agruras do dia-a-dia. Políticos populistas se aproveitam de conquistas desportivas para distrair a atenção do povo. Em Portugal, por exemplo, durante a ditadura de Oliveira Salazar criou-se a figura dos 3 Fs (futebol, fado e Fátima), o que consistia na idéia de que enquanto o povo tivesse diversão, sentimento e fé, não precisaria de mais nada. Progresso? Esse verbete soa como um palavrão numa ditadura. O problema é que isso funciona. E é aí que mora o perigo.

Se não, vejamos: 15 dias antes, o Presidente do Congresso Nacional, o Senador Renan Calheiros, foi vergonhosamente absolvido pelos colegas (ou seria melhor “comparsas”?) de Senado, e qual foi a reação imediata das pessoas? Revolta, indignação e todos os sinônimos que as valham.

Perfeito, mas apenas num primeiro momento. Depois, tudo voltou ao normal. Enquanto isso o Corinthians se preparava para outro jogo do Brasileirão e, como num jogo de roleta-russa, qualquer resultado que não fosse a vitória desencadearia reações intempestivas por parte dos torcedores profissionais.

Outro exemplo: no fim da década de 1980, quando o Palmeiras já amargava 13 anos de jejum de títulos, sua torcida se enchia de esperança ao ver o time dirigido por Telê Santana chegar à fase decisiva do Campeonato Paulista de forma invicta. Aí veio o jogo contra o Bragantino em Bragança Paulista, a derrota por 3 a 0, a eliminação e o fim da esperança alviverde, e, juntos, esses ingredientes se transformaram em nitroglicerina pura, o que culminou com a depredação do patrimônio do clube, que teve a sala de troféus destruída pela ira desses “torcedores”. No ano seguinte, a caderneta de poupança foi confiscada pelo governo Collor, em tempos de inflação desenfreada, e adivinhe qual foi a reação do povo (incluindo os que destruíram a sala de troféus)? Estupefação momentânea, apenas isso.

Mas, caro leitor, antes de se "orgulhar", saiba que isso não é exclusividade do Brasil. Pedro Santana Lopes, ex-Primeiro-Ministro de Portugal, dava uma entrevista a uma rede de TV, quando foi interrompido pela sua interlocutora para que fosse mostrada a chegada de José Mourinho, o super vencedor ex-técnico do Chelsea e considerado - pasmem - herói nacional (!) pelo povo português, ao país. Foi então que Santana Lopes se recusou a continuar com a entrevista e disparou: “O pais ficou doido”. Realmente, quando vemos a derrota do time do coração ou o destino da heroína da novela importar mais que o futuro do país, devemos refletir. O técnico italiano Arrigo Sacchi certa vez declarou que “o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”. Amém.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Seria o ocaso?




Saiu ontem mais uma convocação da “Seleção”, desta feita para os jogos contra Venezuela e Colômbia, válidos pelas eliminatórias para a Copa de 2010. Evidentemente, apenas protocolo, pois as chances de ficarmos de fora da Copa são as mesmas de a Angelina Jolie se separar do Brad Pitt para se casar comigo.

Um fato em especial chamou-me a atenção: não a inevitável e inadiável volta do Kaká, nem as convocações absurdas de Kleber, Juan e Doni, ou o merecidíssimo chamamento do interista Mancini para, finalmente, atuar na frente, mas sim a ausência do ex-número 1 do mundo, Ronaldinho Gaúcho.

Não é de hoje que defendo a tese de que ele não deva ser convocado pro escrete canarinho. Afinal, exceto na Copa de 2002 e naquele jogo contra o vento, ou melhor, Venezuela, quando fez um glaço com direito a chaleira e tudo, nada mais fez que justificasse a sua condição de intocável. Em termos de clubes, tudo bem, sempre foi um monstro, apesar da última temporada, mas na Seleção poucas vezes foi além de um bom coadjuvante.

Está certo que a ausência se deve à sua condição física, ou falta dela, mas é algo que me parece sintomático.

Em outros tempos, mesmo estando 300 arrobas acima do peso ideal, ele teria sido chamado, como, aliás, fora imposta pelo Dom Ricardo Corleonne Teixeira a sua ida aos Jogos Olímpicos, recentemente findados e de amargas recordações para a torcida brasileira.

Sempre me pareceram estranhas as suas contusões. Alguém se lembra de alguma vez tê-lo visto sair machucado de algum jogo? É estranho como ele só se lesiona nos treinos, sem que haja uma imagem sequer do momento da contusão. Sem querer ser leviano, essas contusões coincidem com a estreia do craque na noite espanhola.  

A perda do prestígio do camisa 80 do Milan fica ainda mais evidente com a convocação do Kaká, outro que já foi considerado o melhor do mundo.

Não sei se você, caro leitor, concorda, mas a opção pelo Dunga para ser o atual treinador do Brasil foi uma espécie de contraponto à esbórnia na qual se transformou a Seleção na última passagem da vitoriosa dupla Parreira-Zagallo no seu comando. Como não foi possível repatriar o Felipão, optou-se por alguém cujo nome fosse associado à entrega, à disciplina, itens que faltaram na Alemanha.

Para mostrar quem manda, tratou de afastar as duas maiores estrelas da companhia, os já citados Kaká e Ronaldinho, para servirem de exemplo aos que estavam chegando. Não demorou para que voltassem, obviamente, mas só um deles permaneceu.

Depende só dele, Gaúcho, recuperar o terreno perdido e a camisa 10, que está órfã desde que Rivaldo saiu. Talvez aí esteja o problema.

domingo, 14 de setembro de 2008

O mundo é um moinho

E a Portuguesa? Perdeu. De Novo. E sabe o que há de mais triste nisso, ainda mais para mim, que há 23 anos escolhi o simpático time do Canindé como o do meu coração? É que, apesar de ter perdido de novo, não há nada de novo disso. 

Também não será surpresa se, de novo, for rebaixada, já que está caminhando, ou melhor correndo a passadas mais largas que as passadas doiradas do jamaicano Usain Bolt, na direção do limbo.

E pensar que há menos de um ano eu estava comemorando a volta à divisão maior do futebol nacional depois de cinco longas e tenebrosas temporadas na Segunda Divisão. Confesso, inclusive, ter sido essa a única vez que chorei por conta de um jogo de futebol, até porque não se tratava de apenas um jogo, mas sim do sofrimento causado por passar cinco anos na penumbra.

Eu costumo dizer que para um time que ficou tanto tempo longe dos holofotes, manter-se  na elite no primeiro ano já é um excelente negócio. Assim foi no Paulistão, mas no campeonato nacional os olhos ficaram maiores que a barriga.

Após um estadual repleto de problemas, sem poder jogar no Canindé nem contar com o Diogo (na época em boas condições psicológicas), lesionado, em boa parte do torneio, acabou em 10º lugar.

Para o Brasileiro, não bastou. Após uma pressão insana e injusta da "torcida" organizada, o treinador Vágner Benazzi foi demitido, a despeito do que fora realizado na temporada anterior. Pro seu lugar foi trazido o quase ex-técnico Valdir Espinosa, que, como era esperado, não resolveu. Agora, cabe ao esforçado Estevam Soares a missão de tirar o time da incômoda posição em que se encontra.



Equipe mal montada? Movimento orquestrado da pseudo-torcida? Corpo mole por parte de alguns atletas? Suspeitas existem aos borbotões. Aliás, corre um comentário de que houve um movimento por parte de alguns jogadores para derrubar um determinado membro da comissão técnica, que seria uma espécie de "leva-e-traz" infiltrado pela diretoria (coisa que a boleirada não admite). E a forma mais eficaz para derrubar alguém é o tal do "corpo mole" já citado acima. O problema é que o nome que vai para o buraco é o da Portuguesa. Quem cai é o time, eles não. No ano que vem, algum lacaio/empresário leva o jogador para algum time da Bielorrússia ou da Ucrânia, em troca de alguns caraminguás.

A saída do Benazzi foi o maior dos erros, ainda mais da forma que foi: não foi por causa do trabalho mal feito, mas por causa da pressão exercida pela organizada, que não mais o queria à frente da equipe. Para o gol, não há titular absoluto. Ora joga o Sérgio, ora o André Luís. O único zagueiro de bom nível, Bruno Rodrigo, está em má fase. Na lateral esquerda, o recém-chegado Athirson é a terceira tentativa de encontrar alguém que preencha a lacuna deixada com a saída de Leonardo. No meio só o Preto joga e, no ataque, Jonas deve estar sofrendo de solidão.

A troca constante de comando, mais a chegada de jogadores no decorrer do campeonato, só mostram a que ponto chegou o desespero dos dirigentes lusos. É como diz aquele samba do mestre Cartola: "Em cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares, estás à beira do abismo. Abismo que cavaste com seus pés".

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sobre a arrogância

Não sou fã do presidente Lula. Inclusive, me incluo entre os que reprovam seu governo. Suas declarações também não me agradam, mas como estamos numa democracia, há que se respeitar os que acham o contrário. Mas hoje ele deu uma dentro ao criticar a indolência dos jogadores da Seleção Brasileira. Inclusive elogiou o espírito aguerrido da Argentina, em especial do atacante Messi, que quado perde a bola, segundo suas palavras, sai correndo até recuperá-la ou fazer falta, enquanto os nossos cruzam os braços.

Nunca na história desse país alguém que apenas disse o óbvio foi tão feliz. Eis que vem o goleiro Júlio César, todo melindrado, e sugere que o mandatário maior renuncie à presidência e, já que gosta tanto, vá morar na Argentina. Foi de uma arrogância gigantesca. Some-se a isso o celular atendido pelo Ronaldinho Gaúcho no pódio, em Pequim, e a conturbadíssima saída do Robinho, do Real Madrid, e constataremos que a prepotência anda em alta no nosso escrete.


Mas engana-se quem pensa que isso é um fato novo. Na Copa de 50, os jornais declararam o Brasil "Campeão do Mundo" no dia da final, e deu no que deu, deu Uruguai. Em 74, quando perguntado ao Zagallo, então treinador da Seleção, se ele conhecia o time da Holanda, a sensação daquele mundial com seu "Futebol Total". A resposta ouvida foi um "nós somos os tricampeões do mundo! Eles que se preocupem som a gente", ou qualquer coisa nesse sentido. Pois bem, assistimos a uma aula de como se joga bola, e a Holanda seguiu no Mundial.

Na última Copa a comissão técnica da Seleção abriu mão de treinos técnico e táticos para dar lugar ao famoso "dois toques", do qual o Zagallo é adepto fervoroso, mais a badalação digna de uma boy band. Inclusive o próprio técnico Parreira entrou no clima, dizendo que ali não ocupava o cargo de treinador, mas de gerenciador de talentos. Fê-lo muito mal, por sinal, e o que se viu foi uma sequência de episódios deprimentes, que culminaram com a precoce eliminação (de novo pelos pés do gênio Zidane) daquela que foi tida como a melhor seleção que se formou no país depois do espetacular time de 82.

Não acredito que o Brasil consiga a proeza de não se classificar para a Copa, mas é bom esse bando de ensimesmados, que se julga acima do bem e do mal por fazer parte de uma pseudo-seleção, abrir os olhos, antes que seja tarde. Afinal de contas, não é só no dicionário que a arrogância precede o fracasso.

sábado, 30 de agosto de 2008

E a luz, quem apaga?


Torço pra Portuguesa desde 1985, aos 7 anos, idade em que comecei a acompanhar o futebol, embora minha memória mais remota me remeta a 1984, ano em que o Santos foi campeão paulista. Por sorte, sem qualquer influência na minha escolha clubística.

Ainda me lembro da escalação da Lusa: Serginho, Luciano, Luís Pereira, Mauro e Alberis; Célio Bagre, Toninho e Edu; Toquinho, Jones e Esquerdinha. O técnico era o Jair Picerni. Chegamos à decisão contra o São Paulo, que alinhou com Gilmar, Zé Teodoro, Dario Pereyra, Oscar (que dupla de zaga!) e Nelsinho; Márcio Araújo, Silas e Pita; Muller, Careca e Sidney. Eram comandados pelo Cilinho. Apesar de termos mais time, perdemos ambos os jogos daquela final. No segundo o Edu quase fez um golo antológico, do meio do campo. A bola, caprichosa, preferiu beijar a o travessão por duas vezes a aconchegar-se nas redes do goleiro Gilmar.

Antes que você, caro leitos, pergunte "e daí?", explico a razão dessa introdução: todos esses jogadores citados marcaram época na Lusa, não por terem chegado a uma decisão – o que, em se tratando de Portuguesa de Desportos, é um acontecimento e tanto –, mas por terem, apesar do sucesso, esquentado lugar no clube do Canindé. O mesmo se aplica aos do Tricolor, exceto pela escassez de títulos.

Bons tempos aqueles em que o sonho de qualquer jogador do interior era jogar num grande clube da capital. Aí passava três, quatro anos ou mais, para depois rumar para o exterior, no caso dos melhores. Aos outros, restava rodar por equipes menores, mas sempre no Brasil. Tempos em que qualquer torcedor sabia de cor e salteado a escalação do seu time, seja ele a Portuguesa, o São Paulo, o Grêmio, o Vasco.

E hoje? Até outro dia a formação do time era igual iogurte, com prazo de validade de seis meses. Hoje, nem isso. A Lusa, por exemplo, começou o Nacional com Diogo e Christian no ataque, e antes do primeiro turno acabar os titulares já eram Jonas e Washington. E no ano que vem? Só Deus sabe.

O que todo mundo sabe é que, a cada janela de transferência – pelo tamanho do estrago que causa, deveria chamar-se portal –, o pé-de-obra (com licença, Mauro Beting) qualificado vai embora, e o desqualificado também. O que sobra aqui é o terceiro escalão da boleirada. Até as categorias de base estão servindo aos clubes do exterior. Os nossos viraram meros fornecedores para os times de fora que, por meio de empresários mal ou muito mal intencionados que levavam o produto acabado. Levavam, pois agora levam, além do produto pronto, a matéria-prima, a semente e até o adubo.

Soluções para estancar esta sangria desatada existem. Uma delas seria a adequação do nosso calendário ao europeu. Assim, pelo menos durante o campeonato, as equipes seriam preservadas, como a paciência do torcedor, que, no fim das contas, é a razão de ser dos times de futebol.

Ah, se um dia eles, torcedores, percebessem...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Medalha de lata

Vergonhosa. Lamentável. Bisonha. Ridícula. Esses e outros adjetivos que o valham podem  perfeitamente ser usados para definir a participação da pseudo-Seleção masculina de futebol na Olimpíada de Pequim.

A começar pela preparação, pois o "treinador" foi definido pouco antes dos jogos. Se com o treinador foi assim, dizer o quê dos jogadores? Não houve tempo pra que se fosse ajeitada a equipe brasileira. Não havia sequer uma equipe!

O que se viu foi um catado. Não houve amistosos contra seleções gabaritadas, apenas um joguinho mequetrefe contra a seleção do Campeonato Brasileiro, outro mais sem-vergonha ainda contra um catadão do Rio, mais dois pseudo-amistosos contra pseudo-seleções. Sem contar a ação entre amigos pra recuperar e dar ritmo de jogo ao ex-melhor do mundo Ronaldinho Gaúcho - a propósito, ele ainda vive daquele gol que marcou contra a temida e igualmente garbosa Venezuela, na Copa América de 99, e do gol espírita que fez no Seaman, pelas Quartas-de-Final da Copa de 2002.

Quem agradeceu foi o Milan, seu novo clube. O gaúcho, aliás, jogou o de sempre, ou não jogou, o que, cá entre nós, é a mesma coisa. Apareceu (pouco) no formidável amistoso contra o Vietnã. Já contra a violenta Bélgica e seu ferrolho quase não foi notado em campo. Assim foi contra a China e a Nova Zelândia, também. Já no jogo que definiu o destino tupiniquim, contra nuestros hermanos, no único jogo de verdade, ficou tocando a bola horizontalmente. Escondeu-se do jogo e pra falar a verdade, só foi notado quando atendeu o telemóvel, no pódio. Isso mesmo: no pódio! Foi sintomático! Serviu pra que nós, meros e tolos torcedores, víssemos a importância que essa gente dá para a Seleção. Um verdadeiro papelão.

E pra coroar o espetáculo dantesco protagonizado por nossos "heróis", deram uma banana pro COI e foram receber as medalhas usando a camisa com o distintivo da CBF, que o mesmo órgão proibira, coberto com uma espécie de adesivo ou qualquer coisa que o valha. Quem eles pensam que são? Quiseram peitar o COI, da mesma forma que peitaram a história do futebol brasileiro.


Restou-lhes engolir a própria empáfia e aplaudir a bicampeã Argentina, que se preparou decentemente e fez por merecer a honraria.

Pequim - 2008

Acabamos de assistir, na manhã de domingo, à maior e mais bem sucedida edição dos Jogos Olímpicos, dessa feita na sua 29ª edição, se contarmos apenas a era moderna, desde Atenas'1896.

tudo beirou a perfeição, desde a infraestrutura, passando pelas moderníssimas e belíssimas - e quantas mais "íssimas" couberem - instalações para a prática dos esportes, indo até a cerimônia de encerramento. Um espavento só! É claro que falhas aconteceram. Como o erro imperdoável de sumirem com a vara da saltadora brasileira Fabiana Mürer, o que fez com que ela perdesse completamente a concentração e ficasse alijada da disputa por medalha. Mas convenhamos, não foi suficiente para ofuscar o brilho dos jogos.

Brilho, aliás, que ficou intenso como nunca graças às performances quase que sobrehumanas dos super atletas Michael Phelps e Usaim Bolt, que pareciam ter saído das histórias em quadrinhos nas peles dos heróis Aquaman e The Flash.

Não tão brilhante foi a parte que coube ao Brasil. Nunca levamos tantos atletas para os jogos, não só em quantidade, mas também em qualidade.

Pelo menos era a impressão inicial. Esperava-se, pelo menos, igualar o desempenho de Atenas’04, quando tivemos cinco ouros, mas subimos ao lugar mais alto do pódio apenas três vezes. É verdade que pela primeira vez foram conquistadas medalhas individuais por parte das mulheres, com o bronze da judoca Ketelyn Quadros. Mais dois bronzes, de Natalia Falavigna no taekwondo, e Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na vela, e o ouro de Maurren Maggi no salto em distância confirmaram a evolução do nosso esporte feminino. Isso sem contar a inédita vitória de nossas meninas do vôlei de quadra. A outra vitória veio nas piscinas do espetacular cubo d’água, nos 50 metros livres, pelas mãos, ou melhor, braçadas do paulista César Cielo, que também foi bronze nos 100 metros livres, enquanto todos os nossos holofotes estavam virados para Tiago Pereira, pelo sensacional desempenho no Pan do Rio de Janeiro. Esperava-se mais do judô - dos três campeões mundiais, só Thiago Camilo subiu ao pódio -, do atletismo, da ginástica artística. No vôlei (tanto o de quadra quanto o de praia) e no futebol as medalhas vieram. Na vela também. A cor aguardada, no entanto, era outra.

Ficou a impressão que, nos momentos decisivos, ainda não temos a frieza dos grandes. Vejam o caso de Phelps, por exemplo. Antes dos jogos ele disse, pra quem quisesse ouvir que ganharia os ouros em tantas quantas fossem as provas em que viesse a competir. E conseguiu, a despeito da pressão que resolvera trazer para si. Assim como Daiane dos Santos sucumbiu há quatro anos, Diego Hypólito, campeão mundial, como ela, também falhou quando não podia. Talvez por excesso de confiança, dado que a manobra na qual caiu não era das mais complicadas. Jade Barbosa parece já entrar derrotada, ainda falta-lhe controle emocional.

A esses, foram dadas todas as condições. Nesses casos, e em casos similares, deve haver cobrança. Outro que também ficou aquém do que poderia apresentar foi o triplista Jadel Gregório. Atletas polêmicos, como ele, têm que se sobressair para assim justificarem a força de suas personalidades. Aliás, desde que inventaram essa tal “personalidade forte”, acabaram os arrogantes e prepotentes.

Quem também viu o ouro bater na trave, literalmente, foram as meninas do futebol. Mas desde já, devem ser absolvidas de quaisquer tipos de cobrança, dada a total falta de apoio tanto por parte da CBF quanto por parte da imprensa, que sequer cobre os pouquíssimos amistosos da seleção. O mesmo não se deve dizer dos “homens”, mas isso é pano pra outra manga.

Enfim, o saldo não foi dos piores, mas ficou bem abaixo do que era esperado, e do que era possível. Que sirva de lição para Londres, daqui há quatro anos, quando alguns dos que estiveram em Pequim estarão quatro anos mais velhos, mas também quatro anos mais experientes.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Inesquecível

Eu freqüento estádios de futebol desde os 7 anos, idos em 1985. Ainda lembro-me da primeira vez em que eu fui a um. Foi contra o Marília, numa belíssima tarde de sábado. Meu tio Albano chegou ao bar do meu pai (como todo bom português meu pai é comerciante) e anunciou:

-Ó, Tino, eu vou levar o Marquinhos ao jogo da Lusa!
-Ué! Vais lá fazer o quê, ó pá?- respondeu perguntando meu querido pai, estranhando a novidade.
-O miúdo já tem 7 anos. Já está na hora de ir ver a Lusa, antes que vire corintiano.

Já imaginaram isso? Eu, corintiano?! Ainda bem que meu tio intercedeu antes de qualquer risco.

Ora muito bem! Fomos e a Lusa ganhou por duas bolas a zero, como se diz em Portugal, golos de Toquinho e Toninho, este o meu primeiro ídolo luso. E o primeiro herói é inesquecível, assim como o primeiro amor - seu nome era Fátima, uma menina com quem eu estudava, que - é lógico! - nunca soube disso. 

Dali a uma semana, voltamos ao Canindé, para a partida contra o São Bento, de Sorocaba. E ganhamos. 5 a 1! Fora o baile! Toninho (2), Jones, já falecido (também 2) e Edu fizeram nossos golos. O do São Bento, eu não faço idéia, nunca fiz (e quem faria?). Foi a minha primeira goleada. Desta vez, tivemos o “reforço” do meu irmão mais velho, Mário, o maior “pé-frio” que já tive a oportunidade de conhecer, pois aquela foi a primeira e única vitória da Lusa que ele acompanhou no estádio em mais de 20 anos e o tio Albano bateu o carro na volta.

Até os 14 anos, eu somente ia acompanhado por algum parente mais velho, seja ele o meu pai, ou algum dos meus tios (somos todos lusos, graças a Deus). Um dia, eu disse à minha mãe que iria sozinho ao Canindé assistir à Portuguesa contra a Ferroviária. Minha mãe, é claro, duvidou:

-Você? Ah, tá bom! Você nunca vai sozinho ao estádio!

Pois é, eu fui. E vencemos por 2 a 1. E de virada! Golos de Marquinhos e Caio, batendo pênalti e “comemorando” falando barbaridades para a até então insatisfeita torcida, inclusive eu.

Tudo na vida tem a primeira vez, e é inesquecível, como o primeiro ídolo, a primeira vitória, a primeira goleada. E a primeira final, que foi contra o São Paulo, no Paulistão de 1985. Perdemos por 3 a 1, e tínhamos mais time.

Marcaram o grande Careca, por duas vezes, e Dom Daryo Pereira. Jorginho fez o gol de honra da Lusa, quando já perdíamos por 3 a 0, e só eu levantei para comemorar.

A primeira derrota também é inesquecível, e como dói.

Passou-se, então, 22 lentos e longos anos para que eu novamente pudesse assistir, no estádio, a uma decisão, até porque em 1996 caiu o mundo em forma de água e eu fiquei ilhado, a caminho do Morumbi. E pela primeira vez, decidiríamos em nosso próprio campo! Evidentemente eu não poderia deixar de ir. E fui, ou melhor, fomos: Três primos, dois amigos, eu e... meu irmão! Imaginem: meu irmão, o “pé-frio”.

Não é implicância minha, não. Outro dia, fomos ver Lusa x Náutico, pela fase final da série B de 2005, com o pé na Primeirona, e perdemos! No ano seguinte, jogo de vida ou quase morte contra o Ceará, valendo a sobrevivência (quem diria?) na Segundona. Lá fomos nós, e nova derrota. Pois é, o pé do Mário é de lascar.

Mas voltemos ao jogo: Um domingo impecável, 10 horas da manhã (isso lá é hora de ter jogo?). Chegamos em cima da hora, e não havia mais ingressos (olha o pé-de-gelo em ação). Fomos, então, ver o jogo no bar da sueca – quem conhece o Canindé sabe onde fica. Quando faltava pouco para o fim da 1ª etapa, ainda um 0 a 0 arrastadíssimo, fomos dar uma espiada num jogo de malha da equipe da Lusa, que é imbatível. Foi só a gente encostar pra ver o jogo e... Pronto! 4 a 0 pra equipe do Santa Amália - acho que era esse o adversário, mas quem se importa? 

Pra evitar maiores tragédias, tiramos o Mário de lá e fomos tentar a sorte grande e entrar no jogo. E não é que conseguimos? E nas numeradas, na faixa, e graças ao Mário! Foi ele quem conversou com um conselheiro que estava no portão. E ainda vimos os 4 golos da final, golos estes que me deram o meu primeiro título de campeão. E que delícia é ser campeão. Melhor que uma boa posta de bacalhau com batatas no azeite, acompanhadas por um caneco de vinho maduro ao som das desgarradas do Alto Minho, ou um fado da Amália Rodrigues.

Tudo na vida tem a primeira vez, e é inesquecível, como o primeiro ídolo, a primeira vitória, a primeira goleada, ou a primeira derrota, o primeiro amor (por onde andará a Fátima?), o primeiro álbum de figurinhas completo, e o incompleto também, e é claro, o derretimento da camada de gelo do pé do meu irmão.

Coisas do aquecimento global.