quarta-feira, 25 de abril de 2012

Nossa Revolução dos Cravos


Ontem, 25 de Abril, fez 38 anos a revolução que pos fim ao Regime Salazarista em Portugal. Na ocasião, o inferno já tinha se encarregado de receber o ditador António de Oliveira Salazar. Marcelo Caetano era o primeiro-ministro quando os capitães fizeram a Rádio Renascença tocar Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso, que era o sinal para que as tropas avançassem.

Ontem, 25 de abril, a Portuguesa entrou em campo pela primeira vez depois do vexatório rebaixamento no Paulistão, para enfrentar o Bahia, pelos oitavos-de-final da Copa do Brasil. Como o Tricolor da Boa Terra não é nada disso e ainda veio desfalcado, o placar foi um previsível e enfadonho 0 a 0.

Não temos mais Jorginho e agora nosso treinador é Geninho, que acabou de cair no mesmo campeonato com o Comercial, o que mostra que não devemos fazer algo muito melhor do que temos feito, até porque a mentalidade dos nossos Salazares e Caetanos segue emperrada, arcaica, obsoleta.

Que a data inspire nossos capitães a promover a nossa Revolução dos Cravos, mas que seja tão pacífica e eficaz quanto à da primavera portuguesa de 1974.

sábado, 21 de abril de 2012

Nada de favas contadas

Muito se fala sobre a qualidade técnica dos campeonatos regionais, que não existe competitividade entre os clubes. Acredito que sim, existe certa disparidade técnica entre as agremiações.  Neste final de semana acontece a fase quartas de final do Paulistão 2012. Quatro confrontos, que muitos já dão como favas contadas. Acreditam que só o Palmeiras terá dificuldades diante do Guarani, em Campinas.

Não sou desses. Como dizer que um campeonato estadual é fraco, quando sete dos oito clubes finalistas estão na elite do futebol brasileiro ou na Série B nacional? E mais, como dizer que as semifinais já estão praticamente definidas com equipes tão bem estruturadas?
Hoje, sábado, São Paulo e Bragantino no Morumbi. Favoritismo tricolor, com certeza. Mas nada de definição. Marcelo Veiga treina a equipe de Bragança há mais de cinco anos, um trabalho que mantém uma escola defensiva forte e uma bola aérea perigosa desde sempre. Romarinho é a grande esperança.
Amanhã, Corinthians e Ponte Preta. Duas equipes da Série A do Brasileirão. Assim como o tricolor, o alvinegro da capital tem total favoritismo. Só não podemos desprezar o belo trabalho realizado por Gilson Kleyna no comando técnico da Macaca que culminou com o acesso.  A Ponte vai encarar o Corinthians, sem dúvidas.
De todos, o que mais acredito que o grande terá facilidade. Santos e Mogi Mirim na Vila Belmiro. A equipe visitante fez uma campanha interessante, tem o artilheiro da competição, Hernane. Mas dentro do caldeirão da Baixada tudo ficará mais difícil. Neymar e Ganso devem decidir.
O último e mais equilibrado. Guarani e Palmeiras, o grande falhou, errou demais no final da primeira fase. Como penalidade jogará em Campinas, no Brinco de Ouro. Jogo aberto, assim como no primeiro jogo entre as equipes. O Bugre mostrou uma equipe bem acertada e competitiva.
Um jogo para definirmos as semifinais do Paulistão. Disparidade sim, equilíbrio sempre. Não cravo os confrontos, apenas digo, sem medo de errar: facilidade só na teoria, fora das quatro linhas.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sem rumo, sem nada

A Portuguesa deu mais uma mostra de que está perdida. Após acertar a chegada do ex-técnico Candinho para ser o gerente de futebol do clube, anunciou a saída de Jorginho do comando da equipe, na mesma semana em que garantiu sua permanência.

A Lusa não conseguiu manter o time que brilhou o ano passado e, como de costume, perdeu o bonde da história, desperdiçou a chance de crescer, a exemplo do que aconteceu com a geração de Dener e com o time de Rodrigo Fabri e Zé Roberto, só pra citar alguns casos.

As últimas atitudes tomadas, como o afastamento do goleiro Wéverton por causa da negociação com o Atlético Paranaense e de cinco jogadores durante o campeonato, menos de três meses depois de contratá-los na certeza de que deixariam o time mais forte, mostram que a Lusa está sem rumo, sem planejamento, sem nada, e o nome Barcelusa, de boa sacada, passou a ser motivo de chacota.

Medidas drásticas não são o melhor caminho. Normalmente são tomadas no calor do momento, com o perigoso tempero do destempero. No entanto, a direção do clube, que se instalou e não sai de lá de jeito nenhum, já provou que não entende de tocar um clube cujo carro-chefe é o futebol.

domingo, 15 de abril de 2012

Associação Inacreditável de Desportos

Hoje a Portuguesa voltou a envergonhar sua torcida. Inacreditavelmente, após um ano de 2011 primoroso, jogou a história que escreveu no lixo ao ser rebaixada no Paulistão.

Este impensável descenso, para quem entrou no certame pensando em título, tem explicação. Aliás, uma explicação até simples de ser feita. A Portuguesa caiu porque montou um time muito abaixo da crítica. Contrataram jogadores ruins para as posições erradas.

É óbvio que não dá para acreditar que um time que perdeu peças importantes e que não as repos possa chegar longe, mas mesmo assim não dava pra começar o ano aceitando a ideia de brigar para não cair, mas por merecimento a queda ficou de bom tamanho.

Da mesma forma que não dá para isentar a comissão técnica. Se o futebol fabuloso apresentado no ano passado tinha muito do treinador, o anti-futebol deste ano também tem. Desaprendeu? Não, claro que não. Mas foi ele, Jorginho, quem dispensou alguns reservas que fizeram falta, mandou contratar jogadores que não têm a menor condição de jogar na Lusa e, por último, afastou um goleiro muito bom tendo um péssimo reserva. Reserva, aliás, que o próprio Jorginho mandou contratar.

Não é hora de procurar pelo culpados. O momento é, sim, de encontrar soluções. E uma delas é mudar essa política burra de trazer jogadores que não servem para os outros grandes, além de aproveitar o Paulistão para ver quem serve. Inclusive a direção. 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A vaca voltou do brejo

Nesta quinta-feira fui ao Canindé assistir ao jogo de volta entre Portuguesa e Juventude, pela Copa do Brasil. Dadas as últimas atuações do time de Jorginho, minha expectativa era a pior possível. Afinal, a Lusa teria que desfazer uma vantagem de dois gols dos gaúchos. Não que o time do Juventude seja lá essas coisas, o que, definitivamente, não é, mas a nau lusitana não tem navegado em águas calmas.

O começo do jogo foi complicado e feio. A Portuguesa tentava atacar, mas faltava profundidade para criar hipóteses e o Juventude se defendia mal e porcamente e sequer ameaçava a meta novamente defendida pelo seguríssimo guardarredes Wéverton. Tudo dentro do previsto.

Mas aí a Lusa achou, na raça, um pênalti duvidosíssimo, para não chamar de inexistente. Ricardo Jesus foi chamado à prova e não falhou, faturando a primeira da noite. No segundo tempo viriam outras duas, e até o normalmente ruim Rai marcou o dele.

Apesar da falta de qualidade do adversário, a postura da Portuguesa foi diferente, sobretudo no segundo tempo. Foi um time confiante, forte, que dominou completamente as ações durante quase todo o jogo. Contra o Linense, o time não foi mal e só não venceu por conta de falhas individuais.

Assim a Lusa segue sua inacreditável sina de ser a Associação Improvável de Desportos. Quando a vaca parecia que tinha ido para o brejo, resolveu voltar. Domingo, porém, é vida ou morte. Se a vaca lusitana deitar em Mirassol, não quero nem imaginar o que nos reserva o futuro. 


domingo, 8 de abril de 2012

Compreensível

E a Lusa segue desfiando seu rosário de penas (como se diz no famoso fado de Alberto Janes, imortalizado na voz da também imortal Amália Rodrigues) na temporada. Hoje foi a vez de perder dois pontos praticamente ganhos em casa, contra o Linense.

O jogo foi morno, o adversário era limitado e, mesmo assim, a Portuguesa não foi competente para ganhar. Não que tenha jogado mal, pois dominou 90% das ações. Não venceu porque, principalmente, não tem goleiro.

Rodrigo Calaça é um esboço muito mal feito de guardarredes. Foi reserva a vida toda e veio pra Lusa também para ser o regra 3. Como Wéverton, o antigo titular, resolver sair, acabou ganhando a titularidade praticamente do nada. Acontece que ele, Calaça, não tem a menor condição de ser sequer o terceiro goleiro da Portuguesa. Falhou contra Santos, Ponte Preta e Juventude. A falha contra o Linense, que custou-nos dois pontos, foi a cereja do bolo. Um bolo que pode custar caro, muito caro. 

Podem dizer que ele pegou pênalti. Sim, pegou, mas eu também os pego. A grande penalidade, aliás, é o sonho de todo goleiro ruim. Se não pegar, a culpa passa-lhe ao largo. Se defender, vira herói. E Calaça esteve a um passo de virar herói na tarde deste Sábado de Aleluia. Não virou porque voltou a ser a calamidade de sempre ao sair de forma estabanada em uma bola quase morta, dando um golo de graça para o adversário.

Mesmo assim, não é dele que se deve cobrar. Afinal, o "goleiro" não tem como dar mais do que pode, ainda que seja tão pouco. A conta deve ser enviada, pois, para quem o contratou. A diretiva lusa e o técnico Jorginho são os responsáveis pela sua vinda, mesmo sabendo que ele foi reserva de gente como Harlei, no Goiás, e Magrão, no Sport.

Assim como foram eles que montaram este time medonho, que veste uma camisa igualmente tenebrosa. Uma sucessão de erros que pode culminar com um rebaixamento impensável, mas perfeitamente compreensível.  

sábado, 7 de abril de 2012

Copo vazio

Hoje, no Canindé, a Portuguesa entrará em campo outra vez. Dessa vez, o adversário é o Linense, que briga por vaga na Série D do Campeonato Brasileiro. Nem é necessário dizer que o jogo deve ser encarado como decisivo, uma vez que, caso perca de novo, o que é muito provável, a Lusa estará com um pé e meio na Série A2 do Paulistão.

Ficar malhando o time, a diretoria e o técnico Jorginho virou obviedade. É evidente que o trabalho foi equivocado. O próprio treinador admite que as contratações foram infelizes, tanto que dois dos "reforços" já foram devolvidos e outros quatro não fazem parte dos planos e só não estão afastados do elenco por questões jurídicas. Isso sem contar os que deixaram claro que não têm a menor condição de envergar a camisola lusa.

Por mais que tentemos ver o lado positivo, está difícil. É óbvio que é melhor encontrar os inúmeros defeitos do time agora do que fazer um Paulistão nas coxas, se classificar com um gol nos acréscimos e ser eliminado logo depois, e achar que com este time dá pra jogar a elite nacional, mas acontece que o negócio é feio, muito feio. A Copa do Brasil, pelo visto, já foi e o fantasma do descenso no estadual é real. Além do mais, da forma que está, a questão não é se o time será rebaixado no Brasileirão, e sim saber se a Lusa fará a pior campanha da história.

Por menos que eu creia nisso (a história recente da Lusa faz questão de me mostrar), tomara que seja uma fase ruim e necessária, e que um grupo forte defenda a Portuguesa no Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, por enquanto,  o copo está vazio, muito vazio.