Um nome conhecido voltou à baila recentemente por dois
motivos distintos: a eleição de um dos maiores clubes do mundo e uma das
maiores sacanagens da história: Carlos Miguel Aidar.
Aidar é o candidato da situação no pleito do São Paulo.
Figura histórica do Tricolor, foi Aidar um dos principais responsáveis pela
criação do Clube dos 13, lá nos anos 1980. Graças a Aidar foi criada a Copa
União, que deixou como legado o futebol para a Rede Globo, além da primeira
prova inconteste da incompetência dos dirigentes brasileiros para gerir um
campeonato sem a chancela da CBF ou de outra entidade-mamadora-nas-tetas-dos-clubes,
como é a FPF, só para dar um exemplo.
Durante anos, por causa da disputa com o Flamengo (time do
coração de Ricardo Teixeira) pela Taça das Bolinhas, o São Paulo viveu às
turras com a CBF. Depois que o Don Corleone largou o osso e a cadeira em favor do
amigo da medalha alheia, o time da fidalguia
paulistana se reaproximou da entidade máxima do ludopédio tupiniquim.
Agora Aidar é o advogado contratado pela CBF para cassar as
liminares que a obriga a restituir o resultado aferido dentro de campo no
Brasileirão-13. Além de ser o escolhido pela entidade para defender, segundo
suas próprias palavras, a decisão do STJD, que é (ou deveria ser) teórica e
estatutariamente independente, se presta ao triste e rasteiro serviço de porta-voz
das ameaças vindas da Barra da Tijuca.
Mas se engana quem pensa que é recente o histórico de Carlos
Miguel Aidar quando o assunto é afrontar a gente do Canindé. Foi Aidar o
responsável pela Portuguesa ter sido posta à margem na concepção do Clube dos
13, fato que a alijou da disputa do primeiro campeonato com virada de mesa do
país, a Copa União, aquela concebida por Aidar, em 1987 (em 86 o Botafogo não
atingiu a pontuação necessária para garantir em campo o seu lugar na elite,
coisa que América-RJ, Guarani e Portuguesa fizeram com sobras).
É imoral e promíscua a relação dele com a CBF. Ora, se for o
presidente do São Paulo, como poderá opor-se à CBF em alguma contenda? Ah, mas o Marin
criou-se no São Paulo, né? Sim, e na ditadura também. E na aristocracia que
manteve a ditadura, como assim também foi com a Globo, que tem interesse em ter
o Tricolor carioca na Série A. Os retalhos estão aí. É só costurar.