PREDADOR O olhar de quem mira a próxima presa (Foto: Miguel Riopa) |
Conta a história que um peregrino estava passando por Barcelos a caminho de Santiago de Compostela, mas, acusado por um crime que não cometeu, foi condenado à morte. Ele garantiu que um galo já morto cantaria na mesa do juiz para provar sua inocência. E o milagre, obviamente, aconteceu, ou então não haveria história para ser contada.
Na entrevista antes do jogo da mesma Barcelos, contra o Gil Vicente, Bruno Lage disse que além de vencer para voltar à liderança perdida à condição para o Porto, era preciso também jogar bem. Sabemos que jogar bem é algo subjetivo e depende exclusivamente do gosto do freguês. E que milagres nem sempre acontecem, ou então não seriam milagres.
Na entrevista antes do jogo da mesma Barcelos, contra o Gil Vicente, Bruno Lage disse que além de vencer para voltar à liderança perdida à condição para o Porto, era preciso também jogar bem. Sabemos que jogar bem é algo subjetivo e depende exclusivamente do gosto do freguês. E que milagres nem sempre acontecem, ou então não seriam milagres.
Contra uma equipe que permite ao adversário poucas chances de gol (somente os três grandes, Braga e Vitória de Guimarães têm números melhores neste quesito na Liga) e venceu Porto e Sporting em casa, além de ser a única a tirar pontos do Braga de Rúben Amorim, mais do que jogar bem, era importante fazê-lo com inteligência.
Ora muito bem! O Gil Vicente, ao cabo dos 90 e poucos minutos, finalizou mais e teve a bola mais do que qualquer adversário do Benfica teve, mas criou poucas situações em que incomodou concretamente a baliza de Vlachodimos. Muito em função da volta ao 11 encarnado de Samaris, o que impediu que a frágil defesa benfiquista fosse pressionada como acontece com equipes com argumentos ofensivos mais sólidos.
A Bruno Lage, agora, compete fazer com que o jogo possa ser construído a partir dos centrais, ocupando os adversários com preocupações defensivas antes de marcar no que os analistas modernos chamam de primeiro terço do relvado. Se conseguir, veremos Taarabt a receber bolas limpas e fazer com que Rafa e Pizzi estejam em grande novamente, o que significa dizer que não haverá adversário páreo em Portugal.
Na mesma coletiva pré-jogo citada no início deste texto, Lage disse que o Benfica precisava também reencontrar o equilíbrio, que é ser eficiente tanto no ataque quanto na defesa. O equilíbrio visto em Barcelos significou criar pouco, mas conceder ao adversário menos hipóteses ainda.
Milagres acontecem em Barcelos, como um galo morto salvar um inocente ou Lage reconduzir Samaris ao time titular. Contra o Shakhtar, na Luz, não há história de galos e peregrinos, mas será preciso vencer, o que, a tirar pelos últimos jogos em competições europeias, será um milagre e tanto.
Milagres acontecem em Barcelos, como um galo morto salvar um inocente ou Lage reconduzir Samaris ao time titular. Contra o Shakhtar, na Luz, não há história de galos e peregrinos, mas será preciso vencer, o que, a tirar pelos últimos jogos em competições europeias, será um milagre e tanto.
Vlachodimos: mais três pontos na conta dele;
Tomás Tavares: não andes mais a testar o coração de toda a gente com passes como o que deste ao Rúben Dias aos 89 minutos. Ai, ai, ai!
Rubén Dias: voltou a merecer a alcunha de "futuro melhor zagueiro do mundo". Tudo bem que foi contra o Gil Vicente, mas deixem lá;
Ferro: ora viva! Tirou a fantasia de Ilori. Já não era sem tempo;
Grimaldo: vendo pelo lado do copo meio vazio, dois jogos seguidos sem causar pânico significa que a próxima fífia não tarda;
Samaris: como na época passada, ficou jornadas seguidas de fora, voltou como se nunca tivesse saído e arrumou o time. Só falta voltar a formar a dupla com Florentino (Chiquinho: cinco minutos mais para contar aos netos quando o assunto for o tempo em que jogou no Benfica);
Weigl: talvez os 20 milhões investidos para trazê-lo da Bundesliga façam o mister titubear em deixá-lo fora do 11, mas a adaptação ao nível superior da Liga Portuguesa poderia ser feita aos poucos, de preferência no banco às vezes (esperamos que entendam a ironia dessas linhas). De começo, alguém que fale alemão pode sugerir a ele que tente passes para a frente também. Nem precisa ser sempre, um ou dois por jogo bastam;
Taarabt: por pouco não deu tranquilidade à malta de vermelho quando dominou uma bola um tanto arredia com o peito, tirou um gajo da frente com um chapéu e catapimba! Quase deitou abaixo o travessão. Foi um lance típico de quem perdeu a paciência por ter que fazer quase sozinho o serviço de outros 10. Calma lá, Adel, que o Samaris já voltou;
Pizzi: novamente abaixo do que já fez nesta época, mas já andou um bocadinho melhor do que nos últimos jogos, para não dizer neste mês quase todo;
Rafa: tende a jogar mais com o time equilibrado. Também tende a ir para o banco se não o fizer (Cervi: como é bom ter no banco um gajo que não reclama do tempo em que não joga e, quando entra, dá tudo o que tem em campo. Talvez precise melhorar a finalização? Sim, mas não podemos ter tudo, não é?);
Vinicius: ainda andou a tropeçar na bola, mas voltou aos golos. Pode também tentar caprichar na colocação, ficar um pouco menos impedido e voltar a marcar contra equipes fortes, como será o Shakhtar. Afinal, de adversários fracos, teremos quem até o fim da época? O Sporting? (Dyego Souza: vais a somar minutos em campo sem precisar se preocupar com os golos. Guarde-os para maio, no Jamor, sff);
Bruno Lage: já terminamos uma partida sem sofrer golos, professor. Que tal terminar uma a marcar dois ou três?
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