quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tesão pela vitória

Se existe uma coisa que não sou é injusto. Normalmente eu vivo criticando a Portuguesa, por razões que não preciso repetir. Mas hoje, contra o América mineiro, ela foi valente. Não é sempre que vemos uma vitória assim, com brio, com colhões, com tesão por ela.
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Vadão mexeu no time. Barrou Acleisson (que está de saída, graças a Nossa Senhora de Fátima), Zé Carlos e Athirson, adiantou Marco Antonio, começou com o Rai e escalou o ataque com Malaquias e Fabinho. Não concordo com todas as mudanças, mas o fato é que era preciso mudar.
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No primeiro tempo teve volume de jogo, raça e um golaço de falta do Marco Antonio, na forquilha, coisa linda! Depois do golo foi um caminhão até a tampa de golos perdidos, de todos os tamanhos e modelos: de longe, de perto, na cara do goleiro.
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Aí veio o segundo tempo. Precisando do golo o Coelho foi pra cima, sufocando logo de cara, como era de se esperar. Aí...bom, aí a Lusa voltou a ser Lusa: expulsão grosseira do Gláuber, golo de empate e virada mineira num pênalti bem discutível, tudo assim, de arrasto.
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Em situações assim a vaca rubroverde costuma deitar. Até porque o Vadão não costuma ser lá muito feliz quando mexe no time. Mas hoje não. A Lusa empatou também de pênalti, mais mandraque ainda que o marcado para o América, e virou com um golo do Athirson, que saiu do banco para definir a vitória lusa. Depois da virada começou o show do Wéverton. Goleiraço como há muito não se via no Canindé.
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É claro que a Portuguesa tem problemas. É óbvio que uma vitória ajuda a mascará-los. Mas também é evidente que uma vitória assim recoloca a equipe no caminho da briga pelo acesso. Derrotas e vitórias fazem parte do esporte. A questão é como se chega a uma delas e, neste aspecto, hoje a Lusa foi grande demais. Grande como é sua tradição, sua história. Grande como deve ser o tesão pela vitória.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Incompetência em estado bruto

A Portuguesa superou hoje todos os níveis possíveis de incompetência. Enfrentou um time que estava na zona do rebaixamento, o Bragantino, que é horroroso, e jogou os últimos vinte minutos contra um adversário com dez em campo e sem goleiro. E ainda assim não conseguiu fazer um golozinho sequer.
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Foi uma das piores partidas da Lusa sob o comando de Vadão. Juro por tudo o que é sagrado que não entendo o motivo de ele armar o time com três zagueiros. Não que eu considere retranca, pois libera-se os laterais, teoricamente, mas é necessário que, para jogar com o trio de beques, estes sejam bons. Acontece que os três zagueiros que estiveram em campo são Thiago Gomes, Maurício e Domingos.
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A Lusa é responsável pela 14ª folha salarial do futebol brasileiro, o que não quer dizer, necessariamente, que o elenco seja bom. Domingos, Malaquias, Acleisson e Maurício não tem a menor condição de vestir a camisa da Lusa. Os que têm qualidade sumiram no meio da mediocridade. Athirson, Paulo Sérgio, Marco Antonio, Heverton e Fabrício não fazem um jogo que preste há muito tempo. Dodô está encostado no Departamento Médico e Celsinho, que pediu para voltar ao Sporting mas acabou ficando, nem relacionado tem sido. Não é possível que o Malaquias, que tropeça sozinho, tenha lugar no time e ele não.
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Nem a base, famosa por fornecer jogadores de bom nível, tem ajudado. Nenhum dos jogadores formados nas fileiras rubroverdes parece ter bola para oferecer. Henrique é fraco, Ronaldo não vinga, Jaime é um terror. Guilherme e Jéferson têm poucas chances. Desde o Diogo a Portuguesa não revela alguém que honre a fama de formadora de craques.
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O único jogador que não pode ser contestado é o goleiro Wéverton. Ele tem dado a cara para bater nas derrotas, que têm sido frequentes, e vem catando demais. Sinal de que o time realmente tem problemas. Problemas estes que Vadão não consegue solucionar. Tem escalado errado, mexido mal e parece que perdeu a mão sobre o elenco.
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E o pior é que não adiantaria nada trocar o comando. Há algumas semanas talvez, mas hoje não. Após a derrota de virada para o Sport, eu presenciei alguns torcedores exigindo do senhor Yaúca a saída do treinador. Ele bancou sua permanência, como vem bancando tudo na Lusa há muito tempo. Talvez aí esteja o problema.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O puxão de orelha foi dado



A máscara do Neymar começou a render seus dividendos: hoje ele ficou de fora da lista de convocados do técnico da Seleção, Mano Menezes. É certo como dois e dois são quatro que, na próxima convocação, seu nome voltará a aparecer, mas o fato é que o recado está dado.

Neymar foi mimado desde sempre nas categoria de base do Santos. Infelizmente, tem como empresário Wagner Ribeiro (nem sei se é com "W", mas não tem a menor importância, dado quem é), que já mostrou exercer uma influência questionável nas carreiras de outros jogadores, como Robinho e Lulinha. Por certo irão dizer que o Kaká também fazia parte do casting dele, mas ele, Kaká, tinha berço e educação diferenciada, ao contrário dos demais citados.





Neymar julga-se acima do bem e do mal, principalmente porque foi criado assim. É um pouco complicado cobrar maturidade dele, o que não significa, em hipótese alguma, que se passe a mão no seu estranhíssimo penteado a cada pisada de bola. Ele, por seu talento, já seria naturalmente visado. Com suas atitudes, então, potencializa demais o efeito da marcação adversária. Os árbitros já não caem mais no seu "cai-cai" - com o perdão do trocadilho, horroroso, por sinal - e seu jeito folgado tende a atrair mais e mais botinadas.

O fato é que, como alertou Renê Simões após o jogo da confusão, o monstro foi criado. Cabe a ele escolher o caminho que irá trilhar. Ou leva em consideração o puxão de orelha dado pelo Mano e por toda a imprensa esportiva (que está rareando) dita séria deste país e despe-se da máscara e abaixa a crista e a gola da camisa ou assume o papel lhe concedido pela frouxa diretoria santista: o de dono do time, da bola e do mundo, dando razão ao bigodudo Renê. Caso escolha esta opção, terá que arcar com o seu ônus, que geralmente é alto. E aí, provavelmente, não terá mais seu empresário-eminência parda para defendê-lo.



Porto segue 100% e se mantém líder

*por Thiago Albino
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Jogando fora de casa, o Porto conseguiu manter sua invencibilidade no Campeonato Português. Dessa vez, a vitima foi o Nacional, na Ilha da Madeira, pela quinta rodada do nacional.
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Com os gols de João Aurélio (contra) e Varela, a equipe do brasileiro Hulk abriu quatro pontos de vantagem para o vice-líder, Vitória de Guimarães. Já o Nacional, com essa derrota, caiu para a nona colocação.
.O placar poderia ter sido maior para os visitantes, se não fosse pelo pênalti perdido pelo colombiano Falcão Garcia.

*Thiago albino, 19, é estudante de Jornalismo

Messi fica afastado por cerca de 15 dias dos gramados

* por Thago Albino

O argentino Leonel Messi, que atua no Barcelona, sofreu uma lesão no tornozelo direito, após uma entrada dura de Tomas Ujfalusi, do Atlético de Madri, durante a vitória do time da Catalunha por 2 a 1.
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De acordo com os médicos do clube catalão, o meia sofreu uma distensão no ligamento do tornozelo direito. Com isso, Messi ficará fora das próximas partidas do Campeonato Espanhol, podendo até mesmo não jogar a próxima partida da Liga dos Campeões, dia 29 contra o Rubin Kazan.
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*Thiago Albino, 19, é estudante de Jornalismo

sábado, 11 de setembro de 2010

O tempo

Somos prisioneiros do tempo. Todos nós. É estranha a nossa relação com ele. Desde cedo jogamos contra o relógio, exceto na dita primeira infância, já que, crianças que somos, não temos preocupação alguma, a não ser a de brincar. Deliciosamente despudorados, não nos interessa o que os outros pensam.




A partir daí queremos que ele, o tempo, passe logo para que sejamos tratados de forma diferente. Queremos ser adultos. Os primeiros fios de bigode, então, são um prêmio, valem ouro. Ridiculamente cultivados até que percebamos que não passam de uma tentativa de parecermos mais velhos, apesar do atestado de adolescente recém "pós-imberbe". Logo, o primeiro barbear é um momento solene: aquele monte de espuma para tirar meia dúzia de três ou quatro pêlos mal e porcamente distribuídos (uma ova! espalhados, isso sim) pelo rosto é algo inesquecível.

A tão esperada fase adulta vem acompanhada das cobranças, das responsabilidades. Ah, que saudade do colo da mãe, da proteção do pai, essas dádivas desprezadas na arrogância da adolescência. Daríamos nossas almas pela paz que passou-nos despercebida no tempo.

O tempo, aliás, é um senhor de atitudes curiosas. O melhor da nossa essência é alcançado na maturidade, justamente quando o corpo cobra o preço (ele sempre cobra) dos abusos cometidos nos arroubos da juventude. As noites mal dormidas, os exageros nas farras, nas festas, dos amores eternos que duraram até o cantar do galo, ou nem isso.

A segurança e a serenidade da experiência chegam com o rarear dos cabelos, do ar que nos foge de repente. Vai-se o vigor, vem o cansaço, que pode ser dosado graças à vivência. Somos obrigados a ser safos, pois disto depende nossa própria sobrevivência.

Ele, o tempo, dá com uma mão e tira com a outra. E é nesta maldosa benevolência que trilhamos o caminho que resolvemos seguir. No final do curso o sucesso dependerá da sabedoria amealhada e a forma de como fora empregada.

Ah, o tempo. Tudo gira em torno dele. O tic-tac indelével que nos faz olhar o mundo com os olhos da alma. Quando os olhos falharem, será o coração quem dirá se valeu a pena ou não. E este dia, leitores, virá. Cedo ou tarde. E só o tempo é quem dirá quando.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os tempos eram outros

Hoje, 7 de setembro, a Portuguesa completou sete jogos sem vitória pela Série-B. Dos últimos 21 pontos a Lusa conquistou apenas dois, o que fez com que despencasse da segunda para a nona colocação na classificação. Como no ano passado, vira o turno em jejum de vitórias, em crise e, possivelmente, sem treinador.
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Vadão, nos três últimos anos, subiu Vitória e Guarani. No entanto, parece ter perdido a mão sobre o elenco. Seu estilo "paizão" não surte mais efeito e a nau lusitana segue à deriva, com os comandados amotinados. O próprio grupo já estaria apontando o treinador como o responsável pelo mau futebol apresentado.
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Não bastasse isto, o buraco luso é muito mais em baixo. Temos a maior folha salarial da Série-B, por volta de R$1,5 milhão. Paga-se uma fábula para o Domingos, zagueiro de parcos recursos, apesar de voluntarioso, rasga-se dinheiro com o Dodô, que nunca havia jogado a Segundona e está em fim de carreira, sem contar a grana torrada com o uruguaio Gustavo "El Grillo" Biscayzacu, que nem relacionado para os jogos tem sido. Por baixo, com estes três jogadores, são mais de R$200 mil.
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Embora eu reconheça os méritos de quem pegou a Lusa à beira da falência e hoje consegue pagar os altos salários em dia, não posso furtar-me de ver que, nos últimos oito anos, diputamos a Primeira Divisão uma única vez. Como o carro-chefe do clube é o futebol, tudo o que foi feito visando sanar as dividas do clube fica em segundo plano.
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Faz-se necessário que o futebol seja gerido por gente que, reconhecidamente, entenda do assunto. A Lusa não pode depender da abnegação (e do dinheiro) de um Luis Yaúca, tampouco ser refém de dirigentes que enfiam jogadores pela goela do treinador abaixo. Ou seja, falta é gente de colhões para bater na mesa e mostrar quem é que manda. Como, certamente, faria o saudoso Osvaldo Teixeira Duarte que, por muito menos, em 1972, promoveu a Noite do Galo Bravo, afastando alguns medalhões do time. Pena que os tempos eram outros, os homens eram outros, a Lusa era outra...

Nariz de palhaço

Não que eu acreditasse no uso do Canindé para a Copa, mesmo porque eu sei que os interesses políticos ecoam como sempre, mas não posso deixar de lamentar o fato de a CBF, o governador Alberto Goldman e o prefeito Gilberto Kassab já apresentarem o "Fielzão" como estádio paulistano da Copa sem antes verem os outros projetos, e pior, sem ver os que já existem.

Trata-se de (mais) um tapa na cara de qualquer pessoa que preza a democracia e a decência. É um fétido jogo de interesses, no qual os agraciados pelas benésses nadam de braçada. Se antes faziam às escuras, por vergonha, hoje escancararam de vez, confortáveis que se sentem, sem a obrigação ética e moral de, ao menos, parecerem pessoas de bem. Isto já não faz a menor diferença.

Isto posto, já posso usar meu nariz de palhaço e preparar-me para abrir o bolso. Façam o mesmo, caros leitores.