segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Em busca do que não tem

A diretoria do Flamengo viaja nesta semana para a Rússia tentando dar um fim a novela Vagner Love. O vice de finanças, Michel Levy, se encontrará com o presidente do CSKA Moscou para fazer uma oferta de sete milhões de euros (basicamente R$ 15,9 milhões), mas o time de Moscou vai fazer jogo duro e não irá vender por menos de dez milhões de euros (R$ 22, 8 milhões).

Essa novela vem acontecendo desde o ano passado, quando Vagner Love falou abertamente que gostaria de voltar ao time carioca, que defendeu em 2010. No final de 2011, o Rubro-Negro pagaria a quantia pedida pelos russos em cinco parcelas, mas o presidente do CSKA a recusou.

Faz um tempo que venho acompanhamento com mais atenção o desenrolar dessa negociação, e fico analisando o valor que o Flamengo oferece para contratar o "artilheiro do amor". E, a partir disso, vem a pergunta: como o clube consegue essa quantia de dinheiro e depois não consegue pagar o salário do jogador? Investidores entram na negociação? Será amor o que Vagner Love sente pelo Flamengo, mesmo sabendo que o clube não paga em dia os salários dos atletas? Pode ser. Mas, a questão é: por que contratar jogadores caros sendo que depois a diretoria não consegue manter o que faz os jogadores darem risada?

Os casos mais recentes são dos jogadores Alex Silva, Renato, Felipe e Deivid, onde até os direitos de imagem foram atrasados. Os salários de Ronaldinho Gaúcho também estão atrasados, mas são por questões contratuais: o Flamengo deixou a cargo da empresa do Ronaldo "fenômeno", 9ine, a parte publicitária do jogador quando seria a Traffic quem usaria a imagem do atleta, sendo assim, a Traffic deixou de pagar praticamente o salário inteiro do jogador nesses três últimos meses.

Situações assim denigrem a imagem do clube, não adianta coisa alguma ter a maior torcida do Brasil e ser um dos principais clubes do país sendo que a imprensa sempre solta para o públco futebolístico a quantidade de meses e salários não pagos pela diretoria Rubro-Negra.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A camisa mais feia da história

No ano passado, quando a Portuguesa lançou seu equipamento para a temporada, fiquei tão encantado com a simplicidade e a beleza das camisolas lusas que as postei aqui.

Eis que o contrato com a antiga fornecedora, a Penalty, expirou, e a Lusa assinou com a Lupo Sports, braço esportivo da tradicional fabricante de meias e cuecas, que tem investido no futebol ultimamente.

Bom, a Lupo nunca primou por fazer camisas assim, tão bonitas. Vide os últimos uniformes dos times vestidos por ela. Isso fez com que eu já esperasse uma piora no padrão, mas admito que eles "capricharam".

A indumentária rubroverde é a mais feia de todos os tempos. As tradicionais listras horizontais deram lugar a um troço ondulado, disforme, mais parecido com um abadá. Como bem disse o grande Flávio Gomes, a camisa da Lusa ou é listrada em verde e vermelho, HORIZONTALMENTE, ou toda ela branca. Ou então, seguindo uma tendência de mercado, bem bacana, por sinal, existe o terceiro uniforme, que normalmente é concebido a partir do estudo de fatos históricos ligados ao clube ou à sua origem, como é o caso da camisa preta com a Cruz de Avis estilizada em pedras portuguesas, ou o modelo grená, com o brasão de Portugal.

O que fizeram com a camisa da Lusa não tem justificativa. Para arrematar o serviço, me colocaram o distintivo no meio. Na branca, então, a maldade foi maior: raios saem do distintivo, como se fosse uma bandeira de escola de samba. Para completar, inexplicavelmente, o número é PRETO.

Não colocarei aqui a imagem, pois não quero enfeiar meu blog. Espero que a Lupo Sports reveja o projeto e aproveite a proximidade do Carnaval para aposentar esse abadá.  

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cadê os camarões?

No ano passado, o técnico Felipão disse em entrevista coletiva no CT do Palmeiras, na Barra Funda, que para o próximo ano não iria querer contratações arroz e feijão, mas sim camarões e lagostas. Pois bem, 2012 chegou e as contratações não estão acontecendo. Com pouco dinheiro, o jeito está sendo novamente contratar jogadores de pouca ascensão no futebol.

Adalberto Roman, Daniel Carvalho e Juninho, por enquanto são essas as contratações que o Palmeiras fez para a temporada 2012. O primeiro citado deixou o River Plate, na qual disputa a segunda divisão do campeonato argentino, o segundo saiu de Minas Gerais, onde defendia o Atlético-MG, clube que escapou do rebaixamento nas últimas rodadas. O terceiro por sua vez veio do Figueirense, time que foi destaque no BR-11 ocupando o sétimo lugar da tabela.

Bem, o mais conhecido desses três jogadores é de fato o meia-atacante Daniel Carvalho, com passagens regulares por Internacional de Porto Alegre (clube onde começou a carreira), CSKA Moscou, Al-Arabi dos Emirados Arábes e Atlético-MG. O agora jogador do Palmeiras terá a chance de mostrar todo o seu potencial até o final de 2012, quando termina seu contrato de empréstimo.

Roman também chegou no Brasil por empréstimo até o final do ano, mas é apenas mais um para compor o elenco. A grande aposta até o momento foi na contratação do lateral-esquerdo Juninho, quando comprou 25% dos direitos federativos e assinando um contrato por três temporadas.

Os verdadeiros camarões ainda estão perdidos no mar, esperando grandes pescadores fisgá-los. Porém, para os pescadores do Palestra: Arnaldo Tironi, Roberto Frizzo e César Sampaio pegarem esses crustáceos, é preciso de dinheiro para o barco, vara de pescar profissional e iscas para irem pescar em alto-mar, dinheiro esse que o Palmeiras não possui.

Contudo, existe uma solução e que parece estar sendo feita pela diretoria alvi-verde: pegar um pedaço de pau e amarrar uma linha de pesca indo até a beira do mar esperar as ondas trazerem os cardumes.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Para sempre Marcão

Tristeza e alegria. Talvez sejam essas as palavras que possam definir o sentimento não só dos torcedores palmeirenses, mas sim da nação brasileira que ama o futebol independentemente do clube que torce.

Ontem, dia 4, o agora ex-jogador de futebol Marcos anunciou sua aposentadoria aos 38 anos. O “Santo”, que ao longo de suas entrevistas dava indícios de sua aposentadoria, resolveu mesmo pendurar as chuteiras. O motivo: as famosas dores musculares.

Marcos chegou a Sociedade Esportiva Palmeiras em 92, sendo o único clube pelo qual jogou. O então goleiro passou de reserva para titular na Copa Libertadores de 99 depois do grande Velloso se contundir.

A partir daquele ano, nunca mais voltou para o banco de reservas. Foram 530 jogos com muitas emoções, sempre com atuações brilhantes e defesas milagrosas que apenas um santo conseguiria defender. Esse era Marcos.

Em 2002, aconteceu uma das grandes glórias na sua carreira: titular e campeão do mundo com a Seleção Brasileira. Se no Palmeiras ele já era ídolo, nascia ali mais um ídolo para o Brasil.

No mesmo ano, veio a prova de que Marcos nunca largaria o Palmeiras: após o término da Copa do Mundo, o time alvi-verde foi rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro, e, se alguém achou que ele iria para o Arsenal-ING, se enganou: ele disse não e ajudou o time a subir para a elite no ano seguinte.

Carismático, brincalhão e sincero, São Marcos conquistou os corações dos rivais. Qual corintiano consegue falar mal desse cara, mesmo ele defendendo aquele pênalti do Marcelinho Carioca nas semifinais de 2000, na Copa Libertadores? Que são-paulino, santista, lusitano, flamenguista, vascaíno entre tantos torcedores de diferentes times consegue falar mal do agora ex-goleiro? Sinceramente, nunca ouvi.

Este estudante de jornalismo que aqui vos escreve teve a oportunidade de vê-lo jogar tanto pela TV como no estádio, e com minhas sinceras palavras foi uma alegria enorme poder ver o maior ídolo do Palmeiras fazer suas brilhantes defesas.

Obrigado, Marcão, por tudo que você fez não só para os palmeirenses, mas pelo Brasil.

A injustiça do tempo

São Marcos do Palestra Itália parou. O ciclo chegou ao fim. Acabaram-se os milagres.

Ficou a lição de que é possível respeitar o seu torcedor sem desrespeitar o do rival. Que dá para promover o espetáculo sem descer o nível ou espinafrar o adversário.

Marcos foi o maior que já vestiu o manto alviverde. Maior que Oberdan. Maior que Ademirda Guia, o Divino. São Marcos do Palestra foi o Ademir da Guia do gol, em todos os aspectos. A mesma dignidade. A mesma classe.

Marcão fará falta. Em uma época que o próprio Palmeiras não se dá o respeito, homens como o eterno camisa 12 são imprescindíveis.

O Arqueiro Verde merecia descer as cortinas de forma mais digna, que fizesse jus à sua importância não só ao Palmeiras, mas pelo exemplo que passou. Ele é um ídolo que faz bem, que deve ser sim imitado.

Erra quem diz que ele merecia um time melhor. Marcos merecia um Palmeiras melhor. De qualquer forma, Marcos encerra feliz, junto da sua gente, e no lugar que sempre mereceu, que é no Parque Antártica.

Ele merece mais que um busto ao lado dos eternos Ademir da Guia, Junqueira e Valdemar Fiume. Merece ficar para sempre na memória de todo torcedor, seja do Palmeiras, do Corínthians ou do Comercial de Ribeirão Preto, como o santo que operou o milagre de estar acima do bem e do mal. Do mal da rivalidade desmedida e imbecil que impregna nossos estádios, cidades e culturas.

Gente como ele não poderia envelhecer nunca. Não deveria se aposentar nunca. O tempo deveria ser seletivo com os santos. Ao menos com o do Palestra.