sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mexeram na bomba adormecida

Duas derrotas consecutivas e desempenhos abaixo do esperado nas últimas partidas do Palmeiras, tanto pela Série B do Campeonato Brasileiro como na Copa do Brasil. Foi o suficiente para um foguinho começar a subir.

Depois da derrota por 3 a 0 e da eliminação do Palmeiras para o Atlético-PR na Copa do Brasil, Paulo Nobre não gostou nada da apresentação da equipe alviverde no território inimigo e, em entrevista pós-jogo, soltou o verbo e foi mais além: falou publicamente que iria cobrar do grupo e da comissão técnica a vergonha que parecia só ele ter sentido ao ver a atuação pífia dos comandados de Gilson Kleina, sem vontade alguma.

Pior, não parou por ai: aconteceu uma reunião entre a diretoria palestrina para tocar no assunto "permanência de Gilson Kleina", e, desculpe vossa senhoria, Paulo Nobre, mas por que cogitar a saída do treinador agora? Na Série B o Palmeiras é líder e está com uma ampla vantagem em relação ao quinto colocado. Pode não ter atuações esplendorosas, o que é esperado devido ao elenco que tem, mas vem fazendo o seu dever: somando pontos para garantir o quanto antes a vaga para a Série A do Nacional. A equipe perdeu apenas os dois últimos jogos, e o segundo revés foi para um clube que está no G4 do Brasileirão e vem fazendo ótimas partidas desde a chegada do técnico Vágner Mancini.

O fato é que Kleina não goza da confiança do mandatário, e não será surpresa alguma se o treinador não renovar para o próximo ano, o mais importante da história do clube: o do centenário. É de se crer que o treinador não tenha sido colocado para escanteio porque seria mais uma das centenas de dividas que o clube está pagando, já que o contrato de Gilson Kleina termina no final do ano.

Tudo estava caminhando bem no Palmeiras, mas alguém teve que acender a lareira para a madeira queimar. Presidente, os jogadores e comissão técnica têm sim que ser cobrados, mas não fale isso publicamente. Em certos momentos. não deixe o fanatismo pelo clube falar mais alto.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Treino não ganha jogo

Paulo Autuori, que venceu apenas um joguinho desde a sua retomada no Morumbi, sempre comentou o curto espaço de tempo que tinha para treinar a equipe devido aos jogos de quarta e sábado, ou domingo. De fato isso atrapalha ainda mais a atuação situação do São Paulo,  mas não será em uma semana  voltada para treinamentos táticos e toques de bolas rápidos, como foi durante toda a semana no CT da Barra Funda e que o treinador tanto aguardava, que os problemas do São Paulo serão resolvidos.

Uma vitória pode acontecer, o Luverdense ganhou do Corinthians pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil na última quarta-feira. Por que não o São Paulo ganhar do outro Tricolor, o do Rio, no Morumbi? Nada é impossível.

Para os jogadores do São Paulo falta confiança, não falta união. Jogador não quer amargar uma zona de rebaixamento e ter no currículo um rebaixamento de campeonato. O elenco não é ruim, existem piores e que estão acima do tricolor na tabela de classificação.

O maior exemplo da falta de confiança foi o pênalti perdido pelo Jadson, contra o Flamengo, na última rodada. Foi nítida a visão da falta de confiança do meia na hora da cobrança do penal, a pressão pelo gol que poderia decretar o fim do jejum são-paulino pesou.

O treinador vem elogiando o atacante Ademilson por causa das boas atuações, principalmente contra o Flamengo. Entrou bem na partida, mas faltou a famosa confiança junto com a precisão na hora das finalizações para o garoto. Falar que falta experiência no ataque é bobagem, Osvaldo e  Luis Fabiano não correspondem em campo assim como o Aloísio, que prefere usar a mão em vez do pé, a cabeça ou o ombro na hora do arremate final.

A vitória não afasta a crise, como alguns veículos de comunicação estão dizendo por aí e muito menos a pressão que os jogadores irão sofrer das arquibancadas, mas já serão três pontos conquistados devido à semana “tranquila” que o professor Autuori teve para fazer algo de diferente no time.

domingo, 18 de agosto de 2013

Dessa vez o falastrão ganhou

Qual fã de MMA  não conhece o Chael Sonnen? Até os que não acompanham de perto o UFC já ouviram falar no americano. Ele conquistou o mundo não por suas lutas, mas pelas inúmeras provocações ao na época campeão dos pesos-médios Anderson Silva. Quando foi tentar tirar o cinturão do brasileiro. As provocações não adiantaram, o especialista em wrestling (luta no chão) não levou o cinturão, mas promoveu como ninguém aquela luta.


                                   O lutador marketing do MMA (Foto: Evelyn Rodrigues)

Depois da derrota resolveu subir de categoria e migrou para os meio-pesados, para disputar outro cinturão, só que contra o campeão da categoria, Jon Jones, o número 1 do ranking geral do UFC. Como já tinha virado costume, provocou o americano inúmeras vezes em suas entrevistas, mas no final acabou perdendo mais um combate.

Chael Sonnen se tornou o garoto propaganda do evento. Sempre provoca os seus adversários e aqueles com quem pretende lutar e, claro, quem lucra com isso é o próprio UFC, mas não é considerado um grande lutador, e sim um grande marqueteiro. Além de ter provocado e muito Anderson Silva, o lutador já soltou o verbo contra Vitor Belfort e Maurício “Shogun”. Por sinal, o último citado foi adversário de Sonnen na madrugada desse domingo, pelo UFC Fight Night Combate, em Boston.

O que ninguém esperava aconteceu: perto de acabar o primeiro round Shogun vacilou e ao tentar levantar-se do solo acabou tomando uma guilhotina do falastrão. Fim de luta. Foi uma surpresa para os que não acompanharam o combate, pois tinham no ex-campeão a confiança da vitória e uma recuperação na categoria dos meio-pesados, já que Shogun vinha de uma derrota. Mas para os que viram a luta Sonnen foi competente durante o primeiro round inteiro, deixando o adversário em situações complicadas.


                               Maurício "Shogun" perde a segunda seguida no UFC. (Foto: Getty Images)

Depois da vitória, para não perder o costume, o americano, se achando como sempre, alfinetou mais um: Wanderlei Silva, o próximo da sua lista. “Eu sou o cara do momento. Se você quiser vencer Chael Sonnen, você tem que ser mau. Wanderlei Silva, 1,90m, 93 kg. Wanderlei, em três meses, você contra o cara mau”.

Se a luta vai acontecer ninguém sabe, mas o fato é que daqui para frente Wanderlei será o próximo alvo das peripécias do fanfarrão, e caso essa luta se concretize, por incrível que pareça o americano pode ser apontado como favorito devido a sua agilidade no solo. Wand não é mais o mesmo de anos atrás. Apesar dos socos de pedra perdeu muito da sua explosão, seu diferencial nas lutas.

Créditos: globoesporte.com

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Futebol? Hoje não

Esse texto não será sobre o esporte número 1 dos brasileiros, o futebol. Vamos mudar um pouco essa rotina de falar sobre jogadores, técnicos, campos de futebol, diretorias e afins. Sempre foi colocado em rodas de amigos, televisão ou rádios, qual seria o segundo esporte que o brasileiro mais aprecia. Skate? O Brasil tem grandes skatistas: Sandro Dias, o “Mineirinho”, Bob Burnquist, Vovô. Vôlei? Sim, tanto a seleção brasileira feminina como a masculina têm ganhado muitos títulos nos últimos dez anos.

Mas tem um esporte que nunca foi tradição no país, embora tivesse grandes atletas que levaram o nome do Brasil para o exterior, mas nunca foi acompanhado de perto como é o caso do futebol. Hoje, quando falamos de luta, ou melhor, MMA (artes marciais mistas), os brasileiros logo se lembram de Anderson Silva, Rodrigo “Minotauro” Nogueira, Vitor Belfort, Wanderlei Silva, Pezão e tantos outros que disputam o UFC (Ultimate Fighting Championship).

O Minotauro e o Wanderley Silva, por exemplo, são chamados de “Lendas Vivas” por terem sido campeões do Pride. O Rodrigo Nogueira não só deixou o seu nome no antigo campeonato, como no UFC, sendo o único lutador a ser campeão nos dois torneios.


                                Maior evento de artes marciais do mundo (Divulgação)

Dizer que o MMA virou o segundo esporte a cair no gosto brasileiro? Sim, a audiência das emissoras que transmitem as lutas é grande, o público virou fã. Além disso, de uns três anos para cá, o evento tem batido cartão no Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, sempre lotando as arenas.

Este jornalista que vos escreve, claro, tem o futebol como principal esporte, mas é fã de MMA e acompanha desde os tempos do Pride, do K-1 (principal campeonato de Muay thai do mundo, que existe até hoje) e tantos outros.

Para variar, o brasileiro também se destaca no MMA. O atual campeão da categoria peso pena do UFC é José Aldo. Anderson Silva é o número três do ranking geral do UFC; temos também Maurício “Shogun”, ex-campeão dos meio-pesados; Vitor Belfort; Júnior “Cigano” dos Santos, ex-campeão dos pesos pesados. Só uma ressalva: Anderson Silva e Junior “Cigano” tentarão recuperar os cinturões em suas respectivas categorias em breve.

A quantidade de brasileiros que já marcaram seu nome na história do UFC e que ainda continuam no torneio é grande, no decorrer do tempo alguns serão lembrados em seus devidos textos e também outros grandes lutadores de outras nacionalidades campeões das suas categorias.

Variar de vez em quando é bom, e o brasileiro está percebendo isso e contribuindo para que outros esportes se destaquem no Brasil, além de estarem aprendendo táticas diferentes e não as famosas 4-4-3, 4-2-3-1, 4-4-2; linha de impedimento ou cobrança de lateral.

sábado, 3 de agosto de 2013

Pelos valores


José Ferreira Neto, eterno camisa 10 do Corinthians, é um dos poucos jogadores adversários que eu nunca vaiei quando estava nas bancadas. Exceto pela infeliz cusparada em outro José, o Aparecido de Oliveira, sempre achei seu comportamento autêntico algo a ser seguido. Nem tanto pelos atos em si, mas pelo valores.

Hoje ele é um dos principais comentaristas do país. Confesso que não me agrada muito. Não por não ser diplomado, mas por, normalmente,  reproduzir com palavras o que eu acabei de ver. Para traçar um paralelo, outro controverso craque dos campos, Mário Sérgio, também não tem diploma, como o Xodó da Fiel, mas comenta o que não vemos. 

Até ontem, eu colocava o Zé Ferreira Neto no grupo dos comentaristas que não seguravam minha audiência. Eis que cai a bomba do passaralho que chegou à Rádio Bandeirantes. Gente do quilate de uma Adriana Cury (filha do seu Muibo Cesar Cury), Zancopé Simões e Walker Blaz deixou a emissora. Mas o que mais chamou a atenção foi a saída do melhor comentarista, não só da casa, mas de todas as casas: Mauro Beting, o genial Mauro Beting, semente do inesquecível e mais genial ainda Joelmir Beting. 


Foi uma questão de números, de uma conta que não fechava. E isso é o que incomodou: os valores. O do vil metal se sobrepondo ao valor real, o da excelência, o do caráter. Mauro passou a ser mais um número que superava a capacidade de pagamento da empresa. Ele, Mauro, representa a isenção, o respeito e a credibilidade que eu procuro nesta função tão desvalorizada, que passou a ser vista como vilã por meia dúzia de burros encapuzados nos recentes protestos pelo país. 

Eis que Neto, em rede nacional, coloca o cargo à disposição em troca da volta do Mauro. Uma atitude tocante, mas não surpreendente. Quem o conhece exalta sua lealdade. Neto marcou um golaço. Maior que aquele do dia 5 de maio de 1991, no Maracanã, de quase do meio do campo, contra o Flamengo. Maior que a campanha do Campeonato Brasileiro de 90, quando levou o Time do Povo nas costas.



Mauro voltou a sua casa, Neto deixou o dial, mas continua na TV, e eu passei a inclui-lo no grupo de comentaristas que faço questão de ouvir. Nem tanto pelos seus comentários, mas por um motivo maior: pelos valores.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Boletim médico

por Vinícius Carrilho

Interrompemos nossa programação normal para informar sobre o estado médico de um mundo fora do esporte, mas de participação crucial na realização deste e tantos outros blogs e meios de comunicação que existem por aí: o Jornalismo.

Há anos, o paciente vem demonstrando sintomas de uma doença degenerativa e letal. Seu fragilizado sistema imunológico permitiu o ataque de diversos e poderosos vírus – entre eles o temido “infectus-paraquedistans”. Com isso, cada vez mais o Sr. Jornalismo demonstra debilidade e parece estar em um caminho sem volta. A perda de grandes células defensoras, aliada à incorporação de outras não tão bem preparadas também ajudam no quadro de propagação das infecções.

Na última quinta-feira, o paciente novamente deu entrada na UTI do hospital com um surto do vírus HCG (Hora de Cortar Gastos). O poderoso ataque vitimou uma de suas melhores e mais competentes células defensoras: Mauro Beting, descendente de uma família onde o talento para a comunicação corre nas veias. No mesmo dia, mais de 150 células também foram expulsas do órgão Editora Abril – um dos maiores do corpo -, todos vitimados do mesmo ataque. Semanas antes, órgãos como o Grupo Lance, Estado de São Paulo e Rede Record também se viram obrigados a perder várias células defensoras.

O paciente Jornalismo encontra-se neste momento em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva, sedado, ainda com registros de atividades neurológicas, porém seu sistema respiratório é mantido com o auxílio de aparelhos.  Infelizmente não há qualquer previsão de alta. Familiares e amigos devem se preparar para todas as notícias (ironicamente, notícias daquele que passou sua vida inteira com a função de informar).

Esperamos voltar com novas – e, quem sabe, melhores – informações em breve.


Retornemos agora com a nossa programação normal

* Vinicius Carrilho tem 22 anos, é jornalista, 
morador de Osasco e gostaria de ganhar a vida 
fazendo humor, mas escreve melhor do que conta piadas.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Reverenciando os ídolos do passado

Dia desses entrevistei o Senhor Olegário, um tal de Dudu. Você pode se perguntar quem é esse tal Dudu e por que eu faria um texto sobre alguém que a princípio ninguém conhece. Eu respondo. 

Dudu é um senhor pacato, morador do Bairro das Perdizes em São Paulo. Jogou bola, aliás, muita bola. Foi um baita coadjuvante na primeira Academia da Sociedade Esportiva Palmeiras. Era o suporte de um camisa 10 chamado Ademir da Guia, que jogou um pouquinho com o manto palestrino.

Em um dos pontos da entrevista, perguntei sobre o amigo Djalma Santos, que faleceu na última semana. Digo a palavra amigo, afinal, foi isso que o senhor pacato enfatizou.

“Ele jogava muita bola, foi um dos maiores laterais que vi jogar. Isso todos vocês sabem. O que vocês não puderam ver e eu tive a oportunidade de acompanhar foi a amizade e o respeito que esse cara tinha. Um negão daqueles, gente boa demais”, enfatizou o eterno volante do Palmeiras.
 
Dudu e Djalma Santos atuaram juntos por quase cinco anos no Palmeiras e deram continuidade à amizade fora dos campos (Foto: Blog São Lourenço)  
            
Conversamos ainda sobre uma série de fatores. É verdade que eu poderia transcrever essa entrevista inteira aqui e muito do que Dudu falou poderia ficar gravado aqui para sempre. 

O carinho ao falar sobre o Palmeiras, além das lembranças das passagens por Portuguesa e Seleção Brasileira, mostram que o futebol realmente mudou. Talvez tenha-se perdido um pouco do romantismo presente nos dias em que seu Olegário estava em campo.
 
Não troco o mundo frenético que vivemos pelo jeito pacato do Dudu. Admito que queria ter visto um pouco daquele futebol e daquela sociedade. No fundo, só pude abrir um sorriso e saber que estava aprendendo com um grande homem e realizando meu trabalho. 

Encerrei a entrevista e conversei por mais uns 20 minutos com o seu Olegário. Aprendi e soube de mais fatos interessantes. É por isso que eu digo que o jornalismo esportivo aliado ao futebol pode ser uma combinação perfeita.

Entrevista da TV FPF com um dos ídolos da primeira Academia do Palmeiras ( Foto: Arquivo TV FPF)