quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Canindé e a Copa



Na semana passada a Portuguesa completou 90 anos de existência. Durante as festividades, que começaram no sábado, 14, e irão se estender até o próximo dia 21, um fato chamou a atenção de toda a crônica esportiva: o presidente Mané da Lupa oficializou a intenção da Lusa em fazer do Canindé a sede paulista da Copa do Mundo de 2014.

Até ai, apenas uma espécie de Protocolo de Intenção. O presidente apresentou o projeto, que foi aceito pelas autoridades paulistanas presentes, e o nosso templo passou a ser uma das opções não só para os jogos da Copa, como também para a abertura do evento.

Uma coisa, porém, me aborreceu um bocadinho. Alguns membros da imprensa ridicularizaram a iniciativa rubro-verde, como se não tivéssemos o direito e nem condições para tal. Curioso é que os mesmo elementos defendem o Morumbi, o Palestra Itália e até a construção do "Piritubão", que cairia no colo do Corinthians, para o torneio.

Aí eu, singelamente, pergunto: por que não? A FIFA vetou o projeto "econômico" apresentado pelo São Paulo como alternativa ao primeiro, que foi aprovado, mas que não teve as garantias financeiras necessárias; contra a Arena Palestra pesa o fato de o estádio ficar numa área residencial, sem contar a dificuldade para que se construa um estacionamento; já a terceira hipótese, bem, melhor nem comentar.

Saibam os galhofeiros que o Dr. Osvaldo Teixeira Duarte é o estádio de futebol mais bem localizado de São Paulo. Conta com duas estações de metrô - Portuguesa-Tietê e Armênia - praticamente na porta, dispõe de ligação direta com os Aeroportos de Cumbica e Congonhas, que são as duas marginais, ampla rede hoteleira nas proximidades e espaço no próprio clube para fazer um estacionamento que comporte o proporcional a 10% da capacidade do estádio, como determina o Caderno de Encargos da entida máxima do futebol. Além de que os parceiros que a Portuguesa tem, segundo da Lupa, garantiriam a execução da obra sem a necessidade de entrar dinheiro público na parada (embora eu não acredite nenhum pouco nisto).

É bom deixar claro que sempre fui contrário à realização de eventos deste porte em países como o nosso, que têm outras prioridades, mas já que não tem mais jeito, que tiremos partido da ocasião. Mesmo porque, ao contrário de estádios como o do Pantanal e da Amazônia, a nova casa da Lusa não será um elefante branco, tampouco rubro-verde.

Imagem: Portal Ig

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