segunda-feira, 28 de março de 2016

Procura-se um líder

No Bem, Amigos desta segunda-feira, Arnaldo Cezar Coelho, Galvão, Casão e PC Vasconcelos. Discutem, entre outros assuntos referentes à seleção da CBF, a falta de um líder no elenco. Alguém que possa chegar ao elenco e chamar de seu; capaz de colocar a bola sob o braço quando o caldo entornar; que não faça birrinha.
CAPITÃES EM CAMPO Duas personalidades diferentes,
 nenhum capitão de fato (Getty Images)
Neymar é o capitão desde que Dunga voltou ao cargo de "técnico" da "seleção". A braçadeira era de Thiago Silva, capitão por onde passou, seja naquele time lá do Rio, no Milan ou no PSG. A perdeu por destempero e, aí pode ter ido pro brejo até o seu lugar na equipe, por ter chorado à imprensa as pitangas de não ser mais capitão.
Dunga ostentou a tarja em pelo menos duas Copas do Mundo. Em 1994, o dono da braçadeira era Raí, um líder técnico, ao passo que Dunga era uma espécie de capitão informal. Era o cara que colocava a bola debaixo do braço, que chamava a atenção. Aí o meia do PSG saiu do time e o gaúcho de Erechim herdou um cargo que já era seu.
Na conversa no programa do SporTV, levantaram a hipótese de o Brasil não ter um líder em campo, de que Neymar seria um líder técnico, que não exerce a influência necessária a ponto de ser "O cara" da equipe.
Discordo em partes. O candidato a melhor do mundo não é líder de nada, técnica ou comportamentalmente, o que não é, necessariamente, algo para ser criticado. Quando o negócio aperta, não é para Neymar que olham, pois ele não tem este perfil. O problema é que ele quer encarnar o, como diz a boleragem (que também é como diz a boleragem), "chefe da resenha".
Falta alguém baixar seu estranho topete, mostrar que ele precisa se preocupar em jogar bola, que é o que ele sabe fazer muito bem, por sinal. Conhecedor (ao menos disso) da função, o comandante da equipe nacional deveria fazê-lo, mas não faz, como um refém do talento do intocável camisa 10. No Barcelona é assim, ele é só mais um. Messi, Busquets, Iniesta e Suarez, só para ficar em quatro nomes, têm mais peso sobre o elenco do que ele. 
DESTEMPERO Nos dez últimos jogos, quatro gols, cinco
cartões amarelos e um vermelho (EFE/Kiko Huesca)
Com a camisa amarela, a impressão que dá é que ele, Neymar, é o filho de pais divorciados que compartilham a sua guarda: com a mãe Barcelona, ele se comporta; vai passar o final de semana com o pai, o Brasil, e vira o príncipe da casa, o intocável, o que pode tudo. Ou ao menos o que podia, pois seu rendimento em campo já não permite que ele faça o que quer.

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