terça-feira, 16 de maio de 2017

A tradição voltou e o Naça está na Série A2 depois de 10 anos

Por Alessandro Yara Rossi* 


Em 2014 este que vos escreve presenciou o acesso do tradicional Nacional Atlético Clube para a Série A3 do Paulistão. Isso mesmo, o time se encontrava no fundo do poço e foi diante do Olímpia no Teresa Breda com um empate por 1 a 1. No domingo de Dia das Mães sofri demais e a recompensa foi a melhor possível: vitória no tempo normal por 1 a 0 e 4 a 2 na dramática disputa por pênaltis.

A saída para a distante Olímpia aconteceu às 3h de sábado pra domingo ao lado de mais três corajosos (leia-se Bruno Morelli, Murilo Sarro e Claudio Nascimento, este último presidente da Almanac) em um carro alugado.

Depois de percorrer tantos quilômetros e controlar a ansiedade, chegamos ao local da decisão e a missão não era fácil, porque o Naça tinha perdido na ida, em pleno Nicolau Alayon, pelo placar de 2 a 1 e agora era preciso vencer por um gol de diferença ao menos para forçar os pênaltis.

Faltando meia hora pra começar a peleja já estávamos no lugar da torcida visitante, amarrando as faixas da Almanac e o que mais houvesse para incentivar os jogadores em busca de tal façanha.

O jogo teve início e a tensão era algo abissal, como reverter a desvantagem e sair com a vaga contra o time de melhor campanha do certame. A pressão foi normal ainda mais com o incentivo de mais de 5 mil torcedores e, mesmo assim, o Naça segurava e se segurava.


Eu não conseguia puxar um cântico ou algo do tipo de tão nervoso, apenas assistia a um jogo típico de A3: muita briga no meio de campo e força de vontade de cada atleta.

Pensei que precisava achar um gol de qualquer maneira no primeiro tempo para deixar o Olímpia nervoso e, no último lance, Ricardinho cruzou rasteiro, Eder Loko furou, Laécio dominou, virou como um bom pivô e chutou rasteiro! Fui ao delírio, sem acreditar que o Naça marcou e empatava a semifinal!

No ato que poderia final, o Galo Azul queria fazer logo o tento de empate para confirmar a classificação, mas a trave maravilhosa do Teresa Breda impediu duas vezes, fora as defesas do monstro Felipe, que salvou novamente em momentos cruciais.

O Naça teve duas chances para fazer 2 a 0 e liquidar a fatura, mas parou no bom goleiro Igor que cresceu na frente de Laécio e no artilheiro Leo Castro.

A tensão continuava na arquibancada, agora de ambos os lados, e quando o juiz assoprou para o término do jogo, não acreditei que a vaga para a A2 seria decidida nos pênaltis. Tudo menos isso, a Almanac sofreu demais ao longo do campeonato e agora mais essa? Pelo jeito era outro teste para o coração.

A decisão seria bem na minha frente e apenas fiquei sozinho sem ninguém ao meu lado, como se o mundo parasse naquele momento. Logo na primeira cobrança, o experiente Luiz Henrique desperdiçou. Isto foi o suficiente para já bater o pessimismo de falar um palavrão e emendar o famoso ‘já era’.

No entanto, o Olímpia também desperdiçou e agora é só o Naça não errar mais e depender de mais um erro deles.

Dito e feito: na segunda cobrança, o Naça converteu e o Olímpia errou! Isto foi o suficiente até chegar nos pés de Leo Castro, que deslocou Igor e foi para a torcida! Mais um acesso conquistado na terra do famoso Thermas dos Laranjais e o Nacional vai estar na A2 de 2018 ao lado de Portuguesa e Juventus!


Eu frequento estádios há mais de 20 anos e pela segunda vez na minha vida chorei e fiquei emocionado depois de um jogo!


Muito obrigado por tudo, Nacional Atlético Clube! Este dia, 14 de maio de 2017, jamais esquecerei e contarei enquanto estiver vivo!

*Alessandro Yara Rossi é jornalista, corneteiro e fã de esportes alternativos. E este texto mostra que, acima de tudo, é um forte!

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