quarta-feira, 16 de junho de 2021

EUROCOPA 2020 - Hungria 0 x 3 Portugal - bastou um golo para desbloquear

DEMOLIDOR DE RECORDES Não foi um bom dia para quem
não gosta do Cristiano Ronaldo (Foto: Getty Images)

Após duas edições a estrear sem vencer, os campeões quebraram a incômoda escrita com muita dificuldade, domínio territorial, um bocadinho de sorte e os problemas de sempre. 

Portugal fez um primeiro tempo muito engessado, previsível, com o Bernardo Silva preso na ponta, onde não rende. A Hungria jogou com cinco atrás, inclusive com os dois laterais recuados. Isso tirou largura e profundidade do jogo, forçando os campeões a rodar, rodar, rodar e tentar achar um espacinho. Fernando Santos, como era de se esperar, entrou com dois volantes - Danilo e William -, Bruno Fernandes fazendo a ligação e os três da frente com pouca mobilidade. O desenho com dois trincos - William à frente, Danilo compondo o trio como Pepe e Rúben Dias na saída de bola - é compreensível para garantir a rebarba, como normalmente Portugal fez, mas surtiu pouco efeito ofensivo para descerrar a quase hermética defesa maggiar - e até criou três boas oportunidades, mas o Diogo J fez bobagem em duas e Cristiano foi um tanto azarado na dele. 

Como é preciso ter sorte até para chupar um Chicabon, como diria Nelson Rodrigues - não me recordo de nenhuma frase de Fernando Pessoa sobre sorte -, o fado lusitano foi feliz justamente quando o jogo se encaminhava para o final. Com Rafa Silva conduzindo a bola e não tendo o obstáculo de ter que trocar o pé, como tinha Bernardo, canhoto, na direita, e Renato Sanches atacando os espaços melhor que William Carvalho, os campeões deram mais espaço aos húngaros, mas acharam os que precisavam. Tudo bem que Sallai e Szalai deram lá algum trabalho e o protocolo do VAR quase matou 11 milhões de portugueses no gol anulado de Schön, mas era preciso passar além da dor para passar o Bojador. 

Pouco depois das trocas, Raphaël Guerreiro contou com o desvio no pé de Orban para desbloquear o jogo, após passe de Rafa que também encontrou um corpo contrário antes de chegar ao pé do francoluso. Logo depois, o pênalti, numa altura em que a Hungria já não tinha pernas, tanto que o Renato Sanches carregou meio time antes de oferecer a bola a Rafa. O terceiro gol foi a consequência de um time destruído contra um inteiro, animado, e com os espaços oferecidos pela capitulação húngara. 

Quanto a Cristiano, eis as marcas feitas na Hungria, contra quem também marcara dois no decisivo 3 a 3 de 2016: 
Único a jogar 5 Eurocopas; 
Primeiro a atingir 10 gols; 
Maior artilheiro, com 11 gols; 
Jogador com mais vitórias (11); 
Único a marcar em 5 edições. 

Os próximos desafios são contra Alemanha, também na casa do adversário, e França, de volta à Hungria. Dois adversárias costumeiramente difíceis, que deverão ter tanta bola quanto teve Portugal na Puskás Arena. 

Com três pontos e três gols de saldo, basta não fazer nenhuma bobagem para passar pelo Grupo da Morte, como já superou em 2000 e em 2012. É preciso ter cuidado, mas pode deixar os meninos jogarem à bola, mister Fernando Santos. 

Rui Patrício: não convém muito a tranquilidade que ele demonstrou ao deixar passar a bola no lance do impedimento. Um pândego, pois; 
Nélson Semedo: com medo ou semedo, não brilhou, mas demonstrou segurança a defender contra o nada e a atacar o muro maggiar, mas podia arriscar-se um poucochinho mais; 
Pepe: grande jogo na Euro. Qual é a novidade? 
Rúben Dias: ó, Rúben Santos Gato Alves Dias (não, não é uma impressão sobre a aparência do gajo. O nome é este mesmo), tens uns cartolina amarela e deixas a mão na fuça do gajo? Fora isso, tudo bem. Continue assim, mas com mais juízo, SFF; 
Raphaël Guerreiro: que bom que viste que o gajo do Sporting é melhor que o Mário Rui. Bem, nem precisava de tanto. Golo à campeão; 
William Carvalho: da próxima vez, faça de conta que estás com uma lesão, caso o mister demore tanto para mexer (Renato Sanches: "ain, o flop da Luz..." engulam, cambada de @%##! O miúdo nasceu pra jogar a Euro!); 
Danilo: a fleuma de sempre do comendador. Um tanto ocioso a baixar para buscar a bola quando o húngaro mais próximo estava mais perto do guardarredes deles que do nosso, mas, no fim, foi um dos que segurou o coração dos portugueses dentro do peito; 
Bruno Fernandes: faça de conta que está na PL e chute mais para o gol. Enfim, não dê ouvidos às instruções do mister (João Moutinho: entrou para ver o golaço do Cristiano Ronaldo de perto); 
Bernardo Silva: da próxima vez que o mister mandar que fique preso à ponta, é favor desobedecer e alegar, em caso de protestos, que muito tempo em França e Inglaterra fez desaprender a Língua Portuguesa (Rafa Silva: joga no Benfica. Brilhar é o mínimo que se espera dele); 
Diogo J: alguém prenda o gajo do Liverpool no balneário antes do jogo, SFF (André Silva: entrou?); 
Cristiano Ronaldo: dia difícil para quem não gosta do Senhor Eurocopa. Nada mais é preciso ser dito, mas vamos lá: Único a jogar 5 Eurocopas; Primeiro a atingir 10 gols; Maior artilheiro, com 11 gols; Jogador com mais vitórias: 12; Único a marcar em 5 edições; E o maior feito do dia: não bateu no Diogo J.
Fernando Santos: não empatou, como gosta. Deverá mudar a postura para buscar o bi com seis empates.

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