sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

PORTUGUESA - A sorte e o bolinho de bacalhau


Divulgação/Portuguesa

jogo 2/12 da Lusa no Paulistão foi bem melhor que a desastrosa estreia. Não que tenha sido animadora, mas a atuação em Itu contra um adversário que costumeiramente nos causa problemas até em boa fase tirou um pouco da sensação de desalento que ficou do embate com os de Ribeirão Preto.

Ok, pouco é mais que nada, é verdade, mas vimos no campo do Novelli Jr. um time mais atento, mais organizado e mais disposto a tentar algo mais que torcer pelo Thomazella. E com um bocado de sorte. Sem ela não se chupa nem um Chicabon, ensinou Nelson Rodrigues. Troque o famoso sorvete por algo mais nosso e pronto! Sem sorte, não se come nem um bolinho de bacalhau. Vai que uma espinha para atravessada onde não deve. No nosso caso, a espinha é um pênalti mal marcado contra e a sorte é ele ser bisonhamente desperdiçado. Ter outro a favor, já nos acréscimos, quando tudo levava a crer que seguiríamos sem pontuar, então, é praticamente uma dádiva, um milagre.

Como a essa hora do dia quem lê essas linhas já deve ter tido acesso a textos melhores que este sobre o desenrolar do jogo, fiquemos na parte conceitual. Não dá para jogar por uma bola se não tivermos uma referência para segurar defensores adversários e criar algum espaço para os pés pensantes de Lucas Natan ou Daniel Costa e para as boas chegadas à frente de Gustavo Bochecha. Não sei se colocar o garoto Paraizo na berlinda agora é o melhor a se fazer, mas sem ele, que entrou mal pra dedéu no jogo, estaríamos agora falando de duas derrotas para dois adversários que nem de longe jogaram o que podem.

Outro que errou mais que acertou foi Daniel Costa, de longe o jogador com melhor repertório técnico que temos à disposição. O problema é que nosso jogo será cada vez mais o de contra-ataque, ou reativo, como a molecada fluente no Tatiquês gosta de falar. E isso nos obriga a ser mais efetivos quando tivermos chances de contragolpear. Se não para marcar, ao menos para deixar recados aos adversários e desencorajá-los a nos atacar sem maiores preocupações.

Este ponto pode ser, e espero que seja, essencial para nos manter na Série A1 para o próximo ano. É importante parar de bater e voltar para a viabilidade do futebol lusitano. E é bom não contar tanto assim com a sorte.

Texto originalmente publicado no NETLUSA

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