sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

PORTUGUESA - Lemniscata

Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

Comentei aqui mesmo há algum tempo que o 8 deitado, que representa “infinito”, tem o nome de Lemniscata, mas não expliquei a origem. Bom, tem uma cacetada de definições e é usado em diversas áreas de conhecimento, como Álgebra, Geometria e também em algumas religiões. O que se sabe é que um matemático suíço chamado Jakob Bernoulli usou o Lemniscata para representar grupos numéricos infinitos no final do século XXVII.

E o que isso tem a ver com a Portuguesa, afinal? 

Bom, vamos a isto! Ao fim do tempo regulamentar do terrível jogo de ontem, entre Lusa e Ferroviária, o quarto árbitro subiu a placa com os acréscimos. Estava lá o número 8, como que representasse a infinitude de um jogo que, para ser merecedor da alcunha medonho, precisaria melhorar muito. 

Sofrimento infinito.

Em campo, os infelizes e nada orgulhosos proprietários das duas piores campanhas do Campeonato Paulista, coroando uma sequência de acontecimentos que só explicam a situação em que se encontram. A Lusa divulgou em suas redes sociais uma promoção no valor dos ingressos para esta partida, a seguinte ao clássico que levou para Brasília, como se estivesse buscando uma reaproximação com o torcedor. Logo depois, voltou atrás.

Suspeito que a arte estava pronta, mas não havia a aprovação, e quando foi divulgada soltaram a imagem errada. Acontece. Eu mesmo já fiz bobagem parecida quando estava lá. 

O problema é que os erros têm acontecido em série, numa sequência sem fim.
Como a de ontem, quando vencia o jogo e isso significaria uma injeção de ânimo para as últimas rodadas, ainda mais sentenciando praticamente o adversário ao descenso. Recuamos demais e, mesmo tendo um adversário incapaz de trocar três passes certos, permitiu o empate em mais um erro infantil. Uma interceptação de passe, na entrada frontal da área, jamais pode ser feita sem força para a frente, ou então vira assistência. E foi o que aconteceu. 

Antes, um incontável número de oportunidades desperdiçadas para matar o jogo. No segundo tempo, uma incapacidade incrível para contra-atacar um adversário ruim e desesperado. A diferença entre retranca e recuo está no que se faz com os espaços que surgem quando o oponente é atraído. Mas aqui também mora outra questão que vai além da semântica: a Ferroviária foi chamada para o campo de defesa ou ela mesma empurrou uma Lusa incompetente com a bola e infeliz sem ela?

Sofrimento infinito.

Em quase todos os jogos, não nos defendemos bem, mesmo tendo um time montado para isso, e fomos incompetentes para usar o contragolpe. Honestamente, não sei se é possível usar as palavras “time” e “montado”, mas vamos lá. Nosso elenco não dá liga, é como misturar água e óleo. E o resultado é isso aí.

É um sofrimento infinito, simbolizado ainda na bola na trave na última chance da Lusa, e reforçado na posse de bola perdida faltando poucos segundos para o fim do jogo, como se já não tivesse sido o suficiente aquilo que foi mostrado neste jogo e em quase todos os outros.

Faltam três jogos. Na melhor das hipóteses, três confrontos diretos: um clássico com o Santos, na Vila Belmiro; o São Bento, no Canindé; e o Mirassol, fora de casa. Quem somou seis pontos em nove jogos, precisará de pelo menos sete em três e alguma dose de sorte.

Lemniscata.

Texto originalmente publicado no NETLUSA

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