segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

SELEÇÃO BRASILEIRA - Escolha óbvia e confortável

Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Mesmo antes do anúncio oficial por parte da Confederação Brasileira de Futebol, é possível afirmar que Dorival Júnior será o novo técnico da Seleção Brasileira masculina de futebol, em substituição a Fernando Diniz, demitido na semana passada. O São Paulo, que era dirigido pelo treinador, divulgou uma nota oficial dando conta de que o liberou para assumir o comando da Seleção, e a sua oficialização no cargo até a Copa de 2026 é uma questão de horas. 

Trata-se de um processo todo atropelado graças à absoluta falta de tato do [ainda] presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Primeiro, a ideia era Diniz ficar até a chegada do italiano Carlo Ancelotti, que, sabe-se, resolveu renovar com o Real Madrid. Ainda de acordo com o projeto inicial, Diniz ficaria na Comissão Técnica de Ancelotti para assumir depois da Copa do Mundo, e aí já existiria um problema que pouca gente se atentou: como um presidente que não tem mandato para lá de 2026 poderia definir o substituto para além de sua gestão?

Com a óbvia negativa do italiano, Diniz caiu porque os resultados eram muito ruins e, principalmente, porque nunca houve convicção alguma na sua escolha. No caso de Dorival, se não existe um consenso sobre quem deve ser o técnico da Seleção [raramente há], não há rejeição em torno de seu nome, que será um espécie de apito de cachorro para distrair a opinião pública nos próximos dias.

Se há um lado bom nessa escolha, é a reaproximação com o legado deixado por Tite. O treinador da Seleção nas últimas duas Copas, se não conseguiu fazer o Brasil apresentar bom futebol, deixou uma estrutura de trabalho pronta, com rotina diária e radar global em busca de informações dos selecionáveis, e isso foi jogado fora com a salomônica escolha por Fernando Diniz, que dividia seu tempo entre a Canarinha e o seu time, o Tricolor do Rio de Janeiro. Não por culpa dele, mas do aventureiro que imaginou que esta seria uma excelente ideia.

Ao romper com a própria ruptura, cai por terra essa coisa sem sentido de ter, por um ano, um treinador completamente diferente do que viria. Mas convenhamos: coerência não é o que devemos esperar da CBF. 

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