terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

CORINTHIANS - Os Trapalhões


"Uma turma do barulho aprontando altas confusões!" Poderia ser a chamada para algum filme daqueles exibidos pela enésima vez na Sessão da Tarde, mas é a diretoria de futebol do Corinthians.

Não bastassem as bravatas e os erros dignos de amadores que não sabiam que só é possível anunciar as contratações depois que o contrato estiver assinado - uma bobagem, detalhinho besta -, a mais nova é a forma desastrada e desastrosa com a qual conduziu a demissão do técnico Mano Menezes. Não só a demissão, mas a sucessão.

Ainda durante a campanha eleitoral, o então candidato Augusto Melo teve a brilhante ideia de afirmar que o treinador não era o seu favorito para o cargo. Não duvido que ele não soubesse que Mano tinha um contrato longo e protegido por uma cláusula de rescisão milionária.

Melo venceu e teve que manter o comandante, mesmo a contragosto.     

Veio a sequência de derrotas e a manjada entrevista assegurando a permanência do treinador, o que não significa nada, pois não é raro que este tipo de declaração preceda o fim do vínculo e o surrado "desejamos sorte na sequência da carreira", o que, de fato, aconteceu. 

Só que, neste meio tempo, os geniais dirigentes [contém ironia] resolveram negociar com outro treinador, Marcio Zanardi, com quem Melo e Rubão, este o homem "forte" do futebol já haviam trabalhado em outras ocasiões e que era de antemão o favorito da dupla para assumir o time, o que não aconteceu de cara por causa da já citada cláusula de rescisão do contrato de Mano Menezes.

Mano, porém, ficou sabendo e resolveu que não abrirá mão de um só centavo e que quer receber à vista. Convenhamos, é um ponto contornável, mas não deixa de ser o resultado de mais uma trapalhada da dupla. 

Aí vêm o que causa estupor: Zanardi é técnico do São Bernardo, que também disputa a Série A1 do Paulistão. O parágrafo 3 do Artigo 26 do Regulamento proíbe que um técnico conduza duas equipes na mesma competição. Quer mais? Tem mais! O parágrafo anterior exige que a substituição de um treinador só poderá ser feita depois que o contrato de trabalho for rescindido. Lembra da multa milionária? Pois é, o Corinthians só poderá inscrever um novo técnico quando a situação de Mano Menezes estiver resolvida. 

Não é necessário ser um ás do raciocínio lógico para saber que uma condução respeitosa do desligamento do treinador evitaria esse problema. Se não por princípio, ao menos por inteligência, mas ler o regulamento deve dar muito trabalho.

Pense no episódio mais engraçado do Chaves ou do Chapolin. Nenhum deles terá tantas trapalhadas quanto essas. E a gestão está só começando.  

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