sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Irmãos, é preciso coragem

O decepcionante empate frente ao Oeste, na última quarta-feira, foi um dos jogos que mais me deixaram na boca um "gosto de cabo de guarda-chuva" que eu me lembre, nos últimos anos. É difícil, muito difícil mesmo, aceitar que uma vitória certa se esvaia pelos dedos, como ocorreu.

Não que o jogo tenha sido um primor, longe disso. Qualquer terapeuta receitaria o VT do primeiro tempo pra ser usado por insones, na busca pelo sono perdido. Seria "tiro-e-queda", indubitavelmente. Mas a partir do segundo tempo a coisa mudou. Chances de gol sendo criadas- e desperdiçadas, como sempre -, nem a saída do Fábio, nosso ótimo guarda-redes, era motivo de preocupação, dada a fragilidade do adversário.

Com o César Prates numa noite inspiradíssima, a opção do Mário Sérgio, deslocando-o pra ala-esquerda pra fazer entrar no time o Wilton Goiano, e o Athirson indo pro meio, pro lugar do substituído Fellype Gabriel, foi das mais acertadas. Dos pés de Prates não só saíam as principais jogadas de ataque, como também o gol da Lusa foi fruto de uma jogada individual sua.

Eis que o Rei do Gatilho resolve tirar o Christian, que reestreava com a camisa rubro-verde, pra entrar o zagueiro Ediglê. Praxe de todo treinador retranqueiro, em vez de aproveitar o baque de quem sofre um gol e tentar aumentar o placar, recua o time pra garantir a vitória.

Não que a atitude em si tenha feito o Oeste tomar conta do campo luso, pois ainda assim a Portuguesa criava chances, mantinha a posse de bola e não era ameaçada. Mas ao fazer a mudança, o treinador luso assumiu todo o risco de ser responsabilizado no caso de a vitória escapar, o que, no fim das contas, aconteceu.

Uma das maneiras de um time inferior tecnicamente se igualar ao mais forte é levantando a bola na área. Isso é o básico do básico. E foi assim que o Oeste chegou à igualdade. Numa falta boba, mas boba mesmo. E ninguém teve a decência de impedir que o contrário ficasse sozinho, na entrada da pequena área, pra fuzilar, com uma cabeçada tão isolada quanto certeira, o goleiro Victor. Time que tem três zagueiros não pode, em hipótese alguma, tomar gol de cabeça numa cobrança de falta frontal.

Faltou entrosamento? Talvez. Faltou competência? Provavelmente. Faltou matar o jogo quando ainda estava 1 a 0? Pode ser que sim. A única certeza é que faltou coragem pra sufocar, dentro de casa, um time medonho, cujo destino deverá ser lutar contra o decenso.

O próximo jogo da Portuguesa é o clássico frente ao Corínthians, sábado, no Pacaembu, e estejam certos de que será um jogo bem mais difícil do que foi esse contra o "garboso" Oeste. E será a chance do nosso treinador se redimir dos erros cometidos. Ou de mostrar de uma vez por todas que está ultrapassado, e que o rótulo de retranqueiro lhe cai como uma luva.

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