terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ode para a minha morte

Dizem que as lágrimas são a saudade saindo pelos olhos quando não cabe no peito. Talvez. Pode ser também a vida que vai se esvaindo a cada ferida mal cicatrizada, a cada sonho que adoece, a cada amor que acaba. Aliás, o amor não acaba, apenas adormece. Se morreu é porque sequer existiu, sequer nasceu.

Elas são fruto dos sentimentos de quem as chora. São oriundas de toda a carga emocional. São sinceras. Em via de regra, honestas. Pobre de quem as evita, as esconde. Mal sabe o bem imensurável que faz derramá-las, qualquer que seja o motivo. Do mais banal ao mais nobre.

Mas dá para definir isso? Segregar? Não, não dá. Todos têm uma bagagem, uma experiência, um caminho percorrido. Ninguém pode ser juiz. Ou réu. Ninguém.

As lágrimas são divisórias nas fases da vida. Nos acompanham em todas, desde quando nascemos. Encerramos um ciclo e sabemos disso quando elas vêm lavar o chão da alma e prepará-la para a incerteza do que virá. Vêm para zerar o balanço, para começar de novo. Inclusive na alegria e na tristeza elas estão presentes. Mesmo na partida, os que ficam as trazem à cena, pois os que vão já não as tem mais.   

Elas também acabam. Tudo acaba.

  

3 comentários:

Dani Lusa disse...

Eu acho que as lágrimas servem para lavar o que fica de ruim em nós ou para comemorar o que nos acontece de bom.

Bem reflexivo, Marcos, gostei.

Beijo.

Marcos Teixeira disse...

As lágrimas, se honestas, são as que mais nos fazem bem, qualquer que seja o motivo que nos leva a vertê-las. Beijão.

Marcos Teixeira disse...
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