quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O motivo da escolha

*por Fábio Preccaro


Surpreendendo todos que acompanham o futebol europeu, o catalão Pep Guardiola acertou contrato de três temporadas, a se iniciar em julho de 2013, com o todo poderoso Bayern de Munique.
Essa surpresa ficou evidente após ele dizer que gostaria de trabalhar no futebol inglês e jornais da Terra da Rainha cravarem que ele seria o sonho de Roman Abramovich, mandatário do Chelsea, para suceder o ‘tapa buraco’ Rafa Benítez. Os periódicos também diziam que Roberto Mancini balançava no cargo após a eliminação precoce do Manchester City na UEFA Champions League e que Sir Alex Ferguson pensava em aposentadoria do cargo de manager do Manchester United.
Em um primeiro momento, o que podemos TENTAR analisar, por pura especulação, é que Guardiola fugiu de clubes cujo seus mandatários sejam obcecados por resultados positivos e (alguns) brincam de Football Manager: a Inter de Massimo Moratti, o Milan de Silvio Berlusconi e o PSG de Nasser Al-Khelaïfi, além dos times ingleses já citados. A pressão exercida por estes presidentes é imensa, e isso ele não teve no Barcelona e não terá na Baviera.
A Bundesliga é hoje o torneio de melhor média de público (45 mil pagantes) e com taxa de ocupação nos estádios que rondam os 95%. Além disso, o Bayern é disparado o maior vencedor do torneio, com 22 títulos, e sempre é apontado como favorito para levantar a Salva de Prata.
Segundo o comentarista Gerd Wenzel, da ESPN. o clube bávaro tem ‘escolinha de base’, tipo La Masia, onde insere sua filosofia de jogo aos garotos das categorias inferiores. Isso tem dado resultado, já que o atual elenco comandado por Jupp Heynckes conta com seis atletas formados no clube que atuam com regularidade ou são titulares absolutos: Lahm, Badstuber, Alaba, Schweinsteiger, Kroos e Muller.
Junte essa qualidade em formar atletas com o grande poderio financeiro, e teremos um grupo repleto de jogadores de extrema categoria: Neuer, Dante, Boateng, Ribéry, Javi Martínez, Robben, Shaqiri, Luiz Gustavo e Mario Gomez.
Todos estes atletas formam um time de velocidade na saída de bola, que explora bastante as laterais do campo e com qualidade em cadenciar o jogo no meio campo. Quando se defende, o time fica compacto, com os jogadores recompondo de forma rápida e diminuindo o especo do adversário. Talvez não veremos um Barcelona, mas com certeza será um dos maiores times do planeta. Um time que será lembrado por muitos e muitos anos, como os Galáticos do Real Madrid e os Pupilos de Sir Alex Ferguson.
Especialista no futebol alemão, Wenzel também percebeu que o Bayern de Munique é comandado por três ex-jogadores que já venceram a Liga dos Campeões pelo clube na década de 1970**(o presidente Uli Hoeness, o presidente de honra Franz Beckenbauer, com três conquistas, e o diretor executivo Karl-Heinz Rummenigge, com "apenas" dois troféus).
De tabela, Rafa Benítez acabou por perder sua maior sombra para o comando técnico do Chelsea. Essa função, acredito, caberá ao português José Mourinho, ídolo dos Blues.
**1973/1974, 1974/1975 e 1975/1976
* Fábio Preccaro tem 22 anos, estudante de Jornalismo, é fá do futebol do Velho Continente, dos Raimundos, do Bad Religion e da Luiza.

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