terça-feira, 14 de janeiro de 2014

És Ronaldo, Cristiano

por Vinicius Carrilho*

O choro e a majestade (Fabrice Coffrini/AFP)
Se há um nome sagrado no mundo da bola, sem dúvida este é Ronaldo. Apenas na lista dos melhores do mundo, três figuram. O primeiro de todos foi o Nazário, fenômeno, gênio da bola. Depois, veio o Assis, gaúcho, malabarista das quatro linhas. Agora, é a vez de Cristiano. Sim, em 2008 ele já havia sido considerado o melhor jogador do planeta, mas na última temporada brilhou como manda seu nome.

De personalidade forte e vaidoso - no sentido figurado e literal - o português é daqueles que não deixam meio-termo. Quem o admira é um verdadeiro militante. Já quem o odeia faz de tudo para diminui-lo. Porém, diminuir um gigante é impossível.

Dentro de campo, não há como contestar seu futebol. Habilidoso, tem aquilo que alguns chamam de talento e outros, de dom. Ver Cristiano em campo é ter a certeza que praticar o esporte bretão é algo fácil, comum, para todos. Enorme engano. Jogar bola pode ser para qualquer mortal, mas como ele é só para especiais.

Mesmo nascido em um país que não possui tradicionais seleções campeãs e jogando em um time que, nos últimos anos, mais se destaca por sua grife do que pelo que ganha, o camisa 7 destoa. É daqueles que estarão nos livros e muitos dirão orgulhosos que um dia o viram jogar. Talvez esteja muito perto, se já não chegou, da alcunha de gênio. Só não é mais porque em seu caminho encontrou uma incômoda pulga.

Pequena e argentina, ela o assombrou por quatro temporadas. Na última, a Pulga encontrou o único marcador que a fez parar: o destino. Lesionada, perdeu boa parte do ano e então foi a vez do português honrar seu nome.

Brilhando como nunca antes, Cristiano marcou gols, classificou Portugal para a copa e encheu os gramados da Europa. Mais: mostrou que os torcedores, em vez de se digladiarem para impor quem é o melhor, deveriam aproveitar por terem a honra de acompanharem dois aspirantes a lendas do futebol em plena atividade. Messi é ótimo, fora de série, de outro planeta. Cristiano também. Porém, ele possui algo que o argentino não tem. O camisa 7, além de DNA, tem nome de craque. Cristiano é, sem dúvida, um autêntico Ronaldo.

"Eu estou aqui - e sou o melhor do mundo" (Imago/Barcroft Media)

* Vinicius Carrilho tem 22 anos, é jornalista, morador de Osasco e gostaria de ganhar a vida 
fazendo humor, mas escreve melhor do que conta piadas.

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