sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Seria o ocaso?




Saiu ontem mais uma convocação da “Seleção”, desta feita para os jogos contra Venezuela e Colômbia, válidos pelas eliminatórias para a Copa de 2010. Evidentemente, apenas protocolo, pois as chances de ficarmos de fora da Copa são as mesmas de a Angelina Jolie se separar do Brad Pitt para se casar comigo.

Um fato em especial chamou-me a atenção: não a inevitável e inadiável volta do Kaká, nem as convocações absurdas de Kleber, Juan e Doni, ou o merecidíssimo chamamento do interista Mancini para, finalmente, atuar na frente, mas sim a ausência do ex-número 1 do mundo, Ronaldinho Gaúcho.

Não é de hoje que defendo a tese de que ele não deva ser convocado pro escrete canarinho. Afinal, exceto na Copa de 2002 e naquele jogo contra o vento, ou melhor, Venezuela, quando fez um glaço com direito a chaleira e tudo, nada mais fez que justificasse a sua condição de intocável. Em termos de clubes, tudo bem, sempre foi um monstro, apesar da última temporada, mas na Seleção poucas vezes foi além de um bom coadjuvante.

Está certo que a ausência se deve à sua condição física, ou falta dela, mas é algo que me parece sintomático.

Em outros tempos, mesmo estando 300 arrobas acima do peso ideal, ele teria sido chamado, como, aliás, fora imposta pelo Dom Ricardo Corleonne Teixeira a sua ida aos Jogos Olímpicos, recentemente findados e de amargas recordações para a torcida brasileira.

Sempre me pareceram estranhas as suas contusões. Alguém se lembra de alguma vez tê-lo visto sair machucado de algum jogo? É estranho como ele só se lesiona nos treinos, sem que haja uma imagem sequer do momento da contusão. Sem querer ser leviano, essas contusões coincidem com a estreia do craque na noite espanhola.  

A perda do prestígio do camisa 80 do Milan fica ainda mais evidente com a convocação do Kaká, outro que já foi considerado o melhor do mundo.

Não sei se você, caro leitor, concorda, mas a opção pelo Dunga para ser o atual treinador do Brasil foi uma espécie de contraponto à esbórnia na qual se transformou a Seleção na última passagem da vitoriosa dupla Parreira-Zagallo no seu comando. Como não foi possível repatriar o Felipão, optou-se por alguém cujo nome fosse associado à entrega, à disciplina, itens que faltaram na Alemanha.

Para mostrar quem manda, tratou de afastar as duas maiores estrelas da companhia, os já citados Kaká e Ronaldinho, para servirem de exemplo aos que estavam chegando. Não demorou para que voltassem, obviamente, mas só um deles permaneceu.

Depende só dele, Gaúcho, recuperar o terreno perdido e a camisa 10, que está órfã desde que Rivaldo saiu. Talvez aí esteja o problema.

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