domingo, 14 de setembro de 2008

O mundo é um moinho

E a Portuguesa? Perdeu. De Novo. E sabe o que há de mais triste nisso, ainda mais para mim, que há 23 anos escolhi o simpático time do Canindé como o do meu coração? É que, apesar de ter perdido de novo, não há nada de novo disso. 

Também não será surpresa se, de novo, for rebaixada, já que está caminhando, ou melhor correndo a passadas mais largas que as passadas doiradas do jamaicano Usain Bolt, na direção do limbo.

E pensar que há menos de um ano eu estava comemorando a volta à divisão maior do futebol nacional depois de cinco longas e tenebrosas temporadas na Segunda Divisão. Confesso, inclusive, ter sido essa a única vez que chorei por conta de um jogo de futebol, até porque não se tratava de apenas um jogo, mas sim do sofrimento causado por passar cinco anos na penumbra.

Eu costumo dizer que para um time que ficou tanto tempo longe dos holofotes, manter-se  na elite no primeiro ano já é um excelente negócio. Assim foi no Paulistão, mas no campeonato nacional os olhos ficaram maiores que a barriga.

Após um estadual repleto de problemas, sem poder jogar no Canindé nem contar com o Diogo (na época em boas condições psicológicas), lesionado, em boa parte do torneio, acabou em 10º lugar.

Para o Brasileiro, não bastou. Após uma pressão insana e injusta da "torcida" organizada, o treinador Vágner Benazzi foi demitido, a despeito do que fora realizado na temporada anterior. Pro seu lugar foi trazido o quase ex-técnico Valdir Espinosa, que, como era esperado, não resolveu. Agora, cabe ao esforçado Estevam Soares a missão de tirar o time da incômoda posição em que se encontra.



Equipe mal montada? Movimento orquestrado da pseudo-torcida? Corpo mole por parte de alguns atletas? Suspeitas existem aos borbotões. Aliás, corre um comentário de que houve um movimento por parte de alguns jogadores para derrubar um determinado membro da comissão técnica, que seria uma espécie de "leva-e-traz" infiltrado pela diretoria (coisa que a boleirada não admite). E a forma mais eficaz para derrubar alguém é o tal do "corpo mole" já citado acima. O problema é que o nome que vai para o buraco é o da Portuguesa. Quem cai é o time, eles não. No ano que vem, algum lacaio/empresário leva o jogador para algum time da Bielorrússia ou da Ucrânia, em troca de alguns caraminguás.

A saída do Benazzi foi o maior dos erros, ainda mais da forma que foi: não foi por causa do trabalho mal feito, mas por causa da pressão exercida pela organizada, que não mais o queria à frente da equipe. Para o gol, não há titular absoluto. Ora joga o Sérgio, ora o André Luís. O único zagueiro de bom nível, Bruno Rodrigo, está em má fase. Na lateral esquerda, o recém-chegado Athirson é a terceira tentativa de encontrar alguém que preencha a lacuna deixada com a saída de Leonardo. No meio só o Preto joga e, no ataque, Jonas deve estar sofrendo de solidão.

A troca constante de comando, mais a chegada de jogadores no decorrer do campeonato, só mostram a que ponto chegou o desespero dos dirigentes lusos. É como diz aquele samba do mestre Cartola: "Em cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares, estás à beira do abismo. Abismo que cavaste com seus pés".

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