sábado, 13 de março de 2010

Esse é São Marcos

Durante a semana passada muito foi dito sobre a acalorada declaração dada pelo goleiro Marcos, ainda no gramado do Parque Antártica, na derrota do Palmeiras contra o surpreendente Santo André.

Pois bem. Esperei a poeira assentar para tecer algumas considerações. Marcos está cansado. Não só por causa da idade, mas de tudo o que cerca esse mundinho do futebol.

Todos estão sujeitos a falhas, ainda mais sendo exigido como vem sendo o camisa 12 do Verdão. O que poderia ser visto como apenas uma autocrítica do velho arqueiro verde, na verdade é a constatação da falta de compromisso de (grande) parte do elenco do Palestra.

Ele, Marcos, mais do que o maior goleiro da história do Palmeiras, é o maior torcedor do clube da Turiassú. Fala, às vezes, mais do que deveria, é verdade, mas é o único a dar a careca a tapa nos momentos difíceis.



Goleiro recebe homenagens da diretoria palmeirense (Gazeta Press)
Noto, mais do que qualquer outra coisa, amargura nas suas palavras. Frustração de quem atingiu o patamar em que se encontra, mas tem que conviver com um bando de "Zés Ninguém" que está pouco se lixando para as cores do clube. E isso dói em quem dedicou sua carreira toda ao Palmeiras.


DE ÍDOLO PARA ÍDOLO Marcos recebe consolo de Edmundo
após fraturar o braço contra o Juventus (Folha de São Paulo)
Marcão tem crédito para repreender até o presidente Beluzzo, se for o caso. Neto, que foi ídolo no outro parque e hoje é comentarista de TV, falou o que quis e ouviu o que mereceu. Ao menos teve a decência de não prolongar a discussão.

Pelo bem do futebol, o guardarredes palestrino demoveu-se da ideia da aposentadoria no fim desse ano. Porém deixou claro que, se estiver na reserva, receberá apenas metade do salário, pois não quer, segundo suas palavras, "roubar" o Palmeiras.

Marcos ama tanto o time que defende que, quando o Arsenal quis contratá-lo, inventou um sem número de desculpas para não assinar com o clube londrino. Fez uma série de exigências absurdas, e o Arsenal topou todas elas. Aí não teve jeito: teve que dizer que não queria sair do Alviverde.

É por causa desse tipo de atitude que, desde 1999, ele não é só o goleiro do Palmeiras. É muito mais do que isso: é o São Marcos do Palestra Itália. Amém.
(brunovenancio.zip.net)

3 comentários:

Carol disse...

Marcão é um Idolo. Não gostei do modo que o "muito peido, Pouca merda"
do Neto falou dele, e achei cada palavra do Marcos, maravilhosa e bem colocada. Enfim, não é só porque sou Palmeirense que o admiro, admiro TODOS aqueles de Bom CARATEr, seja do time que for...AMéM...²

Marcos Teixeira disse...

É isso aí, Carol. O Neto falou e recebeu o merecido.

A coerência nos mostra que ninguém pode ficar acima do bem e do mal. É regra. Pois bem, o Marcão é a exceção da regra.

Valeu pela visita, hein?

Lala disse...

Infelizmente no futebol é cada vez mais difícil encontrar alguém que jogue com raça e amor ao time. Tudo está cada vez mais comercial, visando apenas o $$$, o que é uma pena.
Marcos é um bom exemplo de que ainda se pode ganhar dinheiro, jogar bola no clube do coração e ainda não ir contra seus princípios.
Beijos,