sábado, 13 de outubro de 2012

Aos que deitaram a vaca


A vaca deitou, definitivamente. A derrota para o Coritiba em Araraquara era a pá de cal que faltava para enterrar de vez o Alviverde do Parque Antártica e carimbar seu passaporte à Série B do futebol nacional. 

Mas engana-se quem pensa (se é que alguém ache isso) que o Porco sucumbiu neste jogo. Claro que, por ser um confronto direto, acaba sendo mais pesado. O Palmeiras paga pela sua incrível e interminável sucessão de erros, que vai desde a direção até as arquibancadas. Como disse brilhantemente o comentarista Paulo Vinícius Coelho, dos canais ESPN, o problema está no Alviverde inteiro, que sabe ser brasileiro, principalmente no improviso e desorganização. Acontece que a conta chega, e pelo visto é hora de pagar.

O time montado pelo técnico Felipão é fraco, muito fraco. Não tem um goleiro à altura da sua história, conta com um punhado de jogadores fracos, que poderiam jogar bem espalhados por times mais azeitados, mas juntos são um bando, um amontoado de pernas-de-pau. Assim, mesmo que tivesse um craque no time, não daria jeito.

Falando em Felipão, ele é um dos responsáveis. Foi o campeão do mundo em 2002 que montou este time. Mas o maior problema é que Scolari parou no tempo. Taticamente, está na década de 1980. Ganhou a Copa do Brasil este ano por dois motivos: o formato da competição, que é de tiros curtíssimos em cada fase, e porque os melhores times do pais não disputaram. Numa competição de 38 rodadas, é quase impossível um time sem variações táticas e sem elenco minimamente decente brilhar.  

Tem também o efeito Marcos Assunção. Se o capitão não joga, não há profundidade. Se joga, é necessário povoar o time de volantes para ajudar na marcação. Como eles são fracos, inventaram o zagueiro Henrique de cabeça-de-área. Na marcação funciona bem, mas com a bola nos pés é um desastre, e a saída de bola fica comprometida.

Mauricio Ramos não se entende com a bola (Imagem: globoesporte.com)
Ainda mais porque até hoje os palestrinos esperam pelo futebol de Valdívia, que sumiu em 2008. Ele nunca esteve à altura da camisa 10 alviverde, ao contrário do que pensa boa parte da crônica e da torcida. Torcida, aliás, que também tem sua parcela na desditosa campanha. E não é pequena. Foi por causa dessa "meia dúzia" de irresponsáveis que o Palmeiras foi jogar contra o Coritiba em Araraquara, quando um Pacaembu tomado por 30 mil vozes ajudaria e muito o time.  

O Palmeiras tem Libertadores no ano que vem, o que facilitará para montar o time, ao menos no primeiro semestre. Acontece que, caso perca o torneio, sobrará a Série B. Nem todos ficarão, mas os que ajudaram a rebaixar o time, terão que, mais do que nunca, ser a torcida que canta e vibra.
   

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