sexta-feira, 17 de maio de 2013

Derrotas que doem mais

REAÇÃO DE EXTREMOS Jorge Jesus, após golo do Porto,
nos acréscimos (Paulo Esteves/ASF)
Os últimos dias tinham tudo para ser especiais para toda a gente benfiquista. Nas três competições das quais tomava parte com enormes possibilidades de título, duas tinham seus estertores se aproximando: o Campeonato Português e a Liga Europa.

No nacional, a confortável vantagem de quatro pontos que o invicto Benfica manteve para o Porto durante boa parte do certame se transformou em dois pontos de folga graças ao inesperado empate diante do insosso Estoril, no estádio da Luz. Na penúltima jornada, no entanto, um empate no Dragão, no clássico com o Porto, deixaria a equipa da camisola encarnada com o título bem encaminhado, já que bastaria uma vitória contra o praticamente rebaixado Moreirense, em casa, na última rodada.

Neste ínterim, havia a decisão da Liga Europa em Amsterdã, diante do Chelsea. Esta, com ingredientes adicionais, emocional e historicamente falando. Além de ser a primeira decisão continental desde a final da Copa dos Campeões da Europa de 1990, a possibilidade de acabar de uma vez por todas com a maldição do húngaro Béla Guttmann, que sentenciou que o Benfica, sem ele, não ganharia taças europeias por cem anos.

É dispensado descrever como foi o andamento dessas duas partidas, contra Porto e Chelsea, o que já foi difundido em profusão pelos meios de comunicação. Em ambas, o Benfica foi melhor, dominou as ações em boa parte das partidas. Não se acovardou, desperdiçou um comboio de golos, mas teve o mesmo fado: perdeu com golos depois do minuto 90. 

IVANOVIC SOBE: segundo golo nos acréscimos,
em dois jogos (Graham Chadwick)
A possibilidade de ser campeão português e evitar o tricampeonato do Porto (e o 20º título nos últimos 30 anos) ainda existe, mas é remota. Caberá a um time moralmente esfacelado, que tinha só duas derrotas na temporada inteira, vencer e torcer pelo desáire do rival invicto na competição, que atuará fora de casa contra o terceiro colocado Paços de Ferreira, o que poderia ser motivo de esperança para a gente encarnada. No entanto, o time da Capital do Móvel tem vaga assegurada na próxima Liga do Campeões e já não aspira nada no certame.

Depois virá a decisão da Taça da Portugal, contra o Vitória de Guimarães, no final deste mês. O que tinha tudo para ser a coroação de uma temporada quase perfeita, pode ser o prêmio de consolação para uma equipa que lutou muito e merecia que a sorte não fosse madrasta..

Mesmo “caindo de pé”, como disseram os benfiquistas mais ponderados, não há orgulho nisso. Derrotas são derrotas, e doem. Todas elas, mas algumas doem mais. O amor é incondicional; o orgulho, não. 

2 comentários:

Anónimo disse...

BENFICA DOMINOU O PORTO EM BOA PARTE DO JOGO????....ACHO QUE VC NAO VIU O JOGO....SO UM TIME QUIS GANHAR O JOGO....E ESTE FOI O PORTO....

herminio fernandes

Marcos Teixeira disse...

Dominar não significa apenas criar oportunidades. O Porto teve o quê, no segundo tempo? Duas oportunidades de gol? Pouco, né?