segunda-feira, 27 de maio de 2013

O ministro ensaboado

Ministro Rebelo é sabatinado por blogueiros (Ministério do Esporte) 

A segunda-feira paulistana outonal foi típica para a época do ano. A temperatura era de amena para baixa, causada pelos ventos gelados que cortavam a garoa que ensaboava as ruas da capital paulista. Foi neste cenário que o ministro Aldo Rebelo esteve em São Paulo.

Rebelo esteve na maior cidade do Brasil para participar de uma sabatina com representantes de alguns dos mais conceituados blogs esportivos do estado. No cardápio, além do saboroso café da manhã servido aos convidados, os investimentos e planos do governo a partir dos mega-eventos esportivos que terão o país como sede: Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, este a realizar-se no Rio de Janeiro.

O ministro é um homem bem articulado. Sabe o momento de falar mansamente e de elevar o tom de voz. Respondeu na base do olho no olho cada um dos interlocutores, com paciência. Os inúmeros dados apresentados a cada resposta mostravam uma pessoa bem preparada para o evento. Citou seu time do coração, o Palmeiras, em diversas vezes, e mostrou-se preocupado com a elitização do esporte, sobretudo o futebol, levantada por um dos blogueiros, que deu como exemplo o jogo de despedida do santista Neymar, no qual o ingresso mais "barato" custara a bagatela de 160 reais.

Neste caso, ele disse do perigo de o futebol brasileiro se transformar em uma Espanha, onde dois times brigam pelo título e o restante não passa de meros figurantes. Falou também da necessidade de dar suporte aos clubes menores, para que o abismo que separa os times de massa dos outros não aumente a ponto de inviabilizar a existência dos menos favorecidos.

Entre um café e outro, defendeu a concessão do Maracanã à iniciativa privada e o uso do dinheiro público para o financiamento do esporte brasileiro; garantiu que os estádios erguidos longe dos grandes centros não se tornarão elefantes brancos e afirmou que as obras de infraestrutura, necessárias não só para a realização dos eventos, mas para levar o desenvolvimento aos lugares mais afastados, ficarão como legado ao Brasil.

Vê-se que Rebelo, como era de se supor, não se furtou de falar de temas espinhosos, além de mostrar que tem as melhores intenções. No entanto, o titular da pasta dos esportes no Governo Federal se esquivou de diversas questões espinhosas, como explicar os mecanismos que seriam usados para garantir que o futebol não seja apenas para uma elite mais abastada ou como fazer para que todos os palcos do Mundial sejam rentáveis a longo prazo.

No fim, todos os participantes trocaram contatos e (alguns deles) dividiram a impressão de que não era apenas o asfalto da Pauliceia que estava liso naquela gélida manhã paulistana. 

O ministro com o time de 11 blogueiros (Ministério do Esporte)
  

1 comentário:

Pedro Galindo disse...

Bela matéria, cara.

Vamos em frente!