quinta-feira, 5 de julho de 2018

Passou quem teve coração. E não foi Portugal


A VIDA PELA VAGA O que faltou a Portugal sobrou
 ao imenso Cavani (Facebook.com/FIFA)
 
Desde o início da Copa eu tenho reclamado da convocação, da postura e das escolhas de Fernando Santos. Hoje, Portugal caiu por causa da falta de opções para fazer a bola chegar à frente. Sem essa de cair em pé. Perdeu para um grande time, uma camisa gigante, mas perdeu, e poderia ter feito mais. Não com o grupo que foi convocado. Não com João Moutinho no banco quando era o único com passe qualificado. Não com Gonçalo Guedes em campo. Não com Guerreiro sendo engolido por Cavani, com João Mario errando o que podia e o que não podia. Não com Bernardo Silva jogando torto na direita e órfão do apoio do grotesco Ricardo Pereira.


O Uruguai, ciente de suas limitações, deu campo, bola, fechou a defesa e apostou nos imensos Cavani e Suárez. Não tem um elenco numeroso, mas Óscar Tabarez extraiu o melhor do que tinha em mãos e anulou Cristiano, que mal viu a bola e, quando a teve e só tiha o chute como opção, tinha à frente Torrera, Laxalt, Cavani e outros 3 milhões de uruguaios se matando a cada bola.

Uma pena a única partida monstruosa feita por Bernardo Silva, melhor jogador português em campo, ter sido a última. Guerreiro, Guedes e João Mário, por sua vez, foram pesos mortos em campo num jogo em que era preciso estar no máximo do desempenho, num jogo em que era inadimissível ter tantos escanteios que morreram antes mesmo de chegarem à área.

Fernando Santos, a quem devemos agradecimento eterno pelo título da Eurocopa, terá que renovar não só a Selecção das Quinas, como seus conceitos e modo de jogar. Portugal deve perder Pepe depois de três Eurocopas e outras tantas  Copas do Mundo, além de Fonte, João Moutinho e Quaresma, que podem ter cumprido seus derradeiros serviços com a Cruz da Ordem de Cristo ao peito, ao passo que Cristiano ainda deve ter um ciclo completo pela frente.

Voltando ao jogo, passou quem mereceu passar.

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