Tudo bem, a adversária era mansinha e mostrou as garras no início do jogo para assustar, mas o fato é que, exceto pelo final da primeira parte, quando o Vietnã conseguiu sair das cordas e causar algum embaraço, a bola rolou à portuguesa, com todas as virtudes e os defeitos do jeito português de ser.
O talento da craque Kika Nazareth - que mulher maravilhosa!; a classe e a fineza de Jéssica Silva, a quem o futebol deve ao menos um golo nesta Copa; as virtudes de Telma Encarnação, que mostrou na estreia que era possível olhar nos olhos das maiores, e a quem coube a honra de marcar o primeiro. E Lúcia Alves. E Andreia Jacinto. E Joana Marchão. E toda a malta.
O 2-0, tímido para o tanto que foi criado, poderia ter sido 5 ou 6, não fosse a precipitação no momento de prosseguir com a jogada. Faz parte do processo. O tempo trará a maturidade que permite tomar as melhores decisões.
Temos pela frente os Estados Unidos, que é o Brasil do futebol feminino, e provavelmente só a vitória contra a camisa mais pesada do mundo servirá para seguir. Temos a certeza de que a viagem está a ser bonita, mesmo não sabendo onde vai dar. Para além da dor já passamos e o abismo está logo à frente, mas o espelho do céu também.
Vamos, Portugal! Sobre a terra, sobre o mar, sobre a relva. É sobre sonhar. É sobre ser português.