domingo, 13 de novembro de 2011

Gente como nós

Há um antigo ditado em Portugal que diz que quem não bebe tem algo a esconder. Sabe-se que o português é um povo intenso, em tudo. Quando está triste, não há tristeza maior, sobretudo quando ela se materializa no choro de uma guitarra portuguesa a acompanhar a voz melancólica do fadista. Quando está contente, porém, o português é festeiro como não há em lugar nenhum.

Ontem estive na padaria do amigo Johnny para acompanhar o jogo da Lusa contra o Vila Nova e, de quebra, tomar uma cerveja e comer os tradicionais tremoços. Desta feita, porém, Johnny providenciou um ótimo churrasco para apreciarmos com o também ótimo futebol do time do Jorginho.

Enquanto a pelota não rolava no relvado do Serra Doirada, a mesa cheia anunciava a presença da gente d'além mar no lugar. Como bem diz a música, há fartura em tudo o que um bom português faz. E nem precisa de passaporte, pois o bem receber, o calor de um abraço sincero e os olhos marejados em sinal de agradecimento pela acolhida e pela visita já denunciam, além do rubroverde das bandeiras espalhadas pela padaria e pelas camisolas de toda a malta que lá estava.

Em campo, cada golo apontado pela Lusa era uma festa. Nem o tento de empate, alcançado pelo Vila tão logo a Portuguesa inaugurou o escore, esfriou o ânimo da gente lusitana. Coisa que só uma equipa que goza de plena confiança dos adeptos consegue. E isto a Lusa tem de sobra.

E como quem não bebe tem algo a esconder, ninguém escondia a alegria por ver a Lusa tendo outra atuação bem conseguida, a de número 21 no campeonato. Alegria esta demonstrada em um abraço, um sorriso largo ou mesmo em uma lágrima.


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