sábado, 26 de novembro de 2011

Passa a régua aí, campeão!

Quando o árbitro jogo Icasa x Portuguesa trilar pela última vez o apito, chegará ao fim a temporada de 2011 para a gente do Canindé. Temporada, esta, que marcou a ressurreição, a volta da Lusa não apenas à Primeira Divisão, mas principalmente ao grupo dos grandes times do país.

Foi um ano especial: nos classificamos após quase 13 anos à segunda fase do Paulistão, vencemos a Série B do Campeonato Brasileiro com folga, com brilho, com raça, jogando muita bola e com a torcida fazendo do Canindé o estádio mais lindo do mundo.

Sim, existem estádios mais modernos, mas em nenhum o leitor encontrará uma torcida tão apaixonada, tão passional. Ninguém tem o brilho nos olhos que pode ser visto no Canindé. A mesma vibração não pode ser vista em outro lugar.

É fácil torcer para quem está sempre na elite, sempre sob os holofotes, sempre sob a proteção das arbitragens, tribunais e confederações, ou até de governos populistas que se valem da paixão do torcedor, trocando apoio por títulos pré e pós fabricados ou por estádios.

A Portuguesa vive por si, pela e da sua gente. Nunca se vendeu, sequer foi ajudada por esquemas que acertassem, antes dos 90 minutos, o vencedor. Ou melhor, o resultado, pois em condições assim não existem vencedores.

O que se viu este ano mostra a grandeza da Portuguesa. Em números, são 31 rodadas em primeiro lugar (das quais as 29 últimas), o que daria 148 dias com a camiseta amarela, fosse o Tour de France de ciclismo. O acesso veio com seis rodadas de antecedência; o título, com três. É o ataque mais arrasador da história da Segunda Divisão nacional, com 80 tentos marcados até a última jornada. Isso sem contar os 20 jogos de invencibilidade, o que dá mais que um turno inteirinho.

Se a frieza dos números impede uma análise mais apropriada, temos a festa que foi o Canindé nos últimos jogos, a tocata de folclore com suas concertinas, a emocionante execução do Hino Nacional por parte do maestro João Carlos Martins e, sobretudo, a alegria em forma de sorrisos, lágrimas e abraços.

E neste ano inesquecível, no qual na padaria portuguesa o pão caiu com a manteiga pra cima, podemos tomar mais uma para comemorar e, de uma vez por todas, para a Segunda Divisão, passar a régua.

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