terça-feira, 13 de março de 2012

A ficha caiu

Demorou, mas o Corinthians finalmente criou vergonha na cara e dispensou os "serviços" de Adriano. O ex-Imperador nunca esteve pleno do Parque São Jorge, nunca vestiu a camisa, de verdade (mesmo porque não cabia).

Adriano é mais um caso de um talento extraordinário jogado fora. Tem uma explosão descomunal, uma força impressionante e um chute absurdamente forte. No entanto, para prevalecer, é necessário que esteja em forma, pois tecnicamente é um jogador apenas esforçado, trivial, comum.

Em momento algum ele foi sequer a sombra do jogador que arrebatou o mundo com a camisa da Internazionale e até da Seleção antes da Copa de 2006. Depois que perdeu o pai, Adriano só desceu, e a queda é vertiginosa demais, mesmo para quem só faz besteira fora de campo.

E a lista é extensa demais: foto alusiva a uma facção criminosa, foto com metralhadora, a história do pé queimado na lâmpada, a moto para a mãe do traficante, sem contar os inúmeros atrasos aos treinos. A verdade é que ele simplesmente não se ajuda, nem quer ser ajudado. O destino deve ser o Flamengo, time acostumado a contratações no estilo "me-engana-que-eu-gosto".

No filme "Boleiros - Era Uma Vez o Futebol', Ugo Georgetti mostra, pelo personagem Paulinho Majestade, vivido por Aldo Bueno, um jogador que teve fama e riqueza, mas que perdeu tudo, e vive às sombras do próprio passado. É ficção, mas a película é um retrato fiel do que acontece aos montes. Jogadores muito maiores que o Imperador, como Jorge Mendonça, George Best e, sobretudo, Garrincha, tiveram dinheiro e fama, e morreram na miséria. Adriano é milionário, mas não vê que está se afundando, e um dia o dinheiro acaba.

Aí a Balada nº 7 cantada pelo extraordinário Moacyr Franco para homenagear Garrincha cairá como um par de chuteiras feitas sob medida para o Imperador, sem o brilho do Anjo da Pernas Tortas, mas com o mesmo final previsível.

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