sábado, 11 de agosto de 2012

A Cesar o que é de Cesar

Não foi desta vez que o Brasil conseguiu a medalha de ouro no futebol. No feminino, a Seleção parou nas quartas, longe da disputa pelo ouro. Pelo que é investido e pela "preparação", se é que podemos chamar de preparação o que a CBF fez, chegou longe. Não há incentivo, nem renovação, nem campeonatos. Títulos, só os Pan-Americanos da vida, e olhe lá.

No masculino, porém, havia a expectativa da conquista inédita, ainda mais quando a atual bicampeã Argentina não apurou-se para os jogos. Time para isso o Brasil tinha, tanto que boa parte da seleção principal esteve em Londres, com Neymar, Thiago Silva, Ganso, Pato, Sandro e Lucas, só para exemplificar. Até a comissão técnica principal estava lá. 

Como de hábito, as trombetas, cornetas, vuvuzelas e afins soarão para o lado dos jogadores, que serão taxados de pipoqueiros e outros termos pouco elogiosos. No entanto, faltou um detalhezinho, bem besta para os nossos padrões, que a arrogância tupiniquim sempre despreza: planejamento.

Mais uma vez os comandantes do futebol nacional confiaram na camisa. O Brasil tinha tudo, menos um time. A preparação começou tardia, não houve prioridade para a seleção olímpica. Como praxe. Foram cometidos erros primários, como a troca da comissão técnica para o torneio. Quem classificou o Brasil não foi Mano Menezes, foi Ney Franco, que conhecia melhor o grupo, mas assistiu daqui a insossa campanha brasileira.

Contra adversários extremamente fracos o Brasil não sobrou, mesmo nos 3 a 0 das meias-finais contra a Coréia do Sul. Mais uma vez era bola no Neymar e ele que se virasse. Contra um time forte, minimamente organizado, o Brasil sofreria. E foi assim contra o México, que jogou a final sem seu principal jogador, Giovani dos Santos, mas se preparou por dois anos para a competição. O resultado foi um passeio dos mexicanos. Por parte do Brasil, nenhuma organização, alguma técnica e muita, mas muita, marra de alguns jogadores, como o bisonho Rafael.

Os atletas devem ser cobrados? Sim, devem. Assim como a comissão técnica, embora ela tenha feito o que sabe. Esperar algo diferente do treinador é desconhecer seu pragmatismo e sua visão estreita. Ele convocou mal, sujeitou-se a ser marionete do pseudo-diretor de Seleções da CBF e não deu padrão algum para o time.

Mas eles são apenas parte de uma engenhoca chamada CBF, que está enferrujada, ultrapassada. Que parou no tempo e não percebeu que o futebol do Brasil está na Segunda Divisão do futebol mundial.

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