sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Perene, eterno, imortal

Hoje morreu Félix. O coração do velho goleiro parou de bater por volta da sétima batida do dia, num hospital da Zona Leste de São Paulo. Justo ele, que respirou futebol a vida toda, teve seus pulmões o traindo depois de 74 anos.

Hoje morreu Félix. O antigo guarda-redes começou cedo. Aos 15 anos já fazia sua primeira partida como profissional do Juventus, o Moleque Travesso da Moóca, bairro onde nasceu, na mesma Zona Leste onde terminou seus dias. Do Juventus, foi para a Portuguesa, vestindo a camisola rubro-verde por 13 anos, permeados por um breve período pelo Nacional. Até gol pela Lusa ele fez. E foi pela Portuguesa que ele chegou à Seleção. Fato dos mais raros nos dias que correm. Do Canindé, foi para as Laranjeiras para defender o tricolor Carioca e ser campeão carioca.

Félix, quando defendia a Portuguesa, na década de 1960
Hoje morreu Félix, o mais subestimado dos titulares do Brasil tricampeão mundial no México. Tão campeão quanto Pelé, Tostão ou Jairzinho, mas lembrado mais pela falha no gol do Uruguai que pela monstruosa atuação diante da então campeã Inglaterra, no chamado Jogo do Século.

A Seleção Brasileira, com Félix, tricampeã mundial em 1970
Hoje morreu Félix, um dos poucos jogadores da história a receberem o Prêmio Belfort Duarte, por ficar mais de dez anos seguidos sem ser expulso.

Hoje morreu Félix. Passou porque mesmo os heróis perecem, posto que são humanos. Sua história, porém, é perene. É eterna. É imortal.

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