quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Que venha a próxima briga

Vasco e Corinthians se enfrentavam no belíssimo (e superfaturado) estádio Mané Garrincha, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro, quando uma confusão estourou nas bancadas. Afora os personagens pitorescos que tomaram parte do dantesco episódio (a saber: um vereador de Francisco Morato e um dos corintianos que passaram mais de 150 dias reclusos em Oruro), chama a atenção a punição imposta aos clubes, que jogarão duas partidas com o seu mando com os portões fechados e outras duas, também na condição de mandante, com a presença somente de torcedores da equipa visitante.

Independentemente da cor da camisola da equipa punida ou do tamanho do prejuízo financeiro, a medida incomoda. Incomoda no sentido de que os principais responsáveis pelo furdúncio ocorrido na capital federal não foram punidos. E nem serão. 

FALTA DE DECORO Vereador conhecido como Capá, de Francisco Morato (SP),
ataca policial durante brigano Mané Garrincha (Sérgio Lima/Folhapress)

É um erro imaginar que a punição somente aos clubes envolvidos resolva alguma coisa. Como também é um equívoco classificar como torcedores essa marginália que deixa o que acontece no relvado em segundo plano. Eles estão pouco se lixando para seus clubes. Gritam o nome da sua facção, compram os produtos dela, que não reverte um puto sequer ao clube. Muito pelo contrário, vivem de mamar nas suas tetas. E nisso os distintivos também têm culpa, muita culpa. Dirigentes compram o apoio dessa malta, ora com ingressos, ora com dinheiro mesmo, e depois têm que conviver com o cheiro do bode na sala. E ele fede.

Podem fazer o que quiserem: tirar mando de campo, multar, fechar os portões, fazer o diabo a quatro. Não adiantará picas. Eles são bandidos e devem ser tratados como bandidos. Ora, se eu, você ou a senhora sua mãe desacatarmos um policial na rua, no mercado, na casa do cacete, seremos presos. Por que diabos se isso for feito dentro de um estádio de futebol ou nos seus arredores não acontece nada?

Se não for dessa forma, novas confusões acontecerão, todos ficarão impunes e novos Kevin Espada aparecerão. Só vai mudar a cor da camisa.
SAUDADE DE ORURO Corintiano preso na Bolívia
 se envolve em nova confusão (Sergio Lima/Folhapress)

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