sábado, 21 de novembro de 2009

Quem se responsabiliza?

Terminou o sonho do acesso da Portuguesa à Primeira Divisão do futebol brasileiro. Mesmo com a vitória contra o campeão por antecipação e cheio de má-vontade Vasco, no Maracanã, as chances de chegar à última jornada ao menos com chances remotas acabaram-se com a vitória do Atlético goiano sobre o Juventude, na serra gaúcha.

Fica a pergunta, como sempre: de quem é a culpa? Aliás, não é a única questão a ser respondida. O quê faltou? Por que, mesmo com a segunda maior folha de pagamento e talvez o melhor elenco entre todos os times, não foi alcançado o acesso?

Raça não faltou, em momento algum. O problema é que a Lusa abusou do direito de errar. Não tivesse um time tão bom teria caído para a Terceira Divisão, tamanha a desorganização. O ano todo ficou marcado pelas besteiras da diretoria e pelo quase. No Paulistão quase foi às meias-finais, perdendo a vaga para o Santos por conta do saldo de golos e de um pênalti muito esquisito a favor do Peixe, no finalzinho do jogo com a Ponte. Trocaram o treinador após a primeira jornada, defenestrando a pré-temporada. Veio o Mário Sérgio, que, bem ou mal, recolocou a equipa no caminho das vitórias. Como ele não dava ouvido à voz que vinha da bancada, foi fritado feito bolinho de bacalhau, sendo substituído pelo Bonamigo.

O gaúcho vinha fazendo também um belo trabalho. Talvez isso tenha incomodado a torcida, que também o criticava. Por quê? Quem é que sabe? A principal (des)organizada da Lusa não se satisfaz com nada. É uma meia dúzia de três ou quatro moleques mimados que fazem a crítica pela crítica. Se o time joga mal, gritam "raça! raça!". Se joga bem e, mesmo assim, perde, bradam "raça! raça!". Tudo é motivo pra pedir raça, falte ou não.

Inexplicavelmente, a diretiva rubro-verde cedeu aos apelos dos burros das bancadas e trocou o comando, de novo, da equipe. Veio o Renê Simões e deu no que deu: três jogos, um ponto e uma confusão enorme que culminou na saída dele, Renê, do meia-atacante Edno e até na interdição do estádio luso.

Aí foram buscar o Benazzi, que saiu escorraçado do time no ano passado. Um ano depois foram buscá-lo de volta, no desespero de tentar ainda o acesso. Quer dizer, um ano inteiro jogado pela janela. E por quê? Pra satisfazer o ego da "torcida"?

Enquanto a Portuguesa acolher essa gente, que tem a sede dentro do próprio clube, sofrerá sua maligna influência. O papel do torcedor é torcer, sempre, e cobrar quando for necessário. Não cabe a ele interferir nas decisões da direção. Torcedor, além de não ter preparo para tal, é um apaixonado pelo clube, e quem é movido pela paixão só faz besteira.

Confesso que estou chateado. De momento, minha decisão é não por os pés no Canindé enquanto não tirarem de lá a sede da torcida organizada. Como torcedor não tem vergonha na cara, e eu, antes de qualquer coisa, também sou torcedor, pode ser que, já no primeiro jogo em casa, eu apareça. Espero que não.

Agora é hora de por a cabeça do lugar e já começar a planejar o ano que vem. De preferência, longe da torcida, que só atrapalha. E com o Benazzi no comando, pois ninguém melhor que ele irá aceitar a missão de levar a Portuguesa de volta à elite.

Quanto aos culpados, não me resta dúvida alguma: é a diretoria, que aceitou as pressões da pseudo-torcida. O presidente Mané da Lupa tinha que ter pulso firme e bancar o treinador, fosse quem fosse. E que os imbecis que ficam puxando aqueles corinhos ridículos atrás das balizas sejam expurgados das alamedas do Canindé. De uma vez por todas.

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