terça-feira, 24 de novembro de 2009

Uma grande quimera

Virou moda, dentro do futebol brasileiro, a transferência de responsabilidade. Ninguém assume nada. É mais cômodo "jogar para a torcida" do que assumir a própria incompetência. E esta atitude nada louvável está em todos os níveis.

No domingo, mesmo, o Botafogo venceu o São Paulo, mesmo tendo, ao fim da partida, três jogadores expulsos. Com correção, diga-se de passagem. Foi um jogão! Apesar da vitória, o comandante alvinegro Estevam Soares foi choramingar ao pé do apitador do jogo, o ótimo Sandro Meira Ricci. Foi reclamar o quê, exatamente? As três expulsões foram merecidas, ora. Em vez disso, deveria o senhor Estevam ir ao vestiário e dar aquela bronca no time. Mas não. Preferiu reclamar.

Temos casos aos borbotões. O Luxemburgo é assim. O Leão é assim. O saudoso Telê Santana era assim. O Mano Menezes, do Corinthians, é pior que todos os outros juntos!

Para não ficar só nos treineiros, vejam o zagueiro Ronaldo Angelim, do Flamengo. Foi reclamar do excesso de garra do Goiás. Levantou a hipótese de o time esmeraldino ter recebido um "incentivo extra", digamos assim. Num português bem claro, a "mala branca". Ora, o Goiás não almeja mais nada no campeonato e o Flamengo luta (com as bênçãos do STJD) pelo título. Quer incentivo maior que esse? Se o beque rubro-negro admite que o adversário poderia estar sob efeito do suborno branco, assume, mesmo indiretamente, conhecer do assunto. Agora, assumir que seu time foi incompetente pra ganhar de um adversário que apenas cumpria tabela, isso são outros quinhentos, como diz meu pai.

Para que não digam que estou sentado no próprio rabo, não isento a diretoria da Portuguesa no referido assunto. Depois de ter perdido, vergonhosamente, o acesso mais fácil de todos os tempos para a Primeira Divisão, resolveram acusar o Guarani de ter escalado um jogador de forma irregular. Trata-se do atacante Bruno Cazarine, que, segundo a diretiva lusa, não poderia jogar pelo Bugre por este ser seu terceiro time na mesma temporada, o que é proibido pela FIFA. Acontece que a Portuguesa tem um jogador, aparentemente, na mesma condição, o centroavante Zé Carlos. Ele jogou, antes da Lusa, no Paulista e no Cruzeiro, ainda em 2009. Ainda se fosse um Careca ou um Amoroso, daria pra entender. Mas o Bruno Cazarini? Faça-me o favor, presidente Da Lupa!

Concordo que, caso haja alguma irregularidade, o responsável seja punido. Afinal, deve-se respeitar as leis do jogo, e estas incluem as normas para a inscrição de atletas. O que não pode passar batido é o fato de que a Lusa só está fazendo esse estardalhaço todo porque foi incompetente, o que não é nenhuma novidade, aliás. Assumir isso? Quimera, uma grande quimera.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como bem diz meu amigo; trata-se de uma quimera; no caso luso, mais uma quimera.
Que no dia 30/nov possamos dar um primeiro passo para um futuro melhor; estou apoiando o Luiz Filho (número 77); o responsável pelo blog da torcida lusa no site da globo; e o Manuel H. Moreira (número 53); que participa ativamente deste. Abçs. Everson