segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Em busca do que não tem

A diretoria do Flamengo viaja nesta semana para a Rússia tentando dar um fim a novela Vagner Love. O vice de finanças, Michel Levy, se encontrará com o presidente do CSKA Moscou para fazer uma oferta de sete milhões de euros (basicamente R$ 15,9 milhões), mas o time de Moscou vai fazer jogo duro e não irá vender por menos de dez milhões de euros (R$ 22, 8 milhões).

Essa novela vem acontecendo desde o ano passado, quando Vagner Love falou abertamente que gostaria de voltar ao time carioca, que defendeu em 2010. No final de 2011, o Rubro-Negro pagaria a quantia pedida pelos russos em cinco parcelas, mas o presidente do CSKA a recusou.

Faz um tempo que venho acompanhamento com mais atenção o desenrolar dessa negociação, e fico analisando o valor que o Flamengo oferece para contratar o "artilheiro do amor". E, a partir disso, vem a pergunta: como o clube consegue essa quantia de dinheiro e depois não consegue pagar o salário do jogador? Investidores entram na negociação? Será amor o que Vagner Love sente pelo Flamengo, mesmo sabendo que o clube não paga em dia os salários dos atletas? Pode ser. Mas, a questão é: por que contratar jogadores caros sendo que depois a diretoria não consegue manter o que faz os jogadores darem risada?

Os casos mais recentes são dos jogadores Alex Silva, Renato, Felipe e Deivid, onde até os direitos de imagem foram atrasados. Os salários de Ronaldinho Gaúcho também estão atrasados, mas são por questões contratuais: o Flamengo deixou a cargo da empresa do Ronaldo "fenômeno", 9ine, a parte publicitária do jogador quando seria a Traffic quem usaria a imagem do atleta, sendo assim, a Traffic deixou de pagar praticamente o salário inteiro do jogador nesses três últimos meses.

Situações assim denigrem a imagem do clube, não adianta coisa alguma ter a maior torcida do Brasil e ser um dos principais clubes do país sendo que a imprensa sempre solta para o públco futebolístico a quantidade de meses e salários não pagos pela diretoria Rubro-Negra.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A camisa mais feia da história

No ano passado, quando a Portuguesa lançou seu equipamento para a temporada, fiquei tão encantado com a simplicidade e a beleza das camisolas lusas que as postei aqui.

Eis que o contrato com a antiga fornecedora, a Penalty, expirou, e a Lusa assinou com a Lupo Sports, braço esportivo da tradicional fabricante de meias e cuecas, que tem investido no futebol ultimamente.

Bom, a Lupo nunca primou por fazer camisas assim, tão bonitas. Vide os últimos uniformes dos times vestidos por ela. Isso fez com que eu já esperasse uma piora no padrão, mas admito que eles "capricharam".

A indumentária rubroverde é a mais feia de todos os tempos. As tradicionais listras horizontais deram lugar a um troço ondulado, disforme, mais parecido com um abadá. Como bem disse o grande Flávio Gomes, a camisa da Lusa ou é listrada em verde e vermelho, HORIZONTALMENTE, ou toda ela branca. Ou então, seguindo uma tendência de mercado, bem bacana, por sinal, existe o terceiro uniforme, que normalmente é concebido a partir do estudo de fatos históricos ligados ao clube ou à sua origem, como é o caso da camisa preta com a Cruz de Avis estilizada em pedras portuguesas, ou o modelo grená, com o brasão de Portugal.

O que fizeram com a camisa da Lusa não tem justificativa. Para arrematar o serviço, me colocaram o distintivo no meio. Na branca, então, a maldade foi maior: raios saem do distintivo, como se fosse uma bandeira de escola de samba. Para completar, inexplicavelmente, o número é PRETO.

Não colocarei aqui a imagem, pois não quero enfeiar meu blog. Espero que a Lupo Sports reveja o projeto e aproveite a proximidade do Carnaval para aposentar esse abadá.  

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cadê os camarões?

No ano passado, o técnico Felipão disse em entrevista coletiva no CT do Palmeiras, na Barra Funda, que para o próximo ano não iria querer contratações arroz e feijão, mas sim camarões e lagostas. Pois bem, 2012 chegou e as contratações não estão acontecendo. Com pouco dinheiro, o jeito está sendo novamente contratar jogadores de pouca ascensão no futebol.

Adalberto Roman, Daniel Carvalho e Juninho, por enquanto são essas as contratações que o Palmeiras fez para a temporada 2012. O primeiro citado deixou o River Plate, na qual disputa a segunda divisão do campeonato argentino, o segundo saiu de Minas Gerais, onde defendia o Atlético-MG, clube que escapou do rebaixamento nas últimas rodadas. O terceiro por sua vez veio do Figueirense, time que foi destaque no BR-11 ocupando o sétimo lugar da tabela.

Bem, o mais conhecido desses três jogadores é de fato o meia-atacante Daniel Carvalho, com passagens regulares por Internacional de Porto Alegre (clube onde começou a carreira), CSKA Moscou, Al-Arabi dos Emirados Arábes e Atlético-MG. O agora jogador do Palmeiras terá a chance de mostrar todo o seu potencial até o final de 2012, quando termina seu contrato de empréstimo.

Roman também chegou no Brasil por empréstimo até o final do ano, mas é apenas mais um para compor o elenco. A grande aposta até o momento foi na contratação do lateral-esquerdo Juninho, quando comprou 25% dos direitos federativos e assinando um contrato por três temporadas.

Os verdadeiros camarões ainda estão perdidos no mar, esperando grandes pescadores fisgá-los. Porém, para os pescadores do Palestra: Arnaldo Tironi, Roberto Frizzo e César Sampaio pegarem esses crustáceos, é preciso de dinheiro para o barco, vara de pescar profissional e iscas para irem pescar em alto-mar, dinheiro esse que o Palmeiras não possui.

Contudo, existe uma solução e que parece estar sendo feita pela diretoria alvi-verde: pegar um pedaço de pau e amarrar uma linha de pesca indo até a beira do mar esperar as ondas trazerem os cardumes.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Para sempre Marcão

Tristeza e alegria. Talvez sejam essas as palavras que possam definir o sentimento não só dos torcedores palmeirenses, mas sim da nação brasileira que ama o futebol independentemente do clube que torce.

Ontem, dia 4, o agora ex-jogador de futebol Marcos anunciou sua aposentadoria aos 38 anos. O “Santo”, que ao longo de suas entrevistas dava indícios de sua aposentadoria, resolveu mesmo pendurar as chuteiras. O motivo: as famosas dores musculares.

Marcos chegou a Sociedade Esportiva Palmeiras em 92, sendo o único clube pelo qual jogou. O então goleiro passou de reserva para titular na Copa Libertadores de 99 depois do grande Velloso se contundir.

A partir daquele ano, nunca mais voltou para o banco de reservas. Foram 530 jogos com muitas emoções, sempre com atuações brilhantes e defesas milagrosas que apenas um santo conseguiria defender. Esse era Marcos.

Em 2002, aconteceu uma das grandes glórias na sua carreira: titular e campeão do mundo com a Seleção Brasileira. Se no Palmeiras ele já era ídolo, nascia ali mais um ídolo para o Brasil.

No mesmo ano, veio a prova de que Marcos nunca largaria o Palmeiras: após o término da Copa do Mundo, o time alvi-verde foi rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro, e, se alguém achou que ele iria para o Arsenal-ING, se enganou: ele disse não e ajudou o time a subir para a elite no ano seguinte.

Carismático, brincalhão e sincero, São Marcos conquistou os corações dos rivais. Qual corintiano consegue falar mal desse cara, mesmo ele defendendo aquele pênalti do Marcelinho Carioca nas semifinais de 2000, na Copa Libertadores? Que são-paulino, santista, lusitano, flamenguista, vascaíno entre tantos torcedores de diferentes times consegue falar mal do agora ex-goleiro? Sinceramente, nunca ouvi.

Este estudante de jornalismo que aqui vos escreve teve a oportunidade de vê-lo jogar tanto pela TV como no estádio, e com minhas sinceras palavras foi uma alegria enorme poder ver o maior ídolo do Palmeiras fazer suas brilhantes defesas.

Obrigado, Marcão, por tudo que você fez não só para os palmeirenses, mas pelo Brasil.

A injustiça do tempo

São Marcos do Palestra Itália parou. O ciclo chegou ao fim. Acabaram-se os milagres.

Ficou a lição de que é possível respeitar o seu torcedor sem desrespeitar o do rival. Que dá para promover o espetáculo sem descer o nível ou espinafrar o adversário.

Marcos foi o maior que já vestiu o manto alviverde. Maior que Oberdan. Maior que Ademirda Guia, o Divino. São Marcos do Palestra foi o Ademir da Guia do gol, em todos os aspectos. A mesma dignidade. A mesma classe.

Marcão fará falta. Em uma época que o próprio Palmeiras não se dá o respeito, homens como o eterno camisa 12 são imprescindíveis.

O Arqueiro Verde merecia descer as cortinas de forma mais digna, que fizesse jus à sua importância não só ao Palmeiras, mas pelo exemplo que passou. Ele é um ídolo que faz bem, que deve ser sim imitado.

Erra quem diz que ele merecia um time melhor. Marcos merecia um Palmeiras melhor. De qualquer forma, Marcos encerra feliz, junto da sua gente, e no lugar que sempre mereceu, que é no Parque Antártica.

Ele merece mais que um busto ao lado dos eternos Ademir da Guia, Junqueira e Valdemar Fiume. Merece ficar para sempre na memória de todo torcedor, seja do Palmeiras, do Corínthians ou do Comercial de Ribeirão Preto, como o santo que operou o milagre de estar acima do bem e do mal. Do mal da rivalidade desmedida e imbecil que impregna nossos estádios, cidades e culturas.

Gente como ele não poderia envelhecer nunca. Não deveria se aposentar nunca. O tempo deveria ser seletivo com os santos. Ao menos com o do Palestra.  

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Obrigado, de coração.

Chega ao fim um ano positivo. Um ano em que a Portuguesa voltou a ocupar lugar de destaque sob os holofotes, apesar do seu começo claudicante, com eliminação para o Bangu na primeira fase da Copa do Brasil e a oitava colocação no Paulistão. Por conta do regulamento, acabou sendo, curiosamente, melhor que a quinta posição de 2009 e a sexta de 2010.

Daí veio o segundo semestre, com a campanha histórica e histérica que culminou com o título de campeã nacional, a volta à elite e a merecida alcunha de Barcelusa, graças ao hipnótico futebol jogado pelos comandados do técnico Jorginho, nosso Pep Guardiola.

Pessoalmente foi um ano difícil, com perdas, danos e dúvidas, mas com o apoio dos meus, e com mais dúvidas ainda pela frente. Não sei o que me espera, mas espero ter tenacidade para segurar a bronca. No entanto, como nada é véspera de muito, graças a Deus - e sempre a Ele - consegui meu lugarzinho na imprensa esportiva, um sonho pelo qual batalhei a vida inteira.

Que 2012 seja grandioso, sobretudo para vocês que acompanharam as linhas deste humilde escriba, e que possamos continuar por muito tempo, ou pelo menos em plenitude pelo tempo que Ele me permitir.

Muito obrigado a todos, de coração. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O que é o Barcelona?

Que o Barcelona é o melhor time do mundo, disparado, não é segredo para ninguém. As últimas dúvidas, se é que haviam, viraram pó no jogo, ou melhor, no passeio que o time blaugrana deu no Santos, o melhor time da América do Sul. O Peixe simplesmente não jogou. E isso pode ser visto por dois prismas: o do Barcelona e o do Santos.
Para começar pelo time que estava em campo e não viu a bola, a armação planejada pelo técnico Muricy Ramalho visava congestionar o meio, que é por onde o Barcelona costuma tocar a bola. Para tanto, escalou três zagueiros - Bruno Rodrigo, Edu Dracena e Durval - e dois volantes - Arouca e Henrique. Assim, além de obrigar o time catalão a abrir o jogo e buscar alçar a bola na área, onde os três beques eram mais altos que os meias barcelonistas, teria uma boa saída de bola com os dois volantes, que sabem sair para o jogo, e com os laterais Danilo e Léo. Afinal de contas, um time que joga com três zagueiros, além de proteger a própria baliza, automaticamente dá liberdade para os alas atacarem. Daí em diante, os três jogadores de frente - Neymar, Ganso e Borges - poderiam incomodar a zaga do Barça. Certo?
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Seria, se não fosse por um detalhe: o Santos congestionou sua área, mas não marcou justamente onde o time brilhantemente conduzido pelo Pep Guardiola mais joga, que é na intermediária adversária. Pior que isso: todo o time recuou. Henrique virou zagueiro, Léo virou zagueiro, Danilo virou zagueiro. Arouca tentava, em vão, acompanhar quem estivesse com a bola, mas quem estava? Ora era Messi, ora era Cesc, ora era Xavi ou Iniesta, ou Abidal, ou Thiago Alcântara, ou Daniel Alves, que atuou de tudo, menos de lateral. Para piorar, Durval errou tudo o que podia e, principalmente, o que não podia. Léo, que ganhou a posição quase no grito, parecia gritar por socorro o jogo todo. Veja na imagem:

CINCO ZAGUEIROS? Cinco santistas dentro da área para marcar dois
barcelonistas. Marcação errada foi a sentença de morte do Santos no Japão.
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Assim caiu por terra o primeiro mito, o do time bem protegido por ter cinco jogadores defensivos. O posicionamento dos brasileiros estava todo errado, e isso foi a senha, o convite, para a própria morte.
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Como desgraça pouca é bobagem, Ganso se escondeu durante o jogo todo. Já Neymar, nas poucas vezes que teve a bola à sua feição, não foi feliz. No entanto não se absteve de correr. Borges, por sua vez, recebia tijolos que tinha que arredondar mas não havia com quem jogar, já que, isolado como estava, fazia o pivô, mas era para o meio de campo adversário.
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Do lado do Barcelona, a filosofia de deter a posse de bola o maior tempo possível, que começou a ser implantada lá na década de 1970, com Rinnus Michels, depois Van Gaal, depois Rijkaard e, por fim, Guardiola, que é cria de La Masia, a lendária cantera do Barcelona, chegou à beira da perfeição. Dos 14 jogadores que participaram do massacre de domingo, somente três não foram feitos em La Masia. Tudo com muita simplicidade, pois o princípio é o de que com a bola faz-se os gols e não os toma. Trivial, não?
Sim, mas o segredo é como manter a posse de bola, que, nos jogos do time azul-grená, ela tem ficado mais nos pés barcelonistas do que nos pés dos adversários há impensáveis três anos. Na meia cancha, o time de Guardiola reúne todos os seus jogadores que tenham a incumbência de criar. Todos sem posição fixa. Com exceção do volante-volante Busquets, os outros meias jogam de tudo, em todas. Como num passe de mágica, o time passa de um 2-1-5-2 para um 4-1-5-0 e daí para um 3-1-3-3. O "um", é claro, é Busquets. No jogo de ontem, Abidal começou como ala e passou a ser zagueiro pela esquerda. Dani Alves era ora um meia aberto pela direita, fazendo o que Thiago Alcântara fazia pela esquerda, ora era um ponta dos mais agudos, tal e qual Pedro, do outro lado, assim que substituiu o ítalo-brasileiro-espanhol. Messi e Iniesta se deslocavam alucinantemente como rabos de vaca, da esquerda para a direita, e como pêndulos, indo e voltando. Cesc Fábregas e Xavi jogavam mais centralizados, o que não significa que estivessem estáticos. Estava criado o pandemônio na intermediária que deveria ser santista, mas era uma extensão do latifúndio que virou o campo do Barcelona.
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PARQUE DE DIVERSÕES Mesmo com placar desfavorável, postura santista
seguiu equivocada. Daniel Alves fez o que quis no lado esquerdo brasileiro

Assim ruiu o segundo paradigma, este adorado pelo atrasados críticos do Novo Mundo: o de que é preciso ter atacantes de ofício para ser ofensivo.
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Por fim, o que se viu no gramado do Yokohama Stadium foi um time focado no jogo e que conhecia cada passo de cada um dos 11 adversários contra um que teve seis meses para procurar entender o que era o adversário, mas que entrou em campo não para jogar, mas para prestar reverência e, sem referência, não passou de um time bonzinho, contra um time extraordinário, um dos maiores de todos os tempos.
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Assim o terceiro ponto pacífico também virou fumaça, aquele que prega que deve-se comparar times diferentes, em momentos diferentes, para se justificar o favoritismo deste ou as chances daquele. Ora, falou-se muito da decisão de 2009, quando o "mesmo" Barcelona pagou todos os pecados para poder vencer o limitado Estudiantes, da Argentina, mas que tinha o semi-gênio Verón. O Barcelona tinha a mesma base, mas agora está dois anos mais curtido, e o Santos, em vez do mítico argentino, tinha um espectro de jogador dentro da também mítica camisa 10.
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A última das ideias fixas que esvaiu-se no tapete verde de Yokohama é a mais cantada e decantada por aqui. A de que o Brasil é o país do futebol. Não, não é mais. Nós nos deitamos nas nossas glórias e não vimos que nos superaram. O país do futebol está na Península Ibérica, mais precisamente na Catalunha e, além de ter a mais bonita das histórias que um clube pode ter, tem o futebol mais mágico que já se viu desde a Copa de 1982, que, por ironia do destino, morreu no Sarriá, em Barcelona. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Roda de samba e paradinhas

Saindo de casa ontem a caminho de um aniversário, fui pensando: hoje o Corinthians pode ser campeão do BR-11 caso o Vasco não ganhe o jogo lá no Rio de Janeiro. Será que no churrasco as pessoas assistirão ao jogo?

Bem, cheguei à casa da aniversariante, cumprimentei quem estava presente e já fui encher a barriga. As horas foram passando e o pensamento, após ter ficado vago por algumas horas, voltou: já vai começar o jogo e ninguém falando nada de assistir. De repente, outros convidados começaram a chegar juntamente com seus trajes em preto e branco e instrumentos. Rapidamente a movimentação começou a se tornar intensa e a televisão foi colocada no quintal. O samba começou juntamente com o jogo, tudo muito bom.

Com o passar dos minutos comecei a perceber que a atenção de todos inclusive as dos sambistas não estava totalmente voltada para o samba, mas sim para o jogo. A cada passe errado, a cada lance de gol, os presentes no quintal reagiam cada um do seu jeito: respirando fundo, criticando e até olhando para o céu e conversando com Deus.

É claro que não só corintianos ali habitavam, eu como um bom palmeirense estava lá para secar, quietinho, junto com outros palmeirenses e são paulinos. Com o gol do Liédson, o samba parou na hora para a comemoração. Porém, como a secagem para cima do Corinthians estava grande, o Vasco fez 1 a 0 no Tricolor carioca, foram as risadas maléficas dos palmeirenses e sãopaulinos.

A festa e o samba não podiam parar, por isso o jogo começou a ter trilhas sonoras. Entretanto, o samba parou com o gol de empate do time das Laranjeiras e o coro não estava mais nas letras musicais, mas sim no grito de “É CAMPEÃO”.

Os minutos foram passando e a trupe corintiana foi ficando angustiada para o jogo acabar e poder comemorar o pentacampeonato. Bom, o jogo acabou e o Corinthians venceu o Figueirense fora de casa, por 1 a 0. O que os mesmos não esperavam fora o gol do Vasco da Gama nos minutos finais da partida no Engenhão.

Vasco 2 a 1, foi a tristeza e o silêncio dos corintianos por ainda não comemorarem o título e a alegria dos alviverdes e tricolores presentes no aniversário, tudo na maior descontração.

sábado, 26 de novembro de 2011

Passa a régua aí, campeão!

Quando o árbitro jogo Icasa x Portuguesa trilar pela última vez o apito, chegará ao fim a temporada de 2011 para a gente do Canindé. Temporada, esta, que marcou a ressurreição, a volta da Lusa não apenas à Primeira Divisão, mas principalmente ao grupo dos grandes times do país.

Foi um ano especial: nos classificamos após quase 13 anos à segunda fase do Paulistão, vencemos a Série B do Campeonato Brasileiro com folga, com brilho, com raça, jogando muita bola e com a torcida fazendo do Canindé o estádio mais lindo do mundo.

Sim, existem estádios mais modernos, mas em nenhum o leitor encontrará uma torcida tão apaixonada, tão passional. Ninguém tem o brilho nos olhos que pode ser visto no Canindé. A mesma vibração não pode ser vista em outro lugar.

É fácil torcer para quem está sempre na elite, sempre sob os holofotes, sempre sob a proteção das arbitragens, tribunais e confederações, ou até de governos populistas que se valem da paixão do torcedor, trocando apoio por títulos pré e pós fabricados ou por estádios.

A Portuguesa vive por si, pela e da sua gente. Nunca se vendeu, sequer foi ajudada por esquemas que acertassem, antes dos 90 minutos, o vencedor. Ou melhor, o resultado, pois em condições assim não existem vencedores.

O que se viu este ano mostra a grandeza da Portuguesa. Em números, são 31 rodadas em primeiro lugar (das quais as 29 últimas), o que daria 148 dias com a camiseta amarela, fosse o Tour de France de ciclismo. O acesso veio com seis rodadas de antecedência; o título, com três. É o ataque mais arrasador da história da Segunda Divisão nacional, com 80 tentos marcados até a última jornada. Isso sem contar os 20 jogos de invencibilidade, o que dá mais que um turno inteirinho.

Se a frieza dos números impede uma análise mais apropriada, temos a festa que foi o Canindé nos últimos jogos, a tocata de folclore com suas concertinas, a emocionante execução do Hino Nacional por parte do maestro João Carlos Martins e, sobretudo, a alegria em forma de sorrisos, lágrimas e abraços.

E neste ano inesquecível, no qual na padaria portuguesa o pão caiu com a manteiga pra cima, podemos tomar mais uma para comemorar e, de uma vez por todas, para a Segunda Divisão, passar a régua.

domingo, 20 de novembro de 2011

As lágrimas do meu pai

Meu pai nunca foi do tipo que gosta de futebol. Foi poucas vezes ao estádio e, quando o fez, nunca prestou atenção ao jogo. Torce para o Benfica mais por causa do encarnado da camisola que por influência da equipa que encantou o mundo nos anos 1960.
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A incumbência de levar-me ao Canindé, tarefa considerada sagrada por este humilde escriba, coube ao meu tio Albano, não ao meu pai. Talvez quisesse me poupar de tantas desventuras, de tantos dias de expectativas frustadas e despaupérios proferidos em momentos de raiva. E olhem que foram muitos (os despaupérios e os momentos de raiva). O velho Constantino é do tipo que fica sabendo do jogo depois e só pergunta pelo resultado. Se a Lusa ganhou, "tá bom". Se perdeu, "raios que partam o time!" ou "que não tivessem ido ao jogo, pá!". E assim foi desde que me conheço por gente.
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Mas este ano algo estava diferente. De repente meu pai começou a perguntar se o jogo da Lusa era hoje, como estava o Benfica e se Portugal tinha se classificado para a Copa. Era comum, inclusive, vê-lo pelos passeios com a camisola rubro-verde. Até fez planos para irmos juntos à casa lusa para o jogo das faixas, contra o Duque de Caxias.
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Mas aí a CBF antecipou a partida, atendendo uma solicitação da dona do futebol brasileiro, a Globo, dando uma bica no Estatuto do Torcedor, e meu pai ficou sem ver a festa. Na verdade, ele soube do resultado, por mim, já no dia seguinte, e não escondeu a insatisfação, traduzida por um palavrão de origem portuguesa, é claro. Não direi o tal substantivo cabeludo, mas saibam os senhores que se trata do lugar mais alto do navio, para o qual eram mandados os marujos indisciplinados.
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Quando, no começo da tarde, passou na TV a reportagem do jogo, fui ao quarto dele e mudei a TV de canal, que estava no Chaves, para que ele visse o Hino Nacional executado pelo maestro João Carlos Martins, os quatro golos da Portuguesa, os gritos de "É Campeão!" e a taça, a primeira nacional, erguida pelo outro maestro da noite, o capitão Marco Antonio.
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No fim da reportagem, a surpresa: meu pai chorava, copiosamente, e cantava o hino da Portuguesa, mesmo sabendo apenas a melodia. Nesse momento, tudo valeu a pena: os momentos de raiva, os palavrões e, sobretudo, as lágrimas do meu pai.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

É hoje!

Vasco e Corinthians entram em campo hoje à noite pela 35º rodada do BR-11. Ambos buscam disparar na liderança, já que possuem 61 pontos. Porém, o time paulista está em primeiro lugar da tabela pela vantagem de ter uma vitória a mais que o time vascaíno (18 para o Corinthians contra 17 do Vasco).

Tentando manter-se na liderança, a equipe paulista enfrenta o Ceará fora de casa, no estádio Presidente Vargas, às 21h30. Como Paulinho tomou o terceiro cartão amarelo no jogo contra o Atlético-PR no último domingo e não viajou junto com a comissão técnica para o confronto diante do Ceará, a novidade no meio-campo é o volante Edenilson. Alex, Jorge Henrique e Chicão seguem fora devido às contusões musculares.

O time da Colina, segundo colocado e torcendo por um tropeço do Timão, também joga fora de casa. Os comandados de Cristovão Borges jogam contra o Palmeiras, no estádio do Pacaembu, às 21h50. O destaque do time vascaíno fica por conta do zagueiro Dedé, responsável pelas vitorias do Vasco nos últimos jogos. A baixa é Juninho Pernambucano, que fora poupado para esta partida.

Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS) apita a partida aqui na capital, auxiliado por Carlos Berkenbrock (Fifa/SC) e Kleber Lucio Gil (SC). O árbitro Elmo Alves Resende Cunha (GO) viaja até o Ceará, auxiliado por Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Marrubson Melo Freitas (DF).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Às armas, pois, Portugal!

Às armas, Portugal! Portugal está apurado à fase final da Eurocopa. A decisão foi nesta terça, 15, no estádio da Luz, diante de 60 mil patrícios. E com uma atuação para espantar qualquer dúvida quanto ao poderio da Selecção das Quinas: um inapelável 6 a 2 contra a perigosa seleção da Bósnia, com Cristiano Ronaldo e Helder Postiga a bisar e Nani e Miguel Veloso completando o escore.

Como era de se esperar, o jogo não foi dos mais tranquilos. Só ficou ao gosto português quando a Bósnia ficou reduzida a 10 homens, instantes após Ronaldo apontar, em grande estilo, o terceiro golo português. Ainda assim, a Bósnia voltou a discutir o apuramento quando diminuiu para 3 a 2. A partir daí a então perdulária equipa de Paulo Bento cilindrou o adversário, com três golos.

Agora que o purgatório da repescagem está superado, cabem algumas considerações: Portugal precisa de um guardarredes mais confiável que Rui Patrício, Ricardo Carvalho tem que voltar o quanto antes e Cristiano Ronaldo tem, sim, condições de ser o ponto de desequilíbrio da equipa, que marca presença pela sétima vez consecutiva na fase final dos grandes torneios que disputa: Copa do Mundo e Eurocopa.

A baliza lusa passa por uma situação curiosa. Eduardo, que deveria ser o dono da posição, é apenas suplente do brasileiro Artur no Benfica. Assim está em desvantagem na disputa com o leonino Rui Patrício. Acontece que o guardarredes do Sporting não tem tido atuações seguras, o que pode por a termo as chances lusitanas. Uma solução passaria pela volta do bracarense Quim à equipa, mas este não goza da confiança  dos portugueses.

Outro ponto fraco de Portugal é a defesa,  fragilizada após o afastamento do titular indiscutível Ricardo Carvalho, que foi suspenso por um ano pela Federação Portuguesa de Futebol. Cabe aí uma reaproximação, promovida pelo capitão Cristiano Ronaldo, colega de Carvalho no Real Madrid, ou mesmo por José Morinho, que tem prestígio junto à FPF.

No mais, Paulo Bento parece não ter problemas. Tem dois laterais de qualidade para a direita (Silvio ou João Pereira), quem têm a oferecer mais que os antigos internacionais Paulo Ferreira e Bosingwa; o melhor defesa-esquerdo do mundo, Fábio Coentrão, três trincos de muita qualidade, que são Miguel Veloso, Raul Meireles e Thiago, além de João Moutinho, Nani, Carlos Martins e Danny, que são excelentes ganchos a serviço da Equipa Nacional. Hélder Postiga mostrou-se decisivo, mais que Hugo Almeida, e até Nuno Gomes ainda pode sê-lo.

Sobre Cristiano Ronaldo, este está jogando como nunca, seja com a camisola merengue ou com a encarnada. Faz golos de todos os tipos, serve os companheiros e criou, graças a seus últimos treinadores, um senso de grupo que não tinha. Finalmente está pronto para ser o condutor, no relvado, da nau lusitana.

Às armas e às glórias, Portugal.

Tudo pra dar Europa em 2014

Nunca gostei desse negócio de "se tal coisa acontecesse hoje, como seria?", mas algo que tem acontecido e que está saltando aos olhos é a superioridade das seleções europeias ante as sul-americanas.


As melhores seleções do futebol mundial, hoje, estão do lado de lá do Atlântico. É só ver e comparar a renovação que acontece no Velho Mundo e a entressafra geral do futebol dos países da Conmebol.


A Alemanha, que sempre teve a tática como primazia, apresenta uma seleção leve e habilidosa, a despeito da sua tradição de panzers e meias-motorzinhos carregadores de bola, além de trincos cães-de-guarda. À frente da linha de defensores hoje joga Schweinsteiger, que é meia de origem, ou Kroos, que também sabe jogar à frente. Na armação, jogadores que estão voando, como Khedira, Özil e Müller. É um time jovem, com muita lenha ainda para queimar.


A Holanda continua com a mesma base que perdeu a final - e a cabeça - na Copa da África. Exceto por ser um time extremamente violento, dá gosto ver o time laranja jogando. E a exemplo da Alemanha, esta geração está longe do final.


A Itália de Cesare Prandele parece ter aprendido com os pecados - devidamente pagos - da última Copa. Tem um time mais leve, mais jovem e não abre mão dos fantasistas. E tem camisa.


A Espanha passa por um momento estranho, tendo perdido a maioria dos amistosos que fez contra seleções fortes (Argentina, Portugal e Inglaterra), mas em jogos oficiais venceu tantos quantos jogou. Além do mais, tem a seu favor o entrosamento pré-fabricado do Barcelona e tem tudo para atravessar o Atlântico com o rótulo de favorita na camisa.


Na América do Sul as gigantes Argentina e Brasil estão em período de entressafra. E a renovação não vem sendo bem conduzida. Na Argentina pela falta de talentos e no Brasil pela falta de planejamento e competência, além de a safra não ser também das melhores.

O Uruguai, por sua vez, tem um time já ajeitado e forte, mas carece de renovação. Considerando que faltam dois anos e meio para o Mundial, a Celeste chegará com uma equipa envelhecida. Se não repetir os erros italianos vistos no Continente Negro, pode fazer boa figura.


Ainda falta muito para a Copa e as Eliminatórias mal começaram, mas é bom abrir o olho desde já, senão veremos uma festa europeia na América do Sul.

Em casa que falta pão


De acordo com a sabedoria popular portuguesa, quem fala demais dá bom dia a cavalo. No Palmeiras as coisas andam mais ou menos neste sentido. E graças a uma das estrelas da companhia, o atacante Kléber.

O Gladiador entrou em rota de colisão com seus superiores, sejam diretores ou o técnico Felipão, e desde então a coisa desandou. Tirando os dias contados a partir do afastamento após a briga com o treinador, foram mais de 100 sem marcar um golzinho sequer.


É ponto pacífico que, para ser polêmico, alguém tem que ser indispensável, o que não é o caso do camisa 30 (por enquanto) do Verdão. Kléber não resolve os problemas do clube há muito tempo. E assim foi em todos os times por onde passou: São Paulo, Dínamo de Kiev, Cruzeiro e o próprio Palmeiras. É um jogador que tem uma técnica apenas razoável e uma raça que às vezes descamba para a violência quase desleal. E suas atitudes têm deixado um ambiente já hostil, de um time que não ganha há quase dois meses, ainda mais carregado.


Muita da culpa passa pela diretoria do próprio Alviverde. Quando o ranheta atacante foi a público vomitar os maiores impropérios em cima do vice-presidente Roberto Frizzo, o correto seria a diretiva verde puxar-lhe a orelha. E o que fizeram? Sob as bênçãos de Felipão passaram-lhe uma permissiva mão na cabeça e aí foi dado o cartão verde para o Gladiador.



Foi só mais um capítulo da esbórnia que se tornou o Palmeiras, desde que Thiago Neves deu de ombros para o contrato assinado e picou a mula para o Oriente Médio. O argentino Martinuccio fez o mesmo e foi para o Tricolor Carioca, atual time do Thiago Neves. Teve também o capítulo da agressão ao volante João Vitor, onde ninguém teve razão.


Casa em que falta o pão é assim mesmo. Mas no caso o que falta não é pão, é comando.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Conversa pra boi dormir

Tenho ouvido desde ontem que a briga pelo título de campeão brasileiro ficou restrita a Corínthians e Vasco, dados os resultados da última rodada. Mais que isso, graças às constantes escorregadas, sobretudo, dos cariocas Botafogo, Flamengo e Tricolor do Rio.


Da mesma forma que quando os líderes tropeçam todos os outros voltam à disputa, revigorados, e que o Brasileirão é um sucesso, pois é o único campeonato do mundo no qual cinco ou até seis times têm condições de levantar a taça.




Nem sempre equilíbrio é sinônimo de qualidade, ludopedicamente falando. Mesmo porque o campeonato brasileiro é fraco. Neste campeonato de "pontos parados" ninguém dispara. É nivelado? Sim, é, e muito, mas é nivelado por baixo, bem por baixo. Ninguém é confiável, nem mesmo o Corinthians, que tem o melhor elenco ante os outros postulantes ao título.


Não dá pra conceber, em um campeonato de pontos corridos, que um time fique 10 jogos sem vencer e ainda assim tenha chances enormes de ser campeão. Isso mostra que esse negócio de cada jogo ser uma decisão é balela. é conversa fiada.



O único time que sobraria é o do Santos, caso levasse a sério o campeonato. Assumiu o risco de pensar apenas no Mundial e, se não vencê-lo, ficará com o ônus de ter aberto mão de um Brasileirão que poderia vencer, até com certa tranquilidade, mesmo poupando alguns jogadores.


É evidente que, por ser um produto e este deva ser vendido, boa parte da imprensa exalta este equilíbrio, mas daí a dizer que o campeonato é bom vai uma diferença gigantesca. Como bem diz o grande Mauro Beting, "o campeão será aquele que melhor fugir do rebaixamento".

domingo, 13 de novembro de 2011

Gente como nós

Há um antigo ditado em Portugal que diz que quem não bebe tem algo a esconder. Sabe-se que o português é um povo intenso, em tudo. Quando está triste, não há tristeza maior, sobretudo quando ela se materializa no choro de uma guitarra portuguesa a acompanhar a voz melancólica do fadista. Quando está contente, porém, o português é festeiro como não há em lugar nenhum.

Ontem estive na padaria do amigo Johnny para acompanhar o jogo da Lusa contra o Vila Nova e, de quebra, tomar uma cerveja e comer os tradicionais tremoços. Desta feita, porém, Johnny providenciou um ótimo churrasco para apreciarmos com o também ótimo futebol do time do Jorginho.

Enquanto a pelota não rolava no relvado do Serra Doirada, a mesa cheia anunciava a presença da gente d'além mar no lugar. Como bem diz a música, há fartura em tudo o que um bom português faz. E nem precisa de passaporte, pois o bem receber, o calor de um abraço sincero e os olhos marejados em sinal de agradecimento pela acolhida e pela visita já denunciam, além do rubroverde das bandeiras espalhadas pela padaria e pelas camisolas de toda a malta que lá estava.

Em campo, cada golo apontado pela Lusa era uma festa. Nem o tento de empate, alcançado pelo Vila tão logo a Portuguesa inaugurou o escore, esfriou o ânimo da gente lusitana. Coisa que só uma equipa que goza de plena confiança dos adeptos consegue. E isto a Lusa tem de sobra.

E como quem não bebe tem algo a esconder, ninguém escondia a alegria por ver a Lusa tendo outra atuação bem conseguida, a de número 21 no campeonato. Alegria esta demonstrada em um abraço, um sorriso largo ou mesmo em uma lágrima.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nosso dia chegou: Lusa campeã!!



O nosso dia chegou. A Portuguesa de Desportos é campeã! Ninguém merece mais que nós esta taça, esta glória. É o fim de uma página triste, quiçá a mais triste de todas. Mas um fim glorioso, inesquecível. Com o estádio lotado, com todas as nossas glórias reunidas. Com um comandante de caráter, que conhece a Portuguesa como ninguém. E só quem conhece a Lusa seria capaz de compreendê-la.

Foi um trabalho árduo, difícil, cheio de obstáculos, com quedas, momentos vergonhosos, não para se esquecer, pois é nos erros que se aprende. Deve-se, sim, lembrar de todos os erros, equívocos, e usá-los como um mantra, para que nunca mais a Portuguesa saia do seu lugar.

E seu lugar é onde sempre foi: entre os grandes. Não são as quedas que apequenam. O que diferencia os grandes dos demais é a capacidade de se reerguer. E nisso a Portuguesa foi gigante.

E a Lusa é gigante. É enorme. Sem essa de Barcelusa. Hoje não. Hoje é Portuguesa, apenas Portuguesa, e isso nos basta. E isso ninguém nos tira. A glória da nossa história, a força, a tradição e a certeza, agora sim, inquestionável, que a Portuguesa é um time campeão.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Chegou o dia

O dia chegou, finalmente. Hoje a Lusa recebe o Sport para fazer história. Para soltar, de uma vez por todas, um grito que está preso há muito, muito tempo.
É curioso como não sei o que escrever para tentar mostrar a grandiosidade desse momento. Se fosse na minha velha Olivetti, já teria amassado uma dúzia de papéis. Aqui é mais fácil, é só apagar.
O que ninguém irá apagar é o histórico momento da Lusa. Uma comunhão não vista há muito tempo entre diretoria, time e torcida. Claro que o time ajudou, pois está jogando o fino da bola. Nos dias em que a coisa não vai, é a raça que substitui a técnica. E quer saber? Torcedor que se preze gosta de futebol bonito, mas se for jogado com raça, pela camisa, pelo suor, aí é que as bancadas se rendem.
Já procurei palavras bonitas, frase de efeito, fiz buscas no Google. Nada se compara à alegria de ver o "time do coração" merecendo tal alcunha. Nada!
Pode ser que o Leão da Ilha do Retiro vença em pleno Canindé e que o título venha através dos pés do Náutico, se este tropeçar. Pode ser que venha na outra semana, contra o rebaixado Vila Nova, ou contra o Duque de Caxias, lanterna absoluta desde o início da competição. Ou contra o Icasa, no Ceará. Tanto faz.
O fato é que já fizemos a festa numa épica noite de sexta-feira, contra Ponte Preta. Já somos campeões. O jogo é só para fazer festa, de novo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Time misto do Vasco deixa a desejar

O Vasco entrou em campo ontem à noite pelo jogo de ida das quartas de finais da Copa Sul-Americana. Com um time misto, o time da colina viajou até Lima, no Peru, para enfrentar o Universitário no Estádio Nacional.

Logo nos primeiros minutos da primeira etapa, a equipe peruana começou atacando o gol vascaíno, perdendo boas oportunidades de abrir o placar. Diferentemente do Universitário, o Vasco não entrou em campo com a mesma vontade. Com desordem, os cariocas mal chegavam ao gol adversário.

Aos 37 minutos, de tanto insistir, os peruanos abriram o placar em uma cobrança de pênalti: Torres foi derrubado logo na entrada da área pelo zagueiro Douglas, o árbitro Carlos Vera assinalou o pênalti, convertido por Ruidíaz. Ainda na primeira etapa, Torres, infernizando a zaga vascaína, quase amplia o placar com um toque por cobertura no goleiro Fernando Pras, porém, Nilton salvou dando um chutão para fora do gramado.

Na segunda etapa, diferente do que foi visto no primeiro tempo, o time carioca começou melhor, com iniciativas de gol, quase igualando a partida em falta batida por Bernardo. Mas a chance perdida mesmo veio aos 12 minutos, quando Alecsandro recebeu um ótimo passe de Allan, mas o atacante acabou chutando na rede pelo lado de fora.

Como diz o ditado “quem não faz toma”, os jogadores da colina viram Torres, o capetinha da partida, ampliar o placar. O jogador recebeu de Fano e tocou na saída de Prass, deixando os times da casa mais a vontade no placar. Após ter feito o segundo gol e o Vasco voltando à desordem, o Universitario só administrou o placar, esperando o término da partida.

Com a derrota por 2 a 0 , o Cruzmaltino precisa vencer o jogo de volta por uma diferença de três gols para chegar às semi-finais da Copa Sul-Americana. O jogo acontece na próxima quarta-feira, em São Januário.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Vou torcer pra Ponte

No final de semana a Ponte Preta joga no Moisés Lucarelli com o Americana, um desses timinhos de empresários que vivem perambulando de cidade em cidade atrás de uns trocados. Se ganhar, mantém agonizando as remotíssimas chances de tirar o título da Portuguesa. No caso de qualquer outro resultado, é caixão e vela preta. Ou melhor, verde e vermelha.

Aí você deve dizer assim: "Esse patrício bateu a cabeça, só pode! Por que raios vai torcer pela Ponte, se o resultado negativo da Macaca beneficia a Lusa?"

É simples, pá! Se a Ponte não ganhar, seremos campeões sem entrar em campo. E que graça tem isso? Eu quero ver o Canindé pintado de rubro-verde mais uma vez, como foi contra a mesma Macaquinha, que valorizou nossa vitória e nossa festa de sexta-feira passada.

Um Canindé tomado por uma aura especial, como se víssemos Dener e Enéas desfilando pelo relvado do Oswaldo Teixeira Duarte.

Eu quero ver o mesmo brilho nos olhos de toda a malta orgulhosa que lotou as bancadas do Monumental do Pari. Que passou 90 minutos a cantar. Que torce pra Lusa bebendo vinho.

Que cantou o hino da Portuguesa, o feito pelo Roberto Leal, mesmo sem saber direito a segunda estrofe. Que abraçados, uns aos outros, choraram de alegria e expurgaram toda uma década de amarguras e decepções.

Este é o Canindé que eu quero ver de novo contra o Sport, Duque de Caxias ou Barcelona. Um Canindé nosso, pleno de alegria, para que cantemos a plenos pulmões que é uma casa portuguesa, com certeza.

Por isso vou torcer pra Ponte. Para poder gritar, de novo, agora sem as inconvenientes formalidades matemáticas, 'é campeão!', junto da minha gente.