domingo, 18 de novembro de 2012

A inércia e o merecimento

Hoje a Portuguesa jogou fora toda a possibilidade de reclamar de influências externas caso retorne para a Segunda Divisão do futebol brasileiro. Vencia bem o Grêmio por 2 a 0, até o segundo terço da segunda parte, mas permitiu uma reação impressionante do time do Sul, que só não virou o jogo porque o (péssimo) árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique deu só um minuto de acréscimo.

Não dá para entender. Não dá mesmo. O primeiro tempo foi equilibrado, com uma leve superioridade lusa. O Grêmio, sem o esquentadinho Kléber, tinha apenas Marcelo Moreno à frente, com Zé Roberto muito afim de jogo no meio. O problema gremista é que apenas o ex-luso jogava, fazendo com que o Grêmio só chegasse ao gol defendido por Gledson nas muitas faltas que o time luso cometia. Isso facilitou muito as coisas para a Portuguesa, que jogava um futebol parecido com aquele do começo do campeonato, como boa movimentação, posse de bola e chutes de longe.

A igualdade foi mantida até o intervalo, muito graças ao apitador carioca, que anulou um gol legal do Grêmio, num misto de desatenção e infantilidade da linha defensiva rubro-verde: nunca, nunca mesmo, pode-se fazer linha de impedimento em falta frontal. E fizeram. E o gremista Werley fez o gol. No segundo tempo, a Lusa voltou feito um trator e abriu 2 a 0 com facilidade. Parecia ser o dia da redenção. Jogava bem, dominava um adversário desinteressado e até a arbitragem colaborava. 

Aí veio outra falta da intermediária. Frontal. Aí deixaram novamente um adversário sozinho. Foi só escorar, como no gol mal anulado. Só que dessa vez a arbitragem acertou. Dai o que se viu foi um Grêmio infinitamente superior, com um Zé Roberto endiabrado, levando o time todo da Lusa à loucura. Todo não. Do banco, Geninho assitia, inerte, o rolo compressor tricolor encurralar o adversário no seu campo de defesa. Quatro minutos depois do primeiro golo, Zé Roberto assinou uma pintura e empatou o jogo. 

Pareceu um passe de mágica, mas não foi. Minutos antes de tomar o segundo gol, o técnico Vanderlei Luxemburgo mudou tudo no Grêmio. Tirou o lateral Anderson Pico, passou Léo Gago do meio pra lateral, entrando Marquinhos no meio; sacou os inoperantes Elano e Marcelo Moreno, colocando Leandro e André Lima. Assim, passou a dominar amplamente o jogo. O problema é que Geninho não mexeu e ficou assistindo ao time do Grêmio. 

Temos ainda dois jogos e precisamos vencer os dois. A sorte é que o time do Internacional, que nos recebe em Porto Alegre, é tão sem-vergonha quanto o nosso, o que deixa aberta qualquer perspectiva no Beira-Rio. O Inter pode tanto aplicar um 5 a 0 como perder com a mesma naturalidade. Depois tem a desinteressada Ponte Preta, no Canindé.

O que não dá pra entender também são os motivos que levaram o treinador a não agir. O time cansou, como tem cansado em todos os jogos, e Geninho não mexeu. Tinha o volante Zé Antônio pra tentar segurar o ímpeto gremista e não fez nada, absolutamente nada. 

A inércia do treinador reflete o momento do clube, que espera, como disse certa vez o presidente Manuel da Lupa, o pão cair com a manteiga pra cima. O problema é que, do jeito que as coisas vão, em breve não haverá nem pão para cair. Apenas a própria Portuguesa, e com todo merecimento.    

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho que o Inter não vai querer perder em casa. No último jogo do ano no Beira-Rio.
E a Ponte pode receber mala do Sport. Ou de Pernambuco inteiro para manter os dois times na série A.
Façamos nossa parte, #lusa!