terça-feira, 16 de dezembro de 2008

As listas de fim-de-ano

E o final do ano chegou!! Mais rápido do que eu esperava, confesso. Engraçado como depois de certa fase da vida os dias parecem passar mais rápido, a despeito da nossa vontade e/ou necessidade de que eles esperem por nós, mas no mundo atual, globalizado como está, tempo é artigo de luxo. Mas não é para falar de tempo que eu estou aqui, ocupando o seu.

Quero falar de outra coisa, que vem a reboque em todo fim-de-ano com os panetones, as rabanadas, o Especial do Roberto Carlos, as promessas que não serão cumpridas, as árvores de Natal e a busca por espaço na 25 de Março. Quero falar das listas, não de presentes, mas as dos melhores do ano, que pululam por aí afora em todos os segmentos.


Duas, em especial, me chamaram a atenção: a da seleção do Campeonato Brasileiro e a dos concorrentes ao prêmio de melhor do mundo, segundo a FIFA.

Sobre a lista do Brasileirão, fiquei surpreso, não com alguns nomes escolhidos, pois acho que em todas as posições foram indicados os melhores, com uma ou outra ressalva, mas o fato é que todos os eleitos mereceram, e não seria a humilde e quase insignificante opinião contrária deste que vos escreve que tiraria o seu brilho.


O que eu teimo em contestar são os critérios na escolha. Colocar jogadores que atuaram em faixas distintas do campo pra disputa da mesma posição foi de uma estupidez abissal. Para não ficar falando de todos os casos, vai o mais absurdo: a dupla de ataque titular do Palmeiras estava concorrendo na mesma posição. Ora, deixe-me tentar entender. Kléber e Alex Mineiro jogaram juntos, é verdade, mas não “tão juntos” assim. Um é primeiro atacante. Logo o outro é o segundo, como se convencionou dizer, no “futebolês” moderno. Mas estavam os dois lá, disputando o mesmo osso.

Apesar dessas coisas ínfimas, acabou ficando tudo em boas mãos, ou bons pés, como queiram. Parabéns aos eleitos, sobretudo aos dois grandes nomes da festa: Muricy Ramalho e Hernanes. Eles merecem todos os júbilos.

Por outro lado, lamentáveis os apupos (rubro-negros, presumo) ao árbitro Carlos Eugênio Simon. Tudo graças ao acerto que virou erro, por obra e graça da imprensa, ávida por polêmicas. É muito perigosa essa relação entre jornalistas e a necessidade pela audiência. Beira a promiscuidade.

Já sobre a eleição da FIFA, que desde 1991 premeia o jogador que mais se destacou durante a temporada, creio que os melhores acabaram na lista final. Caso algum leitor mais incauto não saiba, ela é formada pelo argentino Messi, o brasileiro Kaká, que é o atual detentor da honraria, os espanhóis Fernando Torres e Xavi e o português Cristiano Ronaldo, este o grande favorito pra ficar com o troféu.

O que me intriga é o fato de que muitas pessoas dão a este prêmio um valor maior do que ele realmente tem. E olha que já é valiosíssimo. Naquelas intermináveis e inevitáveis discussões sobre quem é ou foi melhor sempre surge o argumento de que fulano ganhou o prêmio de melhor do mundo, já sicrano, não. Acontece que esse prêmio é oferecido pelo que o jogador fez durante uma temporada. E rotula-se a carreira toda por conta disso.

Pra citar um exemplo, o português Figo foi eleito em 2001. Já o também português Rui Costa sequer foi indicado, entre os finalistas, durante toda sua vida. Isso significa que um foi muito melhor que o outro? Claro que não. Para ser sincero, pessoalmente sempre me agradou mais o futebol do Rui ao do Figo, e olha que sou fã incondicional dos dois.

Mas isso não passa de uma questão de fóro íntimo. Certamente há os que prefiram o Figo, o que é perfeitamente normal. O problema é que no já citado mundo globalizado, com sua escassez de tempo, também já citada, muitos procuram por notícias prontas em vez de se aprofundarem um pouquinho só, que seja, visando entender melhor a questão. Aí as Wikipedias da vida ganham força.

Só pra constar, para que entendam o quão é perigosa a “notícia pronta”, na própria Wikipedia: se você procurar pelo ganhador da Bola de Ouro deste ano, dada pela (revista) France Football, em vez de Cristiano Ronaldo, encontrará um tal de Daniel Bento de Souza.

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