Muricy Ramalho é um dos principais treinadores do Brasil. Trabalhador, honesto, obcecado pela vitória e extremamente teimoso. Ao contrário dos times do saudoso Telê Santana, de quem é discípulo, os times de Muricy não primam pela beleza, e sim pela competitividade.
Ele, Muricy, está mais para Parreira do que para Telê. É pragmático, competente e, como o treinador do tetra, às vezes é incompreendido. E isso o deixa profundamente irritado. Quem paga a conta são os repórteres, nas coletivas, principalmente os menos rodados. O mal-humorado técnico não tolera perguntas óbvias ou evasivas. Chega a ser grosseiro. Como a maioria das perguntas é pobre, suas respostas atravessadas são cada vez mais frequentes.
Seu jeitão já faz parte do folclore do futebol. O seu "aqui é futebol!", com aquele carregado sotaque mooquense, faz a festa dos imitadores de plantão. Quem o conhece diz que é autêntico; aos demais, não passa de um ranheta arrogante.
Agora, se há um aspecto em que todos concordam é que ele é um vencedor. É o único treinador tricampeão brasileiro, dirigindo o mesmo clube. Rubens Minelli também venceu por três anos consecutivos, entre 1975 e 1977, mas dirigindo Internacional-RS e São Paulo.
Nos anos em que dirigiu o Tricolor paulista, Muricy Ramalho sempre foi questionado. Não foram poucas as vezes em que o presidente Juvenal Juvêncio o garantiu no cargo, apesar da pressão exercida pelos cardeais e diretores tricolores. Sempre começava a temporada colecionando tropeços e eliminações, enquanto buscava o melhor esquema de jogo para seu time. Foram três títulos nacionais assim.
Por que raios haveria de ser diferente do outro lado do muro? Se as cornetas palestrinas não o derrubassem, eu apostaria um bolinho de bacalhau que, quando o time tivesse sua feição, este seria forte. Não seria bonito ou vistoso como a "Academia" ou os times do Luxemburgo, na década de 90, foram. Teria um jeitão mais do Felipão, este o último ídolo verde a sentar-se nos bancos do jardim suspenso do Parque Antártica.
Agora assume Antonio Carlos, ex-zagueiro do próprio Palmeiras. Trata-se de uma aposta ousada, mas extremamente arriscada. Que não seja um tiro no pé.
4 comentários:
Concordo com você! Acho que o Palmeiras foi muito precipitado em dispensar o Murici, ainda mais quando está claro que o problema está na desunião do time, e não pura e simplesmente na capacidade do técnico.
Acho que o Palmeiras corre um sério risco de dar mesmo um tiro no pé....hehehe
Beijos,
É dificil dize, mais acredito q manter o muricy no cargo era um pouco dificil.Se vc olhar o retrospecto do muricy, vai observar que ele coleciona tantas derrotas quantas vitorias!
O palmeiras por mais problemas que tenha, é um time ofensivo, com toque de bola, velocidade e jogadores técnicos. Alguns, claro hehe.Mas o muricy é bem retranqueiro, e isso não bateu com o atual elenco. Acho que a saida do muricy foi acertada, basta torcer pelo Antônio Carlos
Abss
Laíze, sempre que vejo que você passou por aqui percebo o quanto vale a pena escrever. Adoro você.
Todo o que você escreveu faz sentido, Alexandre. Acontece que, ao contratarem o Muricy, o fizeram por acreditarem no seu trabalho. Se quisessem alguém "ofensivista", que contratassem o Luxemburgo. Insisto na tese de que o tempo daria a cara do Muricy ao Palestra. Ficamos apenas nas conjecturas...
Obrigado pela visita e volte sempre.
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