Nesta semana o assunto que dominou a maioria das discussões sobre o esporte bretão foi a possibilidade de a CBF reconhecer os títulos anteriores a 1971 como sendo campeonatos brasileiros. Gente muito boa defende a tese de que deva-se fazê-lo.
De minha parte, julgo ser prudente, antes de defender ou atacar a “unificação”, que se entenda o que foi cada campeonato, para que não se coloque tudo na mesma prateleira.
Haviam dois campeonatos distintos: a Taça Brasil e o Torneio Rio-São Paulo. Do primeiro, participavam os campeões estaduais; do segundo, obviamente, clubes dos estados que davam-lhe o nome. Até pela qualidade das equipes que disputavam, o Rio-São Paulo era o mais importante, entretanto, sem a abrangência que um campeonato nacional deva ter.
Em 1967 foi criado o Roberto Gomes Pedrosa, que era o Rio-São Paulo reforçado com times do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia (posteriormente Paraná e Pernambuco tiveram representantes incluídos). Este foi o embrião do Campeonato Brasileiro.
Sendo assim, por que diabos devemos considerar que Taça Brasil e o Robertão são campeonatos iguais? Ora, não são! O próprio Rio-São Paulo tem mais a ver com o Brasileirão do que a Taça Brasil. No entanto, como não tinha a abrangência nacional, não pode – nem deve – ser considerado como tal. Tratá-los como iguais é, portanto, desvirtuar a história do próprio futebol brasileiro.
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