Reza a lenda que o grande Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, foi convidado para cantar no Rio de Janeiro. Chegando à Cidade Maravilhosa, falaram para o Velho Lua que ele não poderia se apresentar com seu chapéu de cangaceiro nem com seu acordeão, pois não era esteticamente adequado. Luiz pensou, olhou no fundo dos olhos do seu interlocutor e disse: "Vocês querem que eu cante, mas não querem meu chapéu nem meu acordeão? Então vocês não me querem!"
Você, caro leitor, deve estar pensando por que raios estou a falar do Gonzagão. É para ilustrar um assunto que volta e meia vem à baila: a possível troca de nome da Portuguesa.
Desta vez quem levantou a lebre foi o próprio presidente Mané da Lupa, insatisfeito com o baixo comparecimento da torcida lusa nesta Série-B, a despeito da excelente campanha rubro-verde. Da Lupa consideraria que o nome, atrelado à colônia portuguesa, espanta o torcedor, que não quer torcer para um "time de colônia", ainda mais de um país tido como vilão desde os bancos escolares.
Ora, deixe-me pensar um bocadinho: o Vasco da Gama tem sua história ligada aos portugueses. Antes que venham me dizer que o nome do navegador PORTUGUÊS pouco ou nada tem a ver com a nossa pátria-mãe (sim, senhor), alerto-vos que a cruz que a equipa da Colina carrega no peito não é a Cruz de Malta. É a Cruz da Ordem de Cristo, que financiou as expedições marítimas daquele país no século XIV. E o mascote bigodudo de caneta da orelha não me parece um escocês ou um búlgaro. Se não bastar, é só o incauto leitor ouvir a última estrofe do hino do clube carioca, que diz "no futebol és um traço de união Brasil-Portugal", ou então a clara referência à A Portuguesa na introdução. Mais lusitano que isso é impossível, ora pois!
Ora, deixe-me pensar um bocadinho: o Vasco da Gama tem sua história ligada aos portugueses. Antes que venham me dizer que o nome do navegador PORTUGUÊS pouco ou nada tem a ver com a nossa pátria-mãe (sim, senhor), alerto-vos que a cruz que a equipa da Colina carrega no peito não é a Cruz de Malta. É a Cruz da Ordem de Cristo, que financiou as expedições marítimas daquele país no século XIV. E o mascote bigodudo de caneta da orelha não me parece um escocês ou um búlgaro. Se não bastar, é só o incauto leitor ouvir a última estrofe do hino do clube carioca, que diz "no futebol és um traço de união Brasil-Portugal", ou então a clara referência à A Portuguesa na introdução. Mais lusitano que isso é impossível, ora pois!
Por que o Juventus não tem torcida, apesar de ser uma equipe tradicional e simpática, tal qual a Lusa? Pelo nome? Não! E o Nacional? Quer nome mais ufanista que este? Claro que não! Ambos não têm torcedores em profusão por um simples motivo: a falta de títulos.
Ah, mas o São Caetano foi campeão há pouco e nem assim tem adeptos, você pode argumentar. Pode também completar dizendo que o nome do Azulão o restringe à sua cidade. Fosse assim o Santos também não os teria. Times como o São Caetano não conseguiram angariar torcedores porque não houve tempo pra maturar a paixão pelo clube. Foi um título e só.
Quero crer que o mais novo dos devaneios do presidente Da Lupa seja apenas uma forma de protestar, pois enquanto a Portuguesa não levantar troféus não terá como cooptar torcedores. É tão óbvio quando a bola é redonda. Pode ter o nome que for: Real Paulista, Bandeirante ou FC do Bacalhau. Sem conquistas, sem torcida.
Se a Lusa, que não ganha nada de relevante há quase 40 anos, engatar uma série de conquistas e nem assim seduzir novos adeptos, aceitarei discutir o assunto. Enquanto isso não acontece, sugiro aos descontentes: troquem de time, pois, se o nome, a Cruz de Avis e as cores da bandeira de Portugal não servem, a própria Portuguesa não servirá, assim como o Velho Lua.
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