sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ser Portuguesa

Fazia tempo, fazia muito tempo. Desde o ano passado a Portuguesa não tinha uma atuação bem conseguida como a que teve diante do Sport. O mesmo Sport contra quem a Lusa evitou a queda pra Terceira Divisão em 2006. O mesmo Sport, que esteve em campo na inesquecível noite do título brasileiro da Série B, no ano passado. Cinco golos. Uma mão cheia deles. Quatro só na segunda parte. E de camisola nova. Linda. Encarnada. 

A Lusa foi pro relvado com uma formação diferente. No lugar dos trincos que rodam a bola à espera de uma escapada do Ananias ou uma desmarcação do Bruno Mineiro, havia um médio de ligação, Michael, que carece de ritmo de jogo. Só que rodagem só se dá com rodagem, obviamente. O problema é que ele entrou no lugar do suspenso Ferdinando, nosso único médio unicamente de contenção, o que era um problema danado.

Assim, os laterais  ficavam mais e o jogo não tinha fluência, uma vez que a equipa de Pernambuco marcava muito bem e tinha um Cicinho inspirado jogando em cima do improvisado Rogério. O resultado foi um empate em um golo que traduziu o equilíbrio até o meio tempo.

Na segunda parte a Lusa retornou mais à feição do treinador, com Zé Antonio na cabeça de área. Assim desafogou os laterais e deu liberdade para que Boquita, Léo Silva e Moisés se movimentassem um pouco mais, fazendo a pelota chegar mais macia para que Ananias fizesse o pandemônio na defensiva leonina. Mas o nome do jogo foi o avançado Bruno Mineiro, um gigante de 1,75 m.

Foto: Jorge Aguiar (Lance!)

E assim foi. Com o golo anotado na primeira parte foram três. Ou um hat trick. Ou um triplete. Chamem como quiserem. Eu chamo o novo goleador no Nacional de fenomenal. de gigantesco. Gigantesco como foi toda a equipa. Essa é a Portuguesa que queremos: insinuante, intensa, veloz, objetiva. E forte, muito forte. Forte, aliás, como se mostrou na maioria dos jogos. A diferença é que o time não foi perdulário e a arbitragem não atrapalhou. 

Sei que vão lembrar da Lusa que encantou na Série B. Mas sem Barcelusa, por favor. Isso ficou no passado, foi exceção. A Lusa de Geninho é outra. Ela não joga bonito. Mas luta por cada bola como se fosse a última. Com intensidade, com entrega. Não precisa ser bonito, só precisa ser autêntico, ser leal, ser Portuguesa.
     

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