por Fábio Preccaro*
É inquestionável que o atual momento do Vasco da Gama não condiz com a sua grandeza. Problemas financeiros seríssimos, que acabam forçando a direção a buscar jogadores baratos, deixaram o elenco fraco para a disputa da Série A. Se tinha um nome no qual você poderia pensar "esse pode dar jeito no time", ERA o do técnico Paulo Autuori.
Com os atrasos de
salário e o interesse público do São Paulo em contratá-lo, o comandante decidiu
deixar o clube. Nos últimos dias, o presidente Roberto Dinamite havia prometido
que não haveria mais atrasos de ordem financeira (leia-se salários) no time da
Colina. Mera promessa impossível de cumprir. O salário atrasou de novo e o
treinador pegou o boné e vazou (defendo a atitude de Autuori).
Sem comandante,
Dinamite e o diretor de futebol Ricardo Gomes cogitam a volta de Dorival
Júnior, que teve uma passagem de sucesso pelo clube e que foi demitido do
Flamengo em março por conta de seu alto salário - comentava-se que seus
vencimentos giravam em torno de R$ 700 mil mensais (Que irônico!!!).
Claro que, se
confirmada a chegada de Dorival, ele não receberá nem metade disso. Porém, a
situação em nada mudará, haja vista que as contas continuarão chegando, o
dinheiro continuará minguado e os atrasos continuarão se repetindo...
Com esses problemas
do Vasco (que começaram há um bom tempo...), comecei a pensar em possíveis
motivações para algum treinador assumir o clube. Não cheguei a muitas
conclusões. Mas vamos lá:
Se eu fosse um
treinador renomado, extremamente vitorioso, como Muricy Ramalho, Tite ou Felipão,
recusaria o trabalho na hora. Minha situação financeira estaria melhor que a do
Eike Batista, sofreria pressão de clube grande, mas com um elenco fraco e
desmotivado pelos atrasos, além da desorganização do clube (quantas vezes
Roberto Dinamite é bombardeado e Eurico Miranda cogita voltar ao poder?).
Caso fosse um técnico
respeitado (ou com alguns trabalhos bons nos últimos anos), mas que ainda busca
cravar o nome entre os melhores treinadores do momento, como Gilson Kleina,
Dorival Júnior e Celso Roth. Se estivesse nessa classe, só aceitaria trabalhar
NESTE Vasco da Gama se eu quisesse ficar sob os holofotes do futebol. Pegar um
clube dessa grandeza recoloca seu nome na mídia e, mesmo não indo tão bem, nas
mesas de outros dirigentes.
Caso ainda fosse um
treinador novo no mercado ou que já tivesse feito algum bom trabalho e agora amargasse
um time da Série B ou o desemprego há algum tempo, entraria em contato com o
clube neste segundo (sem trocadilhos com o time da Colina). Colocar “Vasco da
Gama” no currículo ajuda qualquer um.
Além de ser uma
opção interessante, já que não teria um salário alto, um técnico deste nível
saberia muito bem trabalhar com time um que passa por dificuldades. Nessa
classe pensei em Sérgio Guedes e Márcio Bittencourt.
Claaaaro que, para
se encaixar nisso que escrevi, não adianta chegar, ficar cinco ou seis jogos e
ser demitido. É preciso se manter fora da zona do descenso e conquistar
resultados interessantes, como vencer algum time de ponta fora de casa, e ir
bem nos clássicos. Isso dá moral e crédito com a torcida, que muitas vezes é a
culpada por demitir e contratar técnicos, vide o São Paulo com Ney Franco e a
possível e remota volta de MR ranzinza.
*Fábio Preccaro tem 22 anos, é estudante de Jornalismo,
é fã do futebol do Velho Continente, dos Raimundos,
do Bad Religion e da Luíza.
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