quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O 7 a 1 eleitoral

Por Leandro Marçal*

Não importa se a escolha da maioria no próximo dia 26 seja uma "petralha/corruPTa/comuna" ou um "tucanalha/coxinha/reaça" para ocupar a presidência do país. Nós todos já perdemos as eleições. E de goleada.

O primeiro e segundo gols saem quando alguns autointitulados "esclarecidos" e "inteligentes" desrespeitam os que optaram por outra escolha, que exerceram seu direito de ter outra opinião. Logo em seguida, pipocam links, sites e vídeos disseminando o ódio e a intolerância com os que ousam pensar diferente – sejam eles nordestinos ou paulistas. O que importa é menosprezar aqueles que pensam de forma diferente.


Quando nos damos conta de que há uma suposta preocupação com a política e os rumos do Brasil apenas no mês de eleições e ainda assim com o único propósito de conseguir likes e compartilhamentos no Facebook, já está 3 a 0 para eles. Tudo isso num frango coletivo, quando muitos se atrapalham e repetem discursos sem saber o motivo


Quarto gol! Temos no dia a dia uma conduta individualista, egoísta e retrógrada. Brigamos no trânsito, nos estádios, nas baladas. Agredimos os que pensam de outro jeito ou têm outra opção sexual. Por vezes, discriminamos os que têm uma cor de pele diferente da nossa. Ainda assim, a culpa é apenas do governo.

O 5 a 0 sai logo na sequência, quando temos um congresso estúpido e vergonhoso. Os que nos “representam” são despreparados, com más intenções, intolerantes e olham apenas para o próprio umbigo – qualquer semelhança com o seu dia a dia não é mera coincidência. Elegemos aberrações que nos causam um prejuízo bilionário ano a ano para pouco (ou nada) fazer por nós mesmos.

Seis, sete. Hashtags estúpidas, debates rasos, argumentos inexistentes, como se política fosse arquibancada de um estádio de futebol. Intolerância e desrespeito ao que chamamos de democracia. Um verdadeiro chocolate. Oportunismo, manipulação, Empreiteiras, banqueiros, fanáticos dando o tom das campanhas fecham a goleada massacrante.


Talvez o gol de honra seja a liberdade que temos para escolher em quem votar, mas não faz a menor diferença, pois não importa quem vença do lado de lá, nós já perdemos do lado de cá. 

E assim segue o jogo...

*Leandro Marçal é um jornalista de 23 anos, torce pelo tricolor paulista
 e por um mundo menos hipócrita e com mais bom humor.
E, apesar do nome de sambista, é incapaz de tocar um reco-reco.
Ainda assim, é o Rei da Noite de São Vicente.

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