O Benfica fazia um jogo pavoroso na Luz contra um Portimonense que caprichou no direito de perder gols. Se o adversário dos encarnados tivesse um jogador meia boca no ataque, teria virado com pelo menos três de vantagem e o título cairia no colo do Porto. Com Pizzi e Grimaldo bem marcados e Rafa não tendo o apoio do espanhol para fazer do corredor central o seu quintal, os armadores ficaram distantes do apagado João Félix e do atrapalhado Seferovic, e o primeiro tempo foi de dar sono - e medo, muito em função do fato de os de Portimão adiantarem cinco ou até seis elementos ao campo de ataque.
No segundo, o mesmo fado, mas com os portimonenses aproveitando uma pane geral da defesa encarnada para Tabata limpar Odysseas e fazer 1 a 0, o que quase virou uma tragédia quando os visitantes desperdiçaram o segundo com Paulinho, logo em seguida.
Aí saiu Samaris e entrou Jonas, com Pizzi recuando até o setor do grego e o brasileiro centralizado, e isso só seria possível se Florentino, de 19 anos e não fazendo uma prestação das melhores, segurasse o rojão. Um minuto depois, balão de Jardel pra frente e o zagueiro Lucas cochilou o suficiente para Rafa roubar-lhe o doce e empatar. Logo depois, Seferovic recebeu em condição legal, tirou o goleiro do gol e deu pra Grimaldo brigar para Rafa marcar o segundo, com o gol aberto.
O jogo voltou a ficar complicado quando Paulo Henrique entrou para pressionar Pizzi na saída de bola (e dois erros seguidos, com Grimaldo e Ferro, devidamente socorridos por Odysseas e Jardel), forçados pela marcação alta do Portimonense. Aí entra o mérito de Bruno Lage: João Félix saiu, Gedson entrou e Pizzi, o melhor em campo, voltou à posição de extremo. Assim, Seferovic desencantou, marcou dois e deixou o Benfica com quase todos os dedos na taça, a quinta em seis temporadas. Ainda teve tempo para Jonas, que entrou bem demais, escorar cruzamento perfeito do excelente André Almeida e marcar seu 300º gol na carreira - o de número 137 com a águia ao peito.
A ponderar: i) foram 30 minutos de futebol decente: ii) Seferovic é medonho, mas é taticamente importante; iii) Florentino é jogador para ser titular de qualquer time do mundo. Qualquer um; iii.a) e o mais importante: seremos campeões outra vez!
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