Quem olha somente para o placar da decisão da Supertaça Cândido de Oliveira pode imaginar um Benfica que segue avassalador contra um Sporting completamente destroçado. Mais ou menos isso, mas mais para menos, principalmente no primeiro tempo, quando o Sporting apresentou argumentos para ir ao balneário com um ou dois golos à frente.
Ainda contando com Bruno Fernandes, que pode ter tido sua última aparição como leonino, a mudança notável dos comandados de Marcel Keizer era a presença do terceiro zagueiro, o ex-Zenit Luís Neto. O Benfica, por sua vez, fez seu primeiro jogo a valer sem o genial João Félix, e foi preciso reestruturar a equipe sem seu atacante de mais movimentação, por ora substituído por Raúl De Tomás, jogador de área como Seferovic, mas com menos mobilidade que o suíço.
Tais premissas indicavam um jogo parelho no Algarve, e foi isso o que aconteceu no primeiro tempo. As primeiras chances claras de gol foram do Sporting, que parou três vezes no ótimo Vlachodimos, como que o grego a dizer: "Não precisamos de outro guardarredes". Só no meio do primeiro tempo é que o Benfica ajustou seu time em campo, trazendo um pouco Pizzi para dar apoio a Nuno Tavares, que substituia André Almeida e que, pelo seu setor, era onde os de Alvalade conseguiam chegar com mais facilidade.
Sendo Seferovic o responsável por fazer a do agora jogador do Atlético de Madrid, foi preciso haver uma maior interação dos alas Pizzi e Rafa Silva. E foram justamente eles os grandes nomes da partida. O 21 bisou e deu um passe para o 27, que retribuiu com duas assistências para ele, além do gol que abriu os trabalhos já perto do intervalo. Observa-se aí o grande trabalho tático de De Tomás, que passou a ocupar os espaços que eram atacados por Pizzi.
O segundo gol benfiquista, no início do segundo tempo, evidenciou o maior dos problemas do Sporting: a falta de autoconfiança e poderio para reverter situações contrárias, a ponto de o comentador da RTP, no 3 a 0 apontado por Grimaldo, dizer que " o Benfica está a vulgarizar o Sporting". Um duro golpe para quem terminou a época passada confiante por ter sido campeão da Taça sobre o Porto.
Quanto ao Benfica, será preciso ter calma para perceber que o placar dilatado não pode esconder as deficiências que surgiram quando Pizzi atuou mais próximo dos atacantes, e que só não foram devidamente aproveitadas graças à atuação em grande plano de Vlachodimos. Seferovic não é João Félix, obviamente, e caberá a Bruno Lage encontrar, seja com RDT ou com Taarabt, uma forma de manter os encarnados com o equilíbrio visto na última época.
PS: feliz é o time que tem Rafa Silva.
PSII: sem Bruno Fernandes, o futuro desenha-se nebuloso em Alvalade.
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