DEMOLIDOR DE RECORDES Não foi um bom dia para quem não gosta do Cristiano Ronaldo (Foto: Getty Images) |
Após duas edições a estrear sem vencer, os campeões quebraram a incômoda escrita
com muita dificuldade, domínio territorial, um bocadinho de sorte e os problemas
de sempre.
Portugal fez um primeiro tempo muito engessado, previsível, com o
Bernardo Silva preso na ponta, onde não rende. A Hungria jogou com cinco atrás,
inclusive com os dois laterais recuados. Isso tirou largura e profundidade do
jogo, forçando os campeões a rodar, rodar, rodar e tentar achar um espacinho.
Fernando Santos, como era de se esperar, entrou com dois volantes - Danilo e
William -, Bruno Fernandes fazendo a ligação e os três da frente com pouca
mobilidade. O desenho com dois trincos - William à frente, Danilo compondo o
trio como Pepe e Rúben Dias na saída de bola - é compreensível para garantir a
rebarba, como normalmente Portugal fez, mas surtiu pouco efeito ofensivo para
descerrar a quase hermética defesa maggiar - e até criou três boas
oportunidades, mas o Diogo J fez bobagem em duas e Cristiano foi um tanto
azarado na dele.
Como é preciso ter sorte até para chupar um Chicabon, como
diria Nelson Rodrigues - não me recordo de nenhuma frase de Fernando Pessoa
sobre sorte -, o fado lusitano foi feliz justamente quando o jogo se encaminhava
para o final. Com Rafa Silva conduzindo a bola e não tendo o obstáculo de ter
que trocar o pé, como tinha Bernardo, canhoto, na direita, e Renato Sanches
atacando os espaços melhor que William Carvalho, os campeões deram mais espaço
aos húngaros, mas acharam os que precisavam. Tudo bem que Sallai e Szalai deram
lá algum trabalho e o protocolo do VAR quase matou 11 milhões de portugueses no
gol anulado de Schön, mas era preciso passar além da dor para passar o Bojador.
Pouco depois das trocas, Raphaël Guerreiro contou com o desvio no pé de Orban
para desbloquear o jogo, após passe de Rafa que também encontrou um corpo
contrário antes de chegar ao pé do francoluso. Logo depois, o pênalti, numa
altura em que a Hungria já não tinha pernas, tanto que o Renato Sanches carregou
meio time antes de oferecer a bola a Rafa. O terceiro gol foi a consequência de
um time destruído contra um inteiro, animado, e com os espaços oferecidos pela
capitulação húngara.
Quanto a Cristiano, eis as marcas feitas na Hungria, contra
quem também marcara dois no decisivo 3 a 3 de 2016:
Único a jogar 5 Eurocopas;
Primeiro a atingir 10 gols;
Maior artilheiro, com 11 gols;
Jogador com mais
vitórias (11);
Único a marcar em 5 edições.
Os próximos desafios são contra
Alemanha, também na casa do adversário, e França, de volta à Hungria. Dois
adversárias costumeiramente difíceis, que deverão ter tanta bola quanto teve
Portugal na Puskás Arena.
Com três pontos e três gols de saldo, basta não fazer
nenhuma bobagem para passar pelo Grupo da Morte, como já superou em 2000 e em
2012. É preciso ter cuidado, mas pode deixar os meninos jogarem à bola, mister
Fernando Santos.
Rui Patrício: não convém muito a tranquilidade que ele demonstrou ao
deixar passar a bola no lance do impedimento. Um pândego, pois;
Nélson Semedo: com medo ou semedo, não brilhou, mas demonstrou segurança
a defender contra o nada e a atacar o muro maggiar, mas podia arriscar-se um
poucochinho mais;
Pepe: grande jogo na Euro. Qual é a novidade?
Rúben Dias: ó, Rúben Santos Gato Alves Dias (não, não é uma impressão
sobre a aparência do gajo. O nome é este mesmo), tens uns cartolina amarela e
deixas a mão na fuça do gajo? Fora isso, tudo bem. Continue assim, mas com mais
juízo, SFF;
Raphaël Guerreiro: que bom que viste que o gajo do Sporting é
melhor que o Mário Rui. Bem, nem precisava de tanto. Golo à campeão;
William Carvalho: da próxima vez, faça de conta que estás com uma lesão,
caso o mister demore tanto para mexer (Renato Sanches: "ain, o flop da
Luz..." engulam, cambada de @%##! O miúdo nasceu pra jogar a Euro!);
Danilo: a fleuma de sempre do comendador. Um tanto ocioso a baixar para
buscar a bola quando o húngaro mais próximo estava mais perto do guardarredes
deles que do nosso, mas, no fim, foi um dos que segurou o coração dos
portugueses dentro do peito;
Bruno Fernandes: faça de conta que está na
PL e chute mais para o gol. Enfim, não dê ouvidos às instruções do mister (João Moutinho: entrou para ver o golaço do Cristiano Ronaldo de perto);
Bernardo Silva: da próxima vez que o mister mandar que fique preso à
ponta, é favor desobedecer e alegar, em caso de protestos, que muito tempo em
França e Inglaterra fez desaprender a Língua Portuguesa (Rafa Silva: joga
no Benfica. Brilhar é o mínimo que se espera dele);
Diogo J: alguém prenda
o gajo do Liverpool no balneário antes do jogo, SFF (André Silva: entrou?);
Cristiano Ronaldo: dia difícil para quem não gosta do Senhor Eurocopa.
Nada mais é preciso ser dito, mas vamos lá: Único a jogar 5 Eurocopas; Primeiro
a atingir 10 gols; Maior artilheiro, com 11 gols; Jogador com mais vitórias: 12;
Único a marcar em 5 edições; E o maior feito do dia: não bateu no Diogo J.
Fernando Santos: não empatou, como gosta. Deverá mudar a postura para
buscar o bi com seis empates.
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