sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A turma do tremoço

Luís Felipe Scolari, quando treinou o Palmeiras, cunhou uma expressão que entrou para o folclore do futebol do Brasil: a "turma do amendoim". Ele chamava assim o pessoal que ficava nas sociais do Palestra Itália enchendo o saco a cada jogada infeliz dos comandados de Felipão. Até hoje, passados quase 10 anos desde a saída do treinador gaúcho, a imprensa usa sua expressão quando cita os alviverdes descontentes.

Ora muito bem! No Canindé também temos o "privilégio" de contar com nossa versão corneteira: a "turma do tremoço". Até porque amendoim é vendido em qualquer estádio por aí. Já os tremoços, não. Estes são nossos!


Assim como também é só nossa a lógica de mandar embora treinadores que façam bons trabalhos. Foi assim com o Benazzi, que estava em 14º lugar no Brasileirão do ano passado, mas vinha de dois acessos consecutivos e um Paulista que, apesar dos inúmeros contratempos, manteve-se sempre ao largo do descenso. Mário Sérgio também caiu, a despeito dos números favoráveis.

Agora foi a vez de Paulo Bonamigo pegar o boné, mesmo com números elogiosos à frente da Lusa: Ele dirigiu a Portuguesa em 23 jogos, conquistando 14 vitórias e quatro empates. Um aproveitamento que beira a casa de 65% dos pontos disputados. Bonamigo deixa o comando luso após ter perdido a vaga nas meias finais do Paulistão graças ao saldo de golos e na quarta colocação da disputadíssima série-B.

Em comum, as saídas dos treinadores têm o fato de terem ocorrido sob as bênçãos da turma do tremoço. De diferente, apenas as condições. Se o treinador olhar feio pras bancadas, terá assinado sua sentença de morte. Benazzi chamou, várias vezes, os corneteiros lusitanos pra resolverem as diferenças, ali, no braço. Mário Sérgio foi mais ponderado do que quando atirou, para o alto, para afugentar uma meia-dúzia de valentes torcedores, há muitos anos. Este episódio rendeu-lhe o apelido de "Rei do Gatilho". Não sei por que não o fez novamente. Não seria exagero, pois a turma do tremoço, que o chamava de Cisco Kid, nunca o engoliu no camando da equipe.

Já com Bonamigo foi diferente. Não se indispôs, uma vezinha só que fosse, com a "torcida". Ainda assim foi praticamente enxotado do Canindé pra fora. O motivo? Cometeu o sacrilégio de não sobrar na Segundona. E isso, segundo eles, é um pecado mortal. Acontece que ninguém está sobrando. Nem mesmo o grande Vasco, apontado como o maior bicho papão da competição, mas que permaneceu fora da zona de acesso durante boa parte dele, e nem por isso teve o trabalho posto à prova em São Januário.

Mas a "torcida" da Portuguesa é diferente das demais: não comparece, cobra demais sem dar nada em troca, julga ser suficiente ficarem duas, talvez três centenas de moleques mimados aporrinhando atrás da baliza. Acham ter o melhor time, disparado, quando não têm. Por isso, exigem o fino do futebol de um time que não tem qualidade para tal, num campeonato que não tem essa característica.



Agora a questão é saber quem será o próximo treinador. Já surgiram nomes como Geninho, Jorginho, Vagner Mancini e até Parreira. mas poderia ser qualquer um. Guus Hiddink, José Mourinho ou Roberval Davino. Quem quer que seja, na primeira derrota, pedirão sua cabeça. E os tremoços continuarão a ser uma especialidade nossa.

2 comentários:

Caio Di Pacce disse...

Marquinhos,
coloquei o link do seu blog no Copeiros.
Belo Post.
http://copeiros.wordpress.com
Abraços.

CarOL disse...

'Sou Palmeirense'...Adorei seu post.e os corneteiros do futebol (Sejam os do amendoin ou os do tremoço) São idiotas q só prejudicão os nossos times em momentos ruins, transformando-os em CRISE.
ateh...vou voltar aqui sempre...=D